Ainda vou a tempo? Claro que sim. Depois da minha opinião acerca do evento não queria deixar a oportunidade de deixar algumas palavras acerca do que se passou no lado dos expositores Vínicos e dos produtos ditos como Gourmet.
Logo para despachar, assim rapidamente, devo dizer que fiquei com a sensação que esta sala do evento teve menos protagonismo do que a dos restaurantes. Talvez por alguma falta de aposta dos presentes, talvez porque os visitantes vinham com outra ideia do Peixe em Lisboa. Talvez. O certo é que nunca tão calmamente passeei por entre as bancadas de produtores de vinho e produtos gourmet neste género de evento e fazendo as minhas provas com bastante calma e podendo assim estabelecer bons diálogos com os seus representantes.
A primeira nota de registo vai para a Quinta das Carrafouchas. Voltei a provar o Quinta das Carrafouchas 2009 Tinto e apesar de notar um certo abrandamento em relação à última prova que efectuei no Addega Wine Market continuo a dizer que temos ali vinho. Depois, também da Quinta das Carrafouchas, o 2010 Branco deixou-me também impressionado. Pé ante pé vamos vendo este nome aparecer. O bom trabalho tem destas coisas.
Ainda na mesma bancada, mas da Quinta da Murta, pude provar o novo Espumante Rosé Bruto que faz com que desejemos que o tempo quente venha depressa. Gostei especialmente da mousse leve que nos assalta a boca e do facto de apesar de Rosé, manter o perfil Bruto.
Também muito boa surpresa foi provar em primeira mão, estou bastante curioso acerca do rótulo com que será apresentado, o primeiro branco Ninfa da Sociedade Agrícola João Barbosa. Provei o apenas com Inox e a versão com estágio em madeira. O primeiro está já muito bom. Embora
ainda precise de algum tempo e o facto de ser o primeiro. No entanto, revela que vem aí mais
uma coisinha muito boa. No caso do com estágio em barrica, noto que ainda está, na minha opinião, um
pouco marcado pela madeira. Pouco tempo de garrafa. Mais no nariz do de na boca. Embora se
perceba o potencial. Com certeza que irei prová-lo mais adiante.
Ainda nos vinhos destaco os vinhos da Quinta do Rol. Todos os brancos com um perfil muito comum, excelente mineralidade e frescura, com um travo seco como gosto num branco. Também a curiosidade de um branco com a casta Pinot Gris que, sinceramente, nem sabia que em Portugal havia produtoras a apostar nela. E que bem apostado.
No Gourmet destaco os produtos da Venda da Vila. Produtos primam por continuar a obedecer à tradição. à forma como antigamente se fazia o fumeiro, os queijos e outras iguarias alentejanas. Uma perdição em cada produto, os cheiros e sabores que por vezes parecem ter desaparecido.
Depois, também a nota para os chocolates e a Flor de Sal aromatizado da Sal Marim. Já havia uma vez provado chocolate com sal no Museu do Chocolate em Barcelona e após provar o da Sal Marim posso dizer confiante que o que é nacional é bom... muito melhor. E o chocolate com sal marinho então é de nos fazer cair no pecado capital da gula.
No conjunto, o que mais me agradou foi poder deambular, sem grandes apertos, por todo o espaço, todavia talvez devido ao que menos me agradou que foi essa estranha sensação de que não foi dada a importância real a este evento pelos verdadeiros interessados em mostrar e vender aquilo que melhor têm.
Carlos,
ResponderEliminarConcordo com tudo o que dizes, sobretudo quando falas da zona destinada ao vinho e aos produtos gourmet. Na verdade, numa das vezes em que visitei o PeixeemLisboa, cruzei-me com um casal amigo e tentei arrasta-los para os vinhos...foi impossível porque o foco e a prioridade eram os chefes e a comida!
Abraços,
Elias Macovela
ovinhoeefero.blogspot.com
Elias,
ResponderEliminarOlha. Bom Exemplo. E acho que ainda bem que eras quase obrigado a passar por ali senão acho que muitos ficariam apenas pelos Restaurantes.
Viva Carlos,
ResponderEliminarPosso-te dizer que este foi o ano em que vi mais gente no mercado gourmet. Imagina os anos anteriores. Este é um evento que tem o seu foco no fine dining, onde os Chefs são as estrelas.
Apesar disso, o mercado gourmet, acaba por ser uma excelente montra para os produtores darem a conhecer os seus produtos. O Festival cada vez tem mais visitantes estrangeiros, entre eles influentes críticos e bloggers internacionais, e nunca como este ano, teve uma visibilidade tão grande na blogosfera. Parece-me, por tudo, uma boa aposta.
Já agora, não provaram o Branco de 99 das Areias Gordas?
Cumprimentos,
Pode ser então que com esta maior visibilidade para o ano se aposte mais neste sector.
ResponderEliminarBranco de 99 das Areias Gordas? Não provei. O que perdi?
Qualquer branco de 99 que chega aos nossos dias com aquela vida merece todo o nosso respeito, ainda para mais de um produtor quase desconhecido. Está muito bem o vinho, tem de se dar os parabéns.
ResponderEliminarCumprimentos,
Perdeste um dos melhores vinhos da feira! Só! ;)
ResponderEliminarRaios #$%&$$#%%#$$#$$##
ResponderEliminarPrometi,vou cumprir.Comecemos pelo meu ponto de vista como expositor.
EliminarFoi a primeira vez que participei num evento deste género e para ser franco gostei bastante,mesmo para o meu feitio,contacto directo com os consumidores,muito bom,pode-se explicar com facilidade o nosso ponto de vista sobre o produto que temos,sem ter que usar floreados.Um senão, numero de dias e numero de horas,bastante cansativo.
Presença de bastantes bloggers internacionais é verdade,também tive lá a visita deles.Presença de figuras oficiais,presidente da camara de Lisboa e ministra Assunção Cristas,pelo menos do meu lado de expositores,percorreram quase todas as bancadas dos gourmets e o lado do vinho pouco visitado,inclusive no programa do Julio Isidro que eu tenha visto o vinho também passou ao lado.
Num telefonema que fiz para a CVR de Lisboa,fiz o meu protesto pela falta de presença de um representante pelo menos nos dias mais importantes, a resposta que obti foi que esteve lá um membro do secretariado,não faço ideia quem seja o sujeito pois não lhe vi a cor dos olhos.Pagamos para estar nestes eventos e nem sequer fazem uma visita aos produtores pelos quais são responsáveis,boa politica.Não posso deixar de fazer o mesmo reparo que o Hugo Mendes,deviam estar em peso os produtores da região de Lisboa,depois queixam-se,é pena.
Bem sei que o evento destina-se a dar no fundo a conhecer o bom trabalho que os nossos chefes de cozinha fazem com o peixe,embora pense que a parte dos expositores foi pouco divulgada,nesse aspecto podia ser melhor.
Outro problema,o bilhete que dava acesso a um menu de degustação,devia dar como alternativa que os produtores também pudessem vender vinho a copo.Havia muito boa gente que, volta na volta, a meio do jantar ou mesmo no fim dirigiam-se aos produtores para lhes encherem os copos e voltavam para o jantar,houve alturas em que até pensei que tinha ali uma fonte que brotava vinho,tal a quantidade de garrafas abertas,haviam outros que iam mais cedo e começavam a picar nos gourmets e bebendo copos,em seguida jantavam,uma festa.
Espaço de refeições,pequeno,penso eu,também não sei como podem dar a volta ao assunto.A partir das 20h30m era só bichas,os primeiros três dias ainda me enganaram,devido à afluência de pessoas um pouco antes dessa hora e durante o jantar quando dava por mim só conseguia jantar às 23h30m.
Giros os programas que tinham conferencias e pequenos cursos de cozinha,infelizmente não pude tirar proveito disso fica para a próxima.
Estacionamento,uma vergonha,nem quero falar disso.
Preço de bilhetes,seviram para filtrar quem lá entrava,recebi a informação de quem lá esteve no ano passado quando o numero de convites foi muito superior que o evento tendo mais pessoas foi menos produtivo que este ano.Penso que deviam arranjar uma maneira para as pessoas que vão mais que um dia terem uma benesse.Não sei se é possivel,mas devia haver um passe para aquelas pessoas que estão ligadas ao sector do vinho,a começar pelos bloggers,parecendo que não,são também responsáveis pela divulgação destes eventos.
Em relação a vinhos,tenho a agradecer as palavras do Carlos Janeiro sobre os da Quinta das Carrafouchas,dou-te razão no 2009,esteve paradinho da cabeça e agora começou a tomar juizo,estamos a falar de um ser vivo que tem vontade própria,mas tem bom feitio e vai chegar onde queremos,tem uns pais exigentes,um na rua e outro na Adega.
Não posso deixar de fazer aqui um elogio aqui ao Hugo Mendes pelo Espumante Rosé Bruto,não gosto de espumante nem de Rosé.Este enrolou-me,muito bom,gostava que fosse meu.
Grande comentário sim senhor Antonio Maria. Colocas o dedo na ferida. Algumas já as tinha apontado eu e o Hugo Mendes mas mais uma ou outra não fica mal.
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