quinta-feira, 28 de junho de 2018

Estou Com Os Azeites: Quinta dos Lagares Zabodez Virgem Extra

ZABODEZ EXTRA VIRGEM | DOP TRÁS-OS-MONTES | AC 0,2% | PVP  14€
COBRANÇOSA, CORDOVIL, GALEGA, MADURAL, VERDEAL, TRANSMONTANA, BICAL
QUINTA DOS LAGARES

Estou com os Azeites! Já há muitos anos que estava, ainda estou e vou ficar durante muitos mais anos. Cada vez mais trazer o azeite à nossa mesa e desfrutar dele como devemos e não apenas no bacalhau com todos da ceia de Natal.
Hoje, para começar a mordiscar, a courgete grelhada para passar levemente no azeite e a broa torrada com azeite e flor de sal. Magnifico.
O Zabodez portou-se à altura. De perfil frutado verde, aroma com notas frescas a couve, erva, rama de tomate, maçã verde, tomate verde, casca de banana e frutos secos. Ligeiro amargo na boca e, logo de seguida, um picante forte e persistente.
Só há 1500 litros. A qualidade em detrimento da quantidade.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Porto Extravaganza | Moscatel de Setúbal Domingos Soares Franco 1911-2014

Na 5ª edição do Porto Extravaganza, Paulo Cruz baralhou, partiu e deu de novo para aquele que já é considerado como um dos mais importantes de eventos de vinhos generoso do mundo. Se nas anteriores edições o Porto Extravaganza havia sido totalmente dedicado ao Vinho do Porto, nesta o Vinho da Madeira e o Moscatel de Setúbal marcaram também a sua presença.
No dia dedicado ao Vinho da Madeira a prova Ricardo Diogo e os Vinhos Velhos da Madeira foi uma verdadeira viagem intemporal pelos Madeiras velhos numa prova de doze referências onde a mais nova foi de 1958.
Com a casa Ramos Pinto o Vinho do Porto teve o seu dia. Uprova será realizada em duas partes distintas. Na primeira parte, Ana Rosas (Master Blender da Ramos Pinto) apresentou o Port Master Class – The Art of Blending e numa segunda parte uma prova de Vinhos do Porto em Duetos: Branco Seco 1890 / Branco Lágrima 1884, Vintage 1924 / Colheita 1924, Vintage 1952 / Vintage 1982 e, finalmente, Vintage Quinta do Bom Retiro 2014 / Vintage 2015.
O dia dedicado ao Moscatel de Setúbal trouxe o foco para a Colecção Particular de Domingos Soares Franco, o enólogo e administrador da José Maria da Fonseca.

Em prova estiveram vários Moscatéis famosos desta casa, incluindo o Alambre 20 Anos, Alambre Roxo 20 Anos, D.S.F Cognac, D.S.F Armagnac, Bastardinho 40 Anos, Torna Viagem (Testemunha), Torna Viagem (Brasil), Torna Viagem (E.U.A), Apoteca 1911. E ainda mais dois Moscatéis surpresa: Apoteca 1955 e Trilogia. Eu próprio não conseguiria imaginar melhor cenário.

Inicio da epopeia com  três Torna Viagens. A Testemunha de 2014 e os Torna Viagem 2014 Brasil e Torna Viagem 2014 Estados Unidos da América. O Brasil, foi sem dúvida o mais significativo, com notas aromáticas mais salinas, mais elegante e complexo e com o salino também a marcar mais a boca.

Seguiram-se os Moscatel de Setúbal DSF Armagnac 1998Moscatel de Setúbal DSF Cognac 1998. Belos. Digam o que disserem continuo a gostar muito do Cognac. Sempre que o provo (poucas vezes) confesso que gosto daquele perfil , mais fruto seco, mais avelãs, bolachas de manteiga, cacau e chocolate. Isto e uma caixa de Ferreros ao lado.

Antes de passarmos para os Apoteca tempo para os datados. Moscatel de Setúbal Alambre 20 anos, um must taste e must have sempre na garrafeira para um caso de urgência. Uma relação qualidade-preço única. E o Moscatel Roxo 20 Anos, uma daquelas paixões inexplicável. Elegante, equilibrado, acidez no ponto. Delicioso. 

Depois começaram os momentos "Que se lixe, não vou deixar nem uma pinga nos copos!". Os Apotec 1911 e 1955. Que brutalidade! As palavras fogem. Já os havia provado uma vez e voltar a ter esta experiência é de sonhos. O 1955 está num ponto incrível. Sem dúvida o melhor vinho desta tarde. Aproveitem. Tudo o que havia já foi engarrafado.

O Moscatel de Setúbal Trilogia (1900-1934-1965) foi logo a seguir. Este já entrou no livro dos clássicos e dos imperdíveis para qualquer amante de Moscatel de Setúbal. Três grandes colheitas num blend divinal. O 1955 não fez parte deste conjunto porque é uma colheita que deve ser apreciada só por si.

Por último, O Bastardinho 40 Anos. Todos os vinhos provados são como filhos queridos de Domingos Soares Franco, mas este é um bebé especial, um néctar diferente de todos os outros e que, infelizmente, acabou. Foram engarrafados os últimos litros. Era o que restava. A vinha que lhe dava origem, que não era propriedade da José Maria da Fonseca, foi vendida. Sucumbiu à pressão urbana da Costa da Caparica - disse DSF com algum pesar e tristeza -.

O Paulo Cruz começa a habituar-nos mal. Cada evento por si organizado é um experiência que não se esquece. Depois, colocar bem alto a organização dos mesmos. O local, os tempos de serviço, a temperatura do vinho e da sala, todo o pormenor pensado. Uma prova que foi, mais um momento de aprendizagem, quase como que em amena cavaqueira com Domingos Soares Franco. Parabéns a todos.
No final de contas, uma prova épica e inesquecível.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Monsaraz Colheita Tardia 2016 Branco

MONSARAZ COLHEITA TARDIA 2016 BRANCO | ALENTEJO | 19,5% | PVP  11€
SEMILLON
CARMIM
17

O primeiro colheita tardia da CARMIM, Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz, foi lançado para fazer parte da sua mais recente gama Premium que mostra, mais uma vez, a dinâmica e visão das actuais cooperativas agrícolas produtoras de vinho. Produzido em pouca quantidade, com uma das melhores castas para o efeito, o facto é que esta não desilude sendo mesmo uma grande surpresa. A imagem também está um must!
Cor amarelo de tonalidades douradas, intenso e brilhante. No nariz as notas de casca de laranja cristalizada, melaço, tangerina, citrino a equilibrar, pessego maduro e alguma canela. Boca com grande acidez, equilibradora, mostrando um doce que não se deixa cair no chato, mas que ainda assim nos cativa, bela untuosidade, textura polida e sedosa, com os citrinos e o pêssego a prender o conjunto. Final de boca longo.
Continuo a preferir este perfil de colheita tardia com uma fruta tropical laminada e  uma ou duas bolas de sobert de tangerina ou limão.

domingo, 24 de junho de 2018

Quinta da Alorna Sauvignon Blanc 2017 Branco

QUINTA DA ALORNA SAUVIGNON BLANC 2017 BRANCO | TEJO | 13% | PVP  4,99€
SAUVIGNON BLANC
SOCIEDADE AGRÍCOLA DA ALORNA, SA
16

Belo Sauvignon Blanc do Tejo. E vem mesmo a calhar para este verão que tardou a começar, mas que agora vai, com certeza, ficar por muito tempo com este calor que nos faz pedir vinhos com este perfil. Nestes dias de calor soube-me que nem ginjas.
Cor amarelo citrino, esverdeados leves, limpo e de aspecto jovem. No aroma mostra com subtileza e elegância com notas mais vegetais, bom espargo, algum pimento, folha de tomateiro, num enlace muito harmonioso com alguma fruta tropical e citrina,  traço mineral e fresco. Na boca mostra boa acidez, intenso, ligeiro salino, com fruta citrina e maça verde, equilibrado e com final de boca longo e fresco.

sábado, 23 de junho de 2018

Quintas de Melgaço | O Alvarinho Em Destaque

Quando no mesmo local e à mesma hora se juntam a um produtor de vinho, dois Chefs portugueses reconhecidos com as famosas Estrelas Michelin, então sabemos que vamos para um momento especial e inesquecível.
As Quintas de Melgaço, produtor de vinhos da região dos Vinhos Verdes, mais propriamente Monção e Melgaço, apresentaram as suas mais recentes colheitas com um almoço de harmonização com os Chefs Michelin Vítor Matos, do Vidago Palace e João Rodrigues, do Restaurante Feitoria onde se realizou o evento.

Um menu exclusivo que Élio Barreiros, enólogo das Quintas de Melgaço, aproveitou para apresentar as novidades do produtor, quer as novas colheitas de marcas já existentes, que nas colheitas dos vinhos que agora nascem como o Quintas de Melgaço Rosé (o único que não é 100% Alvarinho) como o Vindima Tardia Superior.

ESPUMANTE QM RESERVA BRUTO 2016 BRANCO | VINHO VERDE | 12% | PVP 11€
ALVARINHO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA
16,5
Cor amarelo citrino, leve esverdeado, bolha muito fina e persistente, aromas delicados e leves, citrino, flor branca, leve toque de panificação, fino e fresco. Na boca mostra uma mousse muito leve e cremosa, com secura leve, acidez equilibrada, persiste no palato e mantém-se fresco e leve até ao final.
Serviu com excelência dois momentos distintos. Numa primeira fase como welcome drink, onde a frescura e leveza se destacaram e depois no casamento com uma série de snacks conforme as fotos acima com Polvo e Batata Doce, Tarte de Favas E Papada de Porco Alentejano, Pedras Vivas e uma Língua de Bacalhau, Colagénio e Salsa (JR).

QM ALVARINHO ROSÉ | REGIONAL MINHO | 12,5% | PVP 8,50€ 
ALVARINHO, SOUSÃO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA 
17
Cor rosado claro, salmão leve, aspecto limpo e brilhante. Aromaticamente intenso, perfumado, muita fruta vermelha, groselha e framboesa, floral composto, mineral, pedra lascada. Boca com algum volume, envolvente, com acidez acutilante, cremoso, com ligeira secura, com ligeiro doce em final de boca.
A primeira novidade onde Alvarinho e Sousão se juntam para pela primeira vez fazer nascer o rosé das Quintas de Melgaço. Acompanhou o que já descrevi como divinal Peixe de Rio, Amêndoa e Nabo (JR).

QM ALVARINHO 2017 BRANCO | VINHO VERDE | 13% | PVP 8,99€ 
ALVARINHO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA 
17
Cor amarelo citrino, esverdeado leve, aspecto jovem e límpido. No nariz mostra a fruta num patamar de elegância bem alta, o citrino e o fruto de caroço madura e fresco, lima, traço mineral vincado, frescura que envolve o conjunto. Acidez acutilante na boca, mantém a carga citrina e mineral que agarramos nos plano aromático, equilibrado e com um fnal de boca longo.
Revela um crescimento extraordinário de colheita para colheita, sendo, sem dúvida alguma, um Alvarinho para constar na lista de compras. A maridagem fez-se com o mar, digo, com as Memórias do Algarve (VM), um prato que estimula a nossa memória das ondas e dos aromas salinos da nossa costa. Belíssimo. 

QM VINHAS VELHAS 2017 BRANCO | VINHO VERDE | 13% | PVP 17,50€ 
ALVARINHO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA 
17,5
Cor amarelo citrino, aberto, aspecto jovem e limpo. Aromas um pouco fechados de inicio, mas que rapidamente se revelam e mostram a tipicidade da casta com um fundo mineral muito interessante. Na boca surge com estrutura e corpo, acidez equilibrada e secura mais fina, alguma untuosidade leve, mais complexidade e com a fruta tropical mais sentida. Final de boca longo e elegante.
À mesa juntou-se ao Arroz Carolino de Algas, Sacrocórnia Queimada e Bivalves (JR) numa ligação subtil e onde mais uma vez o conjunto saiu realçado.

QM HOMENAGEM RESERVA 2015 BRANCO | VINHO VERDE | 12,5% | PVP € 
ALVARINHO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA 
17,5
Cor amarelo citrino, aspecto límpido, com nuances palha seca, aspecto jovem. Nos nariz a boa intensidade dos aromas a frutos citrinos, alguma laranja, tangerina, flores brancas, com notas de estágio em barrica bem ligadas, carga mineral e muita frescura. Na boca, de sabor característico da casta, de corpo cheio, acidez no ponto, volume de boca, barrica contida e a caminho da integração completa. Final de boca longo e persistente.
Com o Imperador dos Açores no prato Descobrimentos (VM) mostrou toda a sua capacidade para desafios mais complexos à mesa. 
QM NATURE 2016 BRANCO | VINHO VERDE | 12,5% | PVP 15,90€ 
ALVARINHO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA 
17
Cor amarelo citrino, nuances esverdeadas, aspecto límpido e brilhante. No nariz continua a mostrar-se a fruta citrina, a fruta de polpa branca, com algum fruto exótico e temperada com notas de sensação de água a correr, a fazer rolar a pedra na margem, com leve tisana e de muita frescura. Na boca causa primeiro impacto pela sua tensão e nervo, de acidez acutilante, a fazer salivar, com a fruta citrina a fazer a sua marca, final de boca longo e cheio de força. Um reprovar destes vinho e uma confirmação da sua longevidade. Parece que acabou de sair.
O único prato de carne ficou-lhe reservado, mas não lhe virou a cara. A Arouquesa, Batata Olho de Perdiz, Cogumelos, Tutano e Acelga (JR) mostrou que o Alvarinho é uma casta versátil nos vinhos que de si resultam e nos pratos que acompanha à mesa.

QM ALVARINHO VINDIMA TARDIA 2016 BRANCO | VINHO VERDE | 12,5% | PVP 29€ 
ALVARINHO 
QUINTAS DE MELGAÇO, AGRICULTURA E TURISMO, SA 
17
Cor âmbar novo, ligeiramente mais escuro, aspecto limpo. No nariz mostra-se a casca de laranja cristalizada, as notas de melaço, algum figo seco, alperce em passa, intenso e envolvente.  Boca com volume, cremosidade,  com notas de uva passa, fresco, ligeiro chá com limão e mel, citrino, tangerina, casca de laranja, com bela frescura mineral e final de boca longo.
A sobremesa, um Tributo Ao Abade De Prisco (VM), juntou-se-lhe na perfeição.

domingo, 17 de junho de 2018

Monte Velho 2017 Branco

MONTE VELHO 2017 BRANCO | ALENTEJO | 14,5% | PVP  4,99€
ANTÃO VAZ, ROUPEIRO, PERRUM
ESPORÃO, SA
15,5

Cor amarelo definido, palha seca, aspecto limpo e jovem. Aromas frescos e intensos a fruta madura fresca, citrinos, fruta de polpa branca e amarela, tufo bem casado e harmonioso. Na boca mostra equilibrio, fruta fresca sumarenta, citrino com boa acidez, pronto a beber e de final longo. Assustou-me ver os 14,5% de álcool no rótulo antes de abrir a garrafa, mas depois nunca mais me lembrei disso.
Muito versátil à mesa de pratos primavera e verão.

sábado, 16 de junho de 2018

Monte Velho 2017 Tinto

MONTE VELHO 2017 TINTO | ALENTEJO | 14% | PVP  4,99€
ARAGONEZ, TRINCADEIRA, TOURIGA NACIONAL, SYRAH
ESPORÃO, SA
15

Cor rubi intenso, com violetas bonitos, aspecto jovem e limpo. No nariz somos inundados pelo perfume das frutas vermelhas e pretas, da amora silvestre, morango e framboesa, com uma pitada de especiaria e de perfil fresco.
Na boca revela-se macio e envolvente, de volume médio, tanino polido, fruta vermelha fresca, equilibrado e com final de boca longo.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

EA Reserva 2015 Tinto

EA RESERVA 2015 TINTO | ALENTEJO | 14% | PVP  8,49€
ALICANTE BOUSCHET, ARAGONEZ, SYRAH, TOURIGA NACIONAL
FUNDAÇÃO EUGÉNIO DE ALMEIDA
15,5

Cor rubi intenso, de média concentração, aspecto jovem e límpido. No nariz destacam-se os aromas a fruta vermelha, alguma fruta preta como a ameixa e a amora silvestre, algum licor, toque floral leve e tostado e baunilhado a compor.
Na boca mostra volume, boa textura, macio, polido, com a fruta vermelha fresca, ligeiro travo mais adocicado, mas mostrando-se prazeiroso à mesa. Final de boca longo.
Em companhia com uma lasanha de carne não se fez esquisito. Bela ligação.

terça-feira, 12 de junho de 2018

João Portugal Ramos Alvarinho 2016 Branco

JOÃO PORTUGAL RAMOS ALVARINHO 2016 BRANCO | VINHO VERDE | 13,5% | PVP  8,49€
ALVARINHO
J PORTUGAL RAMOS VINHOS, SA
16,5

Descansou cerca de um ano esquecido na garrafeira, na certeza que o encontraria mais composto e mais ao encontro do que espero de um Alvarinho. Um Senhora casta branca que sabe envelhecer quando bem tratada.
Cor amarelo citrino, ligeiros esverdeados, aspecto limpo e brilhante. Aromas contidos, fruta citrina e tropical, maracujá, lima, pedra lascada, ligeiro biscoito de manteiga em fundo, areias, envolvente fresca. Boca com algum volume e textura, corpo aveludado e acidez equilibrada, com a fruta em bom plano, pleno de frescura, elegante e final de boca longo e persistente.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Azeite | Sabemos o Básico?

O Azeite, autêntico ouro liquido produzido com qualidade de excelência em Portugal, é constantemente “maltratado” por nós portugueses. Sabemos sempre tudo sobre o Azeite, sabemos sempre qual é o melhor e achamos sempre que é um produto demasiado caro. Mas sabemos realmente tanto como pensamos saber? 
De origem no vocabulário árabe e significando sumo de azeitona, o azeite (Az-Zait), era em 2000 a.c., no antigo Egipto, usado para fins estéticos com aplicação na pele e cabelo. Só mais tarde, sobretudo pelos fenícios e romanos, a cultura do azeite acabou por ser difundida, por exemplo, em Itália, Norte de África e Península Ibérica. 
Em Portugal, sempre desempenhou um papel muito importante não só na nossa gastronomia, como também na nossa economia sendo que, actualmente, a produção de azeite em Portugal representa cerca de 3% da produção a nível mundial, exportando grande parte do que produz e tendo o Brasil como principal destino. 
À imagem do que acontece no vinho, os azeites podem ser monovarietais, ou seja, feito a partir de apenas uma variedade de azeitona, sendo a Galega a variedade mais difundida no nosso país; também podem ser blends, com a utilização de diferentes variedades de azeitona como a já mencionada Galega, mas também como a Cobrançosa, a Cordovil, a Negrinha de Freixo, a Madural, aVerdeal de Trás-os-Montes, entre outras. 
No território português existem seis Denominações de Origem Protegida em termos de azeite, nomeadamente Azeite de Trás-os-Montes, Azeite da Beira Interior, Azeite do Ribatejo, Azeite do Norte Alentejo, Azeite do Alentejo Interior e Azeite de Moura, infelizmente muito pouco conhecidas e/ou divulgadas e representando muito pouco em termos de mercado de azeite. 

Deixei para último, neste breve resumo, as diferentes categorias de azeite. Sabemos quais são e quais as diferenças entre elas
Os azeites virgem extra são os de mais elevada qualidade. Com acidez igual ou inferior a 0,8%, com sabor e cheiro a azeitona sã e sem defeitos organolépticos. 
De seguida, em escada decrescente de qualidade, os azeite virgem, ainda de boa qualidade, igualmente com sabor e cheiro a azeitona sã, mas com acidez igual ou inferior a 2%, podendo apresentar ligeiros defeitos sensoriais. 
Por fim, temos o denominado Azeite. Este contém Azeite Virgem e Azeite Refinado, que não é mais do que o aproveitamento dos azeites lampantes (acidez superior a 2% ou com graves defeitos sensoriais) que passam por um processo químico de refinação, sendo-lhe depois adicionado um pouco de azeite virgem. 
O que nós, comum dos portugueses entendemos como sendo Azeite, isto é, um sumo de azeitona, no mercado “Azeite” não é isso, pelo que devemos sempre preferir os “verdadeiros e naturais sumos de azeitona”, isto é, o Azeite Virgem Extra e/ou Azeite Virgem.

A concluir e não menos importante, deixo o esclarecimento para 2 mitos que rodeiam o azeite quer na sua acidez, quer na sua cor.
A acidez é indetectável em prova, isto é, quando provamos um azeite não conseguimos saber a sua acidez. Quanto à cor do azeite dizer que esta não é um parâmetro avaliado e não representa qualquer qualidade para um azeite. Por exemplo, os copos de prova do azeite são de cor azul, impedindo assim que a cor influencia a sua avaliação.

Temos então muito ainda para aprender acerca deste produto usamos no nosso dia a dia, sobretudo ao nível do uso do mesmo na nossa gastronomia, isto é, se hoje em dia bebemos um vinho com um determinado prato, porque não fazer o mesmo com o azeite, utilizando azeites distintos para pratos distintos?

domingo, 10 de junho de 2018

Restaurante Luz - Lisboa

O recém inaugurado Hotel Iberostar Lisboa, numa localização privilegiada na Rua Castilho, quer também marcar a sua oferta não só pelo alojamento, mas também pela restauração e por isso, apresenta no Restaurante Luz, o Chef Jorge Fernandes liderando o conceito gastronómico do mesmo e revelando belas combinações com o seu toque pessoal em pratos da cozinha portuguesa e internacional.

O restaurante não tem janelas para a rua principal, no entanto apesar de descermos abaixo do piso da recepção, é incrível a imensa Luz que entra pelas paredes/janelas gigantescas em vidro, sendo a vista directa para um jardim interior e que ajuda por momentos a fugir à confusão que se passa um pouco acima entre trânsito e pessoas. Excelente escolha do nome e do lugar.
A decoração também em tons claros ajuda à compor a disposição para um almoço ou jantar mais relaxado, sofisticado e descontraído.

Cozinha de autor, de aspecto visual bonito e atraente, respeitando os ingredientes mais nobres, com produto de excelência e com algumas especialidades da cozinha portuguesa, garantido uma experiência gastronómica diferenciada, com apresentações a fugir ao habitual e mantendo todo o sabor.

Na mesa, o azeite virgem com vinagre balsâmico, a azeitona kalamata, o cestinho com pão variado e as manteigas aromatizadas. Keep It simple. Começar sem marcar o palato, mas com pequenos desafios à nossa vontade de não atacar tudo de imediato.

De seguida, lugar ao Amuse Bousche. Numa pequena lata de conserva chegam os Ovos Rotos Com Presunto Ibérico e Óleo de Trufa. Um pequeno piscar de olho à nossa vizinha Espanha com um toque muito particular. Estaladiço e excelente harmonia nos sabores.

Na entrada, um peixe que cada vez mais mostra o seu lugar à mesa dos portugueses. Cavala Fumada Sobre Escabeche de Legumes. Tudo no ponto, muito equilibrio e com o escabeche de legumes no ponto perfeito. Grande entrada.

No prato de peixe, A Garoupa Corada Sobre Arroz Malandrinho de Ameijôa à Bulhão Pato encheu-me as medidas e posso mesmo afirmar que dentro do nível elevado deste almoço foi o ponto alto. Sem nada a dizer da garoupa, mais uma vez certinho, o arroz era para continuar a comer até fartar. Que sabor intenso. Que mar nós temos.

Hora de limpar o palato com um simples, mas eficaz e refrescante Sorbet de Limão Com Sangria de Frutos Vermelhos que tentarei reproduzir para os amigos se este ano o verão resolver aparecer.

Momento para o prato de carne logo de seguida. O Borrego e o Porco Sobre Esparregado de Salsa e Legumes Biológicos trouxe sabores mais quentes, com maior robustez e complexidade. O cubo de carne de porco era a repetir vezes sem conta.

Por fim, os doces. Para sobremesa uma ondulante criação de Abóbora, Requeijão e Noz. Sobremesa tão típica em Portugal que aqui chega com aquele twist visual do Chef, mas cujo sabor reconhecmos de imediato assim que o começamos a comer.
De seguida, para companhia do café, um conjunto de Mignardises com Trufa de Abade Priscos, Pudim Laranja do Algarve e Bola de Berlim de Pastel de Nata.

Se ainda é daqueles que não acredita no potencial de um restaurante de Hotel, este é mais um bom exemplo para conhecer e experimentar. Uma experiência única, não só pelo espaço, mas também pela genialidade do Chef que coloca toda a sua experiência em campo.
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RESTAURANTE LUZ - IBEROSTAR LISBOA
Tipo de Cozinha: Autor, Portuguesa e Internacional
Copos de Vinho Adequados: Sim
Vinho a Copo: Sim
Estacionamento:Com Parqueamento no Hotel
Horário: Todos os dias das 12:30h às 15:30h e das 19:00h às 22:30h
Preço Médio p/ Refeição: 35€

Morada: Rua Castilho, Nº 64 1250-096 LISBOA
Telefone:  +351 215 859 000

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Morgado de Sta. Catherina Reserva 2016 Branco

MORGADO DE STA. CATHERINA RESERVA 2016 BRANCO | BUCELAS | 13,5% | PVP  9,49€
ARINTO
WINE VENTURES - QUINTA DA ROMEIRA, SA
16,5

Um branco que ano após ano me encanta, feito com a casta Arinto, vinhas velhas, normalmente lançado um ano após a colheita, com um potencial de envelhecimento enorme e com um preço fantástico. Desta vez fui encontrá-lo em promoção no Pingo doce por cerca de 6 euros e pouco. Imperdível. É só até 18 de Junho!
Cor amarelo citrino, laivos esverdeados, aspecto limpo e jovem. No nariz a fruta branca de caroço e a amarela madura bem presente, ameixa amarela, notas de fruta citrina, toque perfumado floral cheio de elegância, pedra lascada e leve baunilha bem ligado no conjunto fresco.
Boca com envolvente volume, com acidez equilibrada, mas crocante, com fruta madura bem definida, com largura e final de boca longo.
Antevejo um branco para guarda ou melhor, mostra logo que devemos comprar mais uma garrafa para mais tarde lá voltar.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Gonçalves Faria 2015 Branco

GONÇALVES FARIA 2015 BRANCO | BAIRRADA | 12% | PVP  25€
BICAL, MARIA GOMES
QUINTA DE BAIXO - VINHOS DA BAIRRADA, SA
17

António Maria Gonçalves Faria foi um dos míticos produtores da Bairrada dos anos 90. Ainda hoje se bebem vinhos desse tempo e é com sorrisos rasgados que confirmamos a excelência dos vinhos por si produzidos. Dirk Niepoort, que chegou a ser o distribuidor destes vinhos, trabalha agora estas magníficas vinhas e tem como objectivo produzir, ano após ano, vinhos igualmente intemporais, profundos e com carácter, honrando o saudoso António Maria Gonçalves Faria e o seu filho João Pedro, hoje responsável pelo trabalho nas vinhas. Este é a mais recente colheita.
Cor amarelo citrino, ligeiros esverdeados, aspecto limpo e jovem. Aromaticamente muito neutro de inicio, abrindo depois para notas de fruta branca madura, ameixa e alperce, perfumado floral, ligeira resina, pedra lascada, delicado e fino. Na boca mostra-se jovem e a pular, com acidez vivaz,a secar o palato, fruta citrina, tangerinas madura, casca de laranja,toque levemente untuoso e macio, largo, com volume e sempre a melhorar em copo.
Vai abrindo, abrindo e revelando um vinho em evolução mesmo no copo. Final de boca longo e muito elegante.
Parece claramente ainda estar no inicio de um bela e longa vida pela frente.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Quinta do Pôpa | 10 Anos de Vinhos Celebrados com Novidades

A Quinta do Pôpa vive este sonho há 10 anos. Vou repetir-me um pouco na história, tantas vezes já contada, deste produtor duriense que quis homenagear o seu antepassado Francisco Ferreira, mais conhecido como o Pôpa, produzindo vinhos em pleno Alto Douro Vinhateiro.
Hoje as caras deste projecto familiar são as dos netos do Pôpa, Stéphane e Vanessa Ferreira, são eles quem hoje está aos comandos do leme, mas em 2003 era o Pai destes que comprava parte da actual propriedade e, apenas alguns anos depois, em 2007, começava então a produção de vinho tendo como padrinho o Enólogo Luís Pato. Passados 10 anos, é João Menezes que assina os vinhos que aqui são produzidos.
Em momento de comemoração foram apresentadas as novidades Contos da Terra 2016 tinto, com nova imagem, mais limpa e apelativa; o Pôpa Black Edition 2015 tinto; o Pôpa Touriga Nacional 2014 tinto; o Pôpa Vinhas Velhas 2014 tinto e especial Quinta do Pôpa Homenagem 2013 tinto.
Always follow your dreams!

CONTOS DA TERRA 2016 TINTO | DOURO | 12,5% | PVP 5,55€
TINTA RORIZ, TOURIGA FRANCA, TOURIGA NACIONAL, TINTA BARROCA
QUINTA DO PÔPA, LDA
16
Cor rubi intenso de média concentração, aspecto limpo e jovem. No nariz predominam as notas de fruta vermelha madura, ligeiras notas florais e algum refrescante mentolado. Na boca mostra-se directo e pronto a beber, boa estrutura, ligeira secura inicial E tanino presente, maduro e já polido, com muita fruta vermelha em boa forma. Final de boca longo.
Os apenas 12,5% de álcool ficam-lhe muito bem e a relação qualidade-preço é um mimo.

PÔPA BLACK EDITION 2015 TINTO | DOURO | 13,5% | PVP 13,45€
VINHAS VELHAS, TOURIGA FRANCA, TINTA AMARELA, TINTO CÃO, TINTA RORIZ
QUINTA DO PÔPA, LDA
16,5
Cor rubi de média concentração, um pouco mais aberto, aspecto limpo. Os aromas chegam pé ante pé com muita elegância, notas de fruta vermelha, ligeira tosta, especiaria fina, traço mineral e fresco. Com estrutura e volume certos, tanino polido, num perfil com a fruta vermelha muito bonita, guloso, especiaria bem ligada, fina. Final de boca longo. 

PÔPA TN 2014 TINTO | DOURO | 14,5% | PVP 16€
TOURIGA NACIONAL
QUINTA DO PÔPA, LDA
17
Cor rubi intenso, de média concentração, cativante, limpo. Fresco no plano aromático, com o cariz floral da casta a mostra-se mais em relação à fruta, aqui menos quente e predominante, barrica muito bem casada, especiaria fina, mentolado fresco. Mostra algum músculo na boca, tanino guloso, a marcar presença sem chatear, com largura, volume, acidez, muito equilibrado e convidando a beber. Longo de final. 

PÔPA VV 2014 TINTO | DOURO | 14% | PVP 25€
VINHAS VELHAS
QUINTA DO PÔPA, LDA
18
Cor rubi intenso de média concentração, aspecto limpo e jovem. No plano aromático mais uma vez o ponto da elegância e frescura, a fruta vermelha madura muito bem envolvida nas notas florais e de barrica, um mentolado subtil, mas de grande importância, belo bouquet. Boca com grande largura, acidez num bom plano, vivaz, quiçá tenaz, com a fruta fresca e elegante, num conjunto equilibrado. Um prazer beber este vinho.

QUINTA DO PÔPA HOMENAGEM 2013 TINTO | DOURO | 14,5% | PVP 42,50€
TOURIGA NACIONAL, TINTA RORIZ, VINHAS VELHAS
QUINTA DO PÔPA, LDA
17,5
Cor vermelho intenso, concentrado e fechado, aspecto limpo e de nuances jovens. No nariz marca a fruta vermelha e principalmente a preta, bem madura, cereja e ameixa preta, assim como a amora silvestre, leve perfume floral, notas especiadas finas, tosta leve, com as marcas do estágio em barrica a caminho da integração plena, perfil fresco. Na boca está sumptuoso, cheio, com estrutura e volume, mostra-se muito equilibrado, sem ser bruto, com uma elegância bonita, um toque de pimenta branca fino e um perfil fresco que se admira num vinho com cerca de 14,5% de álcool.
Claramente um vinho para garrafeira. Vai durar. Não direi que se guarde para um momento especial, mas que se guarde para o seu momento, a sua homenagem. À mesa vou querê-lo com um belo cabrito assado no forno.