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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Visita à Quinta e Museu de Ervamoira

No passado dia 22/04/2011 tive o prazer de visitar a Quinta e Museu de Ervamoira da Ramos Pinto situado em Vila Nova de Foz Côa. A visita teve inicio em Muxagata onde a Sónia Teixeira, da Ramos Pinto, nos esperava já com o jipe a aquecer para uma viagem por caminhos sinuosos,onde iriamos atravessar ribeiras, subir e descer montes e penedos, observar perdizes e chegar à Quinta de Ervamoira. Muito obrigado pela sua disponibilidade e pela alegria que tem em fazer o que gosta.
Chegar a Ervamoira e observar, de cima, a grandiosidade desta vinha não é algo que se veja todos os dias. José Ramos Pinto Rosas encontrou aqui o lugar perfeito para no Douro conseguir um terreno onde pudesse mecanizar todo o processo baixando assim os custos de produção. A Quinta de Santa Maria, posteriormente rebatizada de Quinta de Ervamoira, foi o local ideal. Dois anos depois da aquisição em 1974, esta tornou-se a primeira Quinta do Douro a ser plantada ao alto e por talhões, onde cada talhão correspondia à plantação de uma casta diferente.
Mais tarde, com o inicio dos trabalhos de construção da Barragem do Côa, a Quinta de Ervamoira esteve em risco de ficar submersa. Todavia, com a descoberta das famosas Gravuras de Foz Côa, os trabalhos pararam e em 1996 quando por ordem do então recentemente eleito Governo Português foi posto um ponto final definitivo da construção da barragem, acabaria o pesadelo e seriam então plantadas as sementes de um novo projecto: o Muse de Ervamoira. Com a inauguração do mesmo em 1997 pelo então Ministro da Cultura, o Prof. Doutor Manuel Maria Carrilho e com a decisão da UNESCO de elevar as gravuras do Vale do Côa à categoria de Património da Humanidade, a Quinta de Ervamoira teve o privilégio de se converter na primeira quinta vinhateira a usufruir do título de Património da Humanidade.
No final da visita, numa verdadeira esplanada para a vinha e com uma paisagem em pano de fundo de cortar a respiração, efectuamos a prova de três vinhos do Porto da Ramos Pinto.
Ramos Pinto Porto Dry White - Apresenta cor amarela palha clara, com aromas muito frescos, com notas de mel, figo seco, alperce e uva passa. Algum verniz. Na boca pesar de corpolento, é elegante e mantém a frescura do nariz, boa acidez e muito equilibrado. Final seco e persistente.

Ramos Pinto Porto Lágrima Branco -Cor amarelo dourado, brilhante e atractivo. Plano aromático intenso com fruta doce, fruta passa. mel, flor de laranjeira e muito floral. Na boca cremoso, untuoso e gordo, sensação a doce de melaço,todavia não sendo pesado. Final de boca persistente.

Ramos Pinto Porto Lágrima Tinto - Cor ruby com traços avermelhados veludo. No nariz destaque para a fruta vermelha e preta compota, alguma amora e ameixa preta bem maduras. Na boca um lágrima menos doce que o brnaco, muito redondo, equilibrado e com continuação da fruta madura. Final persistente. 

Mais tarde, e após um reconforntante olhar pela paisagem, lugar a uma prova especial de Vinhos do Porto da Ramos Pinto da qual darei nota amanhã.

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