sábado, 3 de dezembro de 2011

Adegga Wine Market 2011: Prova na Sala Premium

O Adegga Wine Market 2011 teve este ano como grande novidade a inclusão de uma Sala Premium cujo conceito foi, mediante o pagamento de 20€, aceder a um prova exclusiva e vinhos e topo de Gama e Portos antigos incluindo vintages e colheitas. Sem dúvida uma oportunidade única para provar determinados néctares. Em grupos de 10 pessoas, e em 45 minutos,  eram servidas e comentadas pelo Escanção e Sommelier Manuel Moreira estas preciosidades. Na minha opinião pouco tempo para conseguir desfrutar em plenitude de tamanha oportunidade, mas louve-se a iniciativa. Para o ano será ainda melhor.
Estiveram em prova os seguintes vinhos e pela ordem apresentada:

Ex-Aequo 2008 [Lisboa]
Cor rubi fechada, com leves violetas nos bordos do copo. Aromas limpos, com boa fruta, madura e com bom casamento com o estágio em madeira. Notas de chocolate, cacau e evidentes especiarias. Na boca apresenta-se com alguma secura, com continuidade da fruta, da sensação de chocolate e da boa harmonização com a madeira. Final de boca comprido, persistente e seco.

Cortes de Cima Incógnito 2008 [Alentejo]
Cor rubi escuro,as não completamente opaco. Aspecto muito límpido. Intenso no nariz a fruta vermelha e preta bem madura, com notas fumadas, algum vegetal e terra. Madeira bem casada e especiarias presentes. Boca com taninos suaves, seda, com continuidade de muita fruta em perfeito equilíbrio com a madeira, as especiarias e uma acidez viva. Final de boca longo.

Cortes de Cima Reserva 2008 [Alentejo]
Cor rubi mais concentrado que o anterior, igualmente de aspecto limpo e cativante. Aromas sedutores a fruta vermelha e preta bem casada, com notas de chocolate e cacau, ligeiros baunilhado e madeira bem casada. Boca em veludo, untuoso, corpulento, com continuidade da fruta madura e das sensações de chocolate. Acho-o perfeito. Um final de boca seco e comprido, um nunca acabar de boca. 

Herdade do Peso Ícone 2007 [Alentejo]
Chega-se a nós com uma cor profunda e concentrada, com ligeiras nuances violeta, límpido e com lágrima muito definida. Aromas de uma exuberância marcante, com frutos vermelho e pretos bem maduros bem presentes, embora o destaque vá para os frutos pretos. As especiarias continuam presentes, mas a caixa de tabaco é agora também sentida. Grande complexidade aromática que se verifica também na boca. Complexo. Grande estrutura e equilíbrio, com muita fruta fresca e um final longo, longo.

Niepoort Robustus 2007 [Douro]
Cor rubi concentrado e opaco com ligeiros violetas no bordo do copo. Exuberante nos aromas a fruta preta do bosque bem madura e fruta silvestre igualmente bem madura, com notas de fumo, especiarias, cacau e madeira tudo em excelência. Na boca revela-se poderoso, opulento, com a fruta em grande evidencia, tudo muito redondo, fresco e com garra para continuar a envelhecer em garrafa com qualidade. O final um estrondo e inacabável.

Niepoort Robustus 2005 [Douro]
Cor rubi concentrado, escuro. Aromas mais contidos embora ainda com a intensidade da fruta vermelha e preta bem madura, com notas de especiarias e mais madeira. Na boca revelou-se com mais aspereza, mais seco e consequentemente com um final mais curto que o 2007. A nota de boca acaba por ser um pouco condicionada a esta secura mais pronunciada e evidente.

Niepoort Robustus 2004 [Douro]
Cor de um rubi carregado, fechado e opaco. Aromas intensos a fruta madura silvestre e frutas do bosque pretas, com algumas notas vegetais e notas evidentes a especiarias. Regressam os aromas a terra e a fumados.Na boca toque de veludo, seda bem conjugados com a fruta madura, com muita frescura, muito redondo e equilibrado. Muito elegante, isto é, essencialmente elegante e fresco. Um final de excelência, comprido e persistente.

Niepoort Robustus 1990 [Douro]
A expectativa era grande. Talvez toda a história à volta deste Robustus o engrandeça ainda mais, nos faça activar as papilas gustativas só de pensar na possibilidade de o provar. Sei lá. O facto é que agora que o provei posso alinhar pela opinião dos que já tiveram esse privilégio. Continuamos a sentir a fruta quer no plano aromático, quer na boca. Cor tijolada, aromas com frutas madura, todavia já com notas de aromas terciários, algum couro. Boca larga, encorpado, vivaz e ainda com muita pujança. Um final persistente.

Niepoort Colheita 1976 [Porto]
Cor âmbar brilhante, muito límpido, com ligeiros laivos alaranjados. Aromas fruta seca, amêndoas, mel e toque a iodo. Boca untuosa, com toque de veludo, muito equilíbrio entre álcool, acidez e doçura. Apresenta ainda uma frescura notável e alguma secura no final.
Poças Colheita 1976 [Porto]
Cor âmbar translucida, com alaranjados no bordo do copo. Aromas frescos com fruta passa e seca, nozes e avelãs em destaque. Na boca apresenta-se corpulento, gordo, enche a boca,com notas evidentes de mel, menos fruta na boca do que no nariz e alguma explosão do álcool por cima do restante conjunto. Final comprido e fresco.

Villar d’Allen 20 Years [Porto]
Um Tawny 20 anos em forma. Cor âmbar acastanhado com laivos esverdeados muito leves, de aspecto límpido e brilhante. Nariz de intensidade média, com fruta seca e passa, mel e algum tostado com caramelo. Boca untuosa, toque meloso, com uma doçura acima do álcool e da acidez mas não sendo em exagero. Final de boca adocicado, persistente e comprido.

Agrellos 40 Years (Bottled in 1988) [Porto]
Cor âmbar com tonalidades castanhas esverdeadas, aspecto límpido com lágrima muito definida. Aromas exuberantes a frutos secos como a nozes, avelãs e amêndoas, com ligeiro químico e iodado. Na boca está gigante e poderoso. Equilibrado, com uma vivacidade extraordinária para a idade e com a fruta seca e passa bem casada com as notas de mel. Um final de boca longo, longo.


Graham’s Vintage 1970 Private Cellar [Porto]
Cor avermelhada, muito límpida e translucida. Aromas a uva passa, ameixa preta passa, figos secos, tudo um pouco escondido. Na boca melhora, é cheio, com alguma untuosidade, ainda com notas de fruta madura bem presente. Num vinho de 40 anos... incrível frescura e elegância.

Graham’s Colheita 1969 Special Edition [Porto]
Cor âmbar com laivos esverdeados e aromas a fruta passa, como o alperce, e a fruta seca, como as nozes e amêndoas, bem entrelaçados com as notas doces do mel e da laranja confeitada. Na boca primeiro toque de veludo e um pouco untuoso e gordo, alguma explosão de álcool mas desaparecendo de imediato. Continuidade da fruta, com notas de mel, toffee e caramelos. Faz lembrar um pouco os caramelos da Régua. Final persistente.

Ferreira Porto Vintage 1863 [Porto]
Que cor!!! Um dourado com reflexos, muito leves, de tonalidade verde claro, translúcido. Aromas com boa intensidade, com notas de verniz, iodo, uma acidez química mesclada por entre a fruta seca, com muita noz. Na boca porta-se como se fosse mais novo, com uma acidez acutilante e demonstrativa da sua constituição com algumas castas brancas. Um final de boca fresco, químico e persistente.

Por fim, e devido a um atraso na entrega, provei o Esporão Private Selection 2007, já fora da Sala Premium, tendo passado cerca de 15 minutos, mas a ser chamado para que a contenda ficasse completa. Assim vale a pena!

Esporão Private Selection 2007 [Alentejo]
Cor rubi  muito concentrada, praticamente opaca, negra. Aromas instensos a fruta vermelha e preta bem madura, com notas evidentes de tosta, café, ligeiro toffe e cacau. Especiarias presentes em fundo. Muito bom. Na boca surpreende-nos pujante, com força, com taninos a dizer presente mas de toque já bastante polido e redondo. Gostei do final de boca e da certeza que vai continuar em garrafa com grande qualidade por mais uns anos.

1 comentário:

  1. Obrigado a Andre Ribeirinho e o resto da equipa Adegga para tonarem este evento numa tradição anual!

    ResponderEliminar