sábado, 28 de junho de 2025

Quinta dos Currais Síria 2022 Branco

QUINTA DOS CURRAIS SÍRIA 2022 BRANCO | BEIRA INTERIOR | 13,5% | PVP  5,49€
SÍRIA
QUINTA DOS CURRAIS SOCIEDADE AGRÍCOLA UNIPESSOAL, LDA
17

Este Síria da Beira Interior é um velho conhecido que nunca me deixa ficar mal. Confesso que ainda não consigo decidir se gostarei mais dele assim jovem e cheio de nervo ou se com um longo tratamento de beleza do tempo, com toda a certeza dependerá do momento.
Confesso que é a primeira vez que me curuzo com ele assim, de imagem renovada, mas o perfil elegante, fresco e vibrante manté-se. Uma certeza nesta gama de preço.
Cor amarelo citrino com nuances esverdeadas, luminoso, aspecto límpido e jovem. No nariz, mais do que as notas de fruta madura fresca, tropicais e citrinos bem casados, destaque para o carácter mineral vincado, pedra lascada, num registo de enorme elegância e finesse. Boca de médio volume, textura macia, acidez vibrante, com boa tensão, travo limonado, toranja, salino, persistência de final de boca prolongado.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Quinta das Bágeiras Espumante Super Reserva Bruto Natural 2021 Branco

QUINTA DAS BÁGEIRAS SUPER RESERVA BRUTO NATURAL 2021 BRANCO | BAIRRADA | 13% | PVP  16,50€
MARIA GOMES, BICAL
QUINTA DAS BÁGEIRAS, LDA
17

Se com temperaturas mais amenas já é uma companhia acertada, com calor o espumante acaba por ser referência obrigatória antes, durante e depois de qualquer refeição. Este Super Reserva, com um perfil mais clássico e com estágio de 24 meses em cave antes do degorgement, apela à presença à mesa. Mais fruta, mais gordo, mas com uma secura de excecional qualidade e finura, parece crescer à mesa com pratos de alguma complexidade e untuosidade extra.
Cor amarelo citrino intenso, mostrando bolha muito fina e persistente, reflexos palha, límpido e brilhante. Plano aromático num registo mais frutado, com notas de maça, pêssego, ameixa amarela e casca de limão, ligeira nota de geleia e fruto seco, amplitude e complexidade. Boca com mousse fresca e arejada, revela mais corpo do que o esperado, com a fruta citrina a ganhar destaque neste patamar, acidez fina, perfil seco, salivante, conjunto equilibrado, mas mostrando também alguma força, com final de boca longo e sequinho.

1836 Companhia das Lezírias Grande Reserva 2012 Tinto

1836 COMPANHIA DAS LEZÍRIAS GRANDE RESERVA 2012 TINTO | TEJO | 15% | PVP  40€
ALICANTE BOUSCHET (VINHAS VELHAS)
COMPANHIA DAS LEZÍRIAS, SA
17,5

O poder do tempo num grande vinho é algo maravilhoso. Quando, pela primeira vez, provei este 2012 no ano do seu lançamento, entusiasmou-me, percebi que estava perante um enorme Alicante Bouschet do Tejo, fiquei ainda com a certeza do seu potencial de guarda a longo prazo. Estava então longe de imaginar que o iria encontrar tanto tempo depois e confirmar todas as expectativas criadas nesse primeiro momento. Mantém uma jovialidade considerável, com muitas das características desse primeiro contacto ainda a marcarem o perfil, embora agora com a mão do tempo a conferir-lhe maturidade, solidez e um polimento de arestas mais habituais na raça da juventude. Está um verdadeiro Senhor à mesa e vai continuar em boa forma por mais uns anos.
Visualmente ainda com pouca nota da passagem do tempo mantendo o vermelho na sua cor, tonalidade granada, média concentração, muito leves reflexos casca de cebola, aspecto límpido. No nariz revela a fruta preta madura, ainda com fresca percepção e com alguma compota de ameixa, continuando a ter a seu lado a componente especiada, folha de tabaco seca, caixa de charuto, um sem número de pequenas coisas que vão chegando à medida que respira, desafiante. Boca com volume, cheio, com estrutura, textura macia, aveludada, com secura provocadora e de bom comprimento, persistente, encostada à fruta, que ainda cá está bem bonita, tanino polido, especiado envolvente, largo, sedutor, equilibrado, com longo final de boca.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Quinta dos Abibes Bical 2019 Branco

QUINTA DOS ABIBES BICAL 2019 BRANCO | BAIRRADA | 13% | PVP  28€
BICAL
QUINTA DOS ABIBES VITIVINICULTURA, LDA 
17,5

A Bical, casta autóctone portuguesa com origem na região da Bairrada e uma das suas mais emblemáticas castas, dá vida, a solo, a um branco muito expressivo aromaticamente, vibrante e fresco, mostrando um casamento feliz com a passagem por barrica e revelando ser de potencial enorme para guarda por muitos anos. 
Cor amarelo citrino intenso, tonalidade esverdeada e ligeiros reflexos palha, aspecto límpido e jovem. Nariz elegante, revelador de notas de fruta de polpa amarela e exótica maduras, pitada de fruto citrino como tempero, com a presença das notas da estada em barrica num registo subtil e carga mineral bem medida, com leve terroso, resultando num perfil de grande frescura. Volumoso na prova de boca, textura macia, de acidez vibrante e incisiva, com tensão e prolongamento considerável, muita fruta e sabor, largo, amplo, apontamento especiado, longo e elegante final de boca.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Costa Boal 50 Years Old Tawny Port

COSTA BOAL 50 YEARS OLD TAWNY PORT | PORTO | 20% | PVP  335€
CASTAS TRADICIONAIS DO DOURO 
COSTA BOAL FAMILY ESTATES, LDA
ENGARRAFADO EM 2023
19

Teremos sempre muitos e bons motivos para abrir um vinho especial como este e poucos motivos ou forças que nos obriguem à sua guarda por muitos mais anos. Naturalmente podemos escolher guardá-lo para aquele momento que julgaremos, quem sabe, mais especial ainda do que celebrar o momento, a vida e a possibilidade de experimentar tamanha generosidade. 
Há quem o prefira com sobremesas, já por aqui a ligação acontece com mais frequência com queijos, com um bom Serra da Estrela ou Queijo de Azeitão, todavia o nosso verdadeiro guilty pleasure é acompanhá-lo com uma mão cheia de amêndoas torradas polvilhadas com sal. 
Cor âmbar intenso, mais escuro e denso, com reflexos esverdeados, aspecto límpido e brilhante. Plano aromático rico e complexo, expressivo, oferecendo notas de fruto seco torrado, avelã, noz, algum toffee, caramelo mais puxado, leve toque de café, fruta passa e cristalizada, casca de laranja confeitada, registo exótico, especiaria, poderoso e elegante. Boca com volume, num perfil de equilíbrio, textura macia, aveludada, untuosa, ponto de doçura bem medido, acidez vivaz, notas de fruto seco envolvido em caramelo, nougat, bolo inglês, com a faceta especiada bem presente, envolvendo e despertando os sentidos, com término de boca longo e persistente.

domingo, 22 de junho de 2025

Porta dos Cavaleiros Reserva 2019 Tinto

PORTA DOS CAVALEIROS RESERVA 2019 TINTO | DÃO | 13% | PVP 10,85€
TOURIGA NACIONAL, ALFROCHEIRO, JAEN
CAVES SÃO JOÃO - SOCIEDADE DOS VINHOS IRMÃOS UNIDOS, LDA
17

Um rótulo com história no vinho português, reconhecido pela sua qualidade e generosidade na capacidade de guarda, ao mesmo tempo que impressiona desde logo que é lançado para o mercado. Este 2019 não é uma novidade, mas é a colheita mais recente, quando vamos a meio de 2025, e encontra-se num momento de forma notável. Prazeroso a beber à mesa e uma relação qualidade-preço-longevidade como poucos. Compra obrigatória.
Cor vermelho rubi retinto, fechado e denso, anel luminoso de tonalidade violácea, aspecto límpido e jovem. No nariz cativa-nos de imediato pelo seu bouquet fresco e harmonioso, no qual a fruta vermelha e preta se mostra madura e airosa, entrelaçada nas notas bem medidas de violetas e nas que ganhou pela sua passagem em barricas de carvalho francês por cerca de 6 meses, leve torrefacção, cacau, balsâmicos e especiados frescos, componente vegetal ligada, rico e envolvente. Boca encorpada e com estrutura, ao mesmo tempo com uma finesse e frescura imensa, textura macia, aveludada, acidez séria, no ponto, revelando subtileza na forma como seca o palato e nos pede por comida, fruta sumarenta e saborosa, tanino redondo, sem se esconder, pitada vegetal, final de boca longo e persistente.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

D. Graça Reserva Viosinho 2023 Branco

D. GRAÇA RESERVA VIOSINHO 2023 BRANCO | DOURO | 13,5% | PVP  9,59€
VIOSINHO
VINILOURENÇO, LDA
17

Um dos Viosinho que vale a pena ter por perto quando precisamos de frescura e acidez vibrante, o peixe na grelha já começou a deitar pingo e o verão está à porta. Para além disso, conta com um preço não proibitivo, que faz dele uma excelente opção em termos de preço-qualidade. Vai deixar muita gente contente nesta onda de calor.
Cor amarelo citrino, intenso, aberto e luminoso, com nuances esverdeadas, aspecto límpido e jovem. No nariz marca a fruta fresca, citrino e fruta de pomar, limão, toranja e maça verde, seguida por camada mineral, pedregosa, pedra molhada, frescura imensa. Boca com volume médio, untuosidade tímida, amanteigado subtil,  revelando acidez vibrante, salina, fruta sumarenta e alegre, com comprimento de final de boca longo.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Quinta da Boavista | A multiplicidade do terroir e a identidade das vinhas velhas

A Quinta da Boavista,  um ex-libris do Douro, é reconhecida desde a primeira demarcação da região vinícola do Douro, datada de 1756. Documentada está também a presença da Quinta da Boavista nos célebres mapas de Joseph James Forrester, do século XIX. Durante o século XX, a Quinta passou por tempos desafiantes, tendo estado nas mãos de vários proprietários que trouxeram o seu know-how até à produção vitícola dos vinhos da Boavista. Em 2020, a quinta foi adquirida pelo Grupo Sogevinus, actualmente Kopke Group,  um dos maiores grupos de vinhos do Douro. 
 
Localizada na sub-região do Cima-Corgo, perto do Pinhão, na margem direita do Douro, e com uma vista soberba sobre o rio, a Quinta da Boavista é uma das propriedades mais icónicas da região demarcada, conhecida não só pela sua ligação histórica ao Barão de Forrester, mas também pelos seus 36 hectares de vinhas de alta qualidade.

Nas vinhas velhas, as castas nativas eram tradicionalmente plantadas juntas para produzir lotes naturais de grande complexidade e riqueza. Atualmente, as castas passaram a ser plantadas separadamente, sendo cinco as mais utilizadas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinto Cão.
As vinhas espalham-se por um deslumbrante cenário geométrico de socalcos construídos à mão no xisto típico da região. Alguns terraços chegam a atingir oito metros de altura e este facto, aliado às condições extremas e à inclinação dramática, unem-se para proporcionar um terroir único. Bem preservada é hoje um ex-libris da beleza natural típica da região do Douro.

Nascem neste Terroir de eleição as mais recentes novidades desta histórica propriedade. Uma mão cheia de novos vinhos onde se incluem as mais icónicas referências. 
Quinta da Boavista Vinha do Levante 2022 branco, Boa-Vista Alicante Bouschet 2021 tinto, Boa-Vista Reserva 2021 tinto, Quinta da Boavista Vinha do Oratório 2021 e Quinta da Boavista Vinha do Ujo 2021 tinto.

QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO LEVANTE 2022 BRANCO | DOURO | 13% | PVP  35€
ARINTO, VIOSINHO
SOGEVINUS FINE WINES, SA
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A terceira colheita daquele que é conhecido por ser o primeiro vinho branco da propriedade,  mostra-se em linha com o perfil das anteriores, revelando a frescura que as cotas mais altas da Quinta e exposição nascente da vinha, permitindo que se banhe com a luz dos primeiros raios de sol do dia, mas protegida do calor nas últimas horas do mesmo.
Elegante e complexo, num registo de equilíbrio notável, comportamento real à mesa e com potencial de guarda evidente.
Cor amarelo citrino definido, brilhante e cristalino, tonalidade palha, aspecto límpido e jovem. No nariz oferece elegância, mostrando notas de fruta de pomar e citrina madura, alperce, pêssego, melão e toranja, pitada floral, barrica integrada, leve fumado em fundo, especiaria fina, componente salina, pedra lascada. Na prova de boca agarra-nos desde o início, algum volume e untuosidade, largo, uma cremosidade fina, acidez vibrante e prolongada, fruta airosa e saborosa, surgindo também aqui o leve toque da especiaria, conjunto linear,  prazeroso e com final de boca longo e persistente.

BOA-VISTA ALICANTE BOUSCHET 2021 TINTO | DOURO | 13% | PVP  28€
ALICANTE BOUSCHET
SOGEVINUS FINE WINES, SA
17,5

A casta Alicante Bouschet, que apesar de mais associada ao Alentejo tem também a sua pegada no Douro e na Quinta da Boavista, evidenciando-se, de tal forma, pela positiva na colheita de 2021, principalmente pela sua estrutura e concentração, que era impossível não o lançar no mercado. É ainda um menino, cheio de força e energia, com anos de (boa) vida pela frente, mas com presença de destaque numa mesa onde tenha receituário regional à base de carne como companhia.
Cor vermelho com tonalidade violácea de média concentração, com maior densidade no núcleo, aspecto límpido e jovem. Aromas exuberantes a fruta vermelha e preta maduras, ameixa e cereja preta, acompanhada por notas de mato seco e especiarias mais salientes, ligeiro hortícola fresco, complexo e desafiante. Boca cheia de estrutura, robusto e musculado, cheio de força, textura macia, acidez vincada, salivante, tanino opulento, a aguardar por mais tempo na garrafa, mas que ao mesmo tempo nos agarra e cativa, terminando longo no final de boca.

BOA-VISTA RESERVA 2021 TINTO | DOURO | 13% | PVP  45€
TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, TINTO CÃO, VINHA VELHA
SOGEVINUS FINE WINES, SA
18

Aquele que para mim é um clássico formado da Quinta da Boavista, num registo muito bem desenhado e preciso que é obrigatório conhecer. Junta a identidade única da vinha velha a castas selecionadas de vinha mais recente, refletindo não só um blend do tipo de uva, mas também um blend de micro-terroirs da propriedade, funcionando tudo como um pêndulo que lhe garante harmonia, carácter singular e elegância. Este 2021 está fabuloso.
Cor vermelho rubi de média concentração, auréola luminosa, aspecto límpido e jovial. Complexo e rico no plano aromático, com a fruta preta madura e fresca numa primeira camada, toque citrino, casca de laranja, perfumado floral bem medido, alguma presença de bosque, muita especiaria, caixa de charuto e balsâmico fresco. Boca segura, volumosa e cheia, concentrado, mas elegante, de textura macia e aveludada, acidez vivaz, num ponto de equilíbrio, deixando a fruta brilhar, aqui também com apontamentos citrinos e frescos, tanino polido e denso, num conjunto que funciona em plena harmonia, que dá prazer a beber e cujo final de boca se mostra a perder de vista.

QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO UJO 2021 TINTO | DOURO | 14% | PVP  125€
VINHAS VELHAS
SOGEVINUS FINE WINES, SA
19

A vinha do Ujo foi plantada em data anterior ao seu registo, em 1930, e as suas mais de 25 castas espalham-se por pequenos patamares horizontais pré-filoxéricos, com exposição a norte, traduzindo uma diversidade só possível de encontrar em vinhas tão antigas.
Num ano particularmente mais fresco e de maturações mais lentas, a face mais fresca deste vinho é ainda mais marcada, contudo não deixando de ter a identidade Douro. Cair em paixoneta por ele é muito fácil. À mesa caça de pelo com tempo de cozedura. Javali, de qualquer maneira e feitio.
Cor rubi de média concentração, tonalidade violácea, lágrima definida no copo, aspecto límpido e jovem. No plano aromático mostra-se rico e complexo, num caminho de elegância e delicadeza, com a fruta vermelha e preta maduras, cereja preta, aneixo e romã, componente de bosque mais expressiva, pinhal, caruma verde, algum mato seco, balsâmico envolvente e fresco, componente especiada, registo fresco e desafiante. Boca que nos remete ao silêncio, volume e estrutura, elegância e equilíbrio, gracioso, sedutor e prazeroso, textura macia e aveludada de textura, acidez precisa, reta, num prolongamento delicado, fruta saborosa e cheia, tanino polido, mas fino, tudo parece fazer sentido desde o início da prova, conjunto uno e com final de boca prolongado, muito prolongado.

QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO ORATÓRIO 2021 TINTO | DOURO | 14% | PVP  125€
VINHAS VELHAS
SOGEVINUS FINE WINES, SA
18,5

A Vinha do Oratório, que dá vida a este vinho e cujas uvas provêm de uma só parcela com o nome de Oratório devido aos seus impressionantes terraços ondulados com quase oito metros de altura (ver terceira fotografia desta publicação), conta com mais de 90 anos de vida, marcam a paisagem e fazem com que a concentração e a complexidade de perfil do vinho seja assegurada.
Merece tempo, tempo de garrafa, mas tempo para apreciar na sua plenitude. Abrir a garrafa algumas horas antes de o beber, passá-lo ao decante, manter-lhe a temperatura nos 16/17º (ir subir um pouco depois de cair no copo), oferecer-lhe um copo largo, fechar os olhos e beber, apreciar, juntar comida nascida no Douro, um polvo na panela de ferro, sem esquecer a boa companhia. Este vinho não se bebe a sozinho.
Cor vermelho de tonalidade púrpura, concentrado, aspecto límpido e jovem. No plano aromático nota para a pureza e elegância da fruta vermelha e preta maduras, fruto azul de bago, com floral expressivo, e fresco, ladeado por notas finas de torrefação, fumados, especiaria, balsâmico fresco, complexo, rico e desafiante. Repete a sensação de complexidade e riqueza na prova de boca, bela estrutura, textura macia e aveludada, acidez vibrante, viva, secura salivante, tanino poderoso, real, com término de boca longo e persistente. Bem-vindos ao Douro.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Chatgris Vin Orange NV

CHATGRIS VIN ORANGE NV | LANGUEDOC (FR) | 15% | PVP  19€
GRENACHE GRIS
JEFF CARREL SAS
17,5

O gato laranja no rótulo roubou-me a atenção no momento da escolha deste vinho, mas o facto de ser apresentado como um Orange Wine também condicionou a decisão. É um facto que este tipo de vinho, quando bem feito, me encanta cada vez mais principalmente quando a temporada primavera-verão começa a marcar a sua presença.
Ainda assim acaba por ser um vinho num registo inesperado e peculiar, quase fazendo lembrar, pelas notas mais oxidativas e de flor, um amontilhado ou um manzanilla de Jerez. Estranha-se, mas entranha-se e passado pouco tempo estamos a desejar ter mais uma garrafa no frio. Tem um comportamento à mesa notável, parece casar com tudo, desde peixe a carne, entradas, queijos e fumados, presunto. Vai fazer com que continue a querer conhecer mais Orange Wines.
Cor alaranjada intenso, com alguma densidade, mas luminoso, de aspecto límpido e brilhante. Bouquet aromático exuberante, com ligeiro oxidado e notas florais numa primeira aproximação, oferecendo depois fruto seco e passa, citrinos, muita especiaria exótica e componente terrosa, resultando num conjunto rico e desafiante. Boca texturada, mordiscável, com toque oxidativo discreto, mas atrativo, secura salivante, acidez vibrante, frescura imensa, com sabor, com comprimento, faz pensar em comida, envolvente, harmonioso, dando muito prazer a beber e terminando longo e persistente. 

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Defio x Carlos Raposo Vinhas Velhas 2023 Branco

DEFIO X CARLOS RAPOSO VINHAS VELHAS 2023 BRANCO | DÃO | 13% | PVP  47€
VINHAS VELHAS
DEFIO WINES E CARLOS RAPOSO VINHOS UNIPESSOAL, LDA
18

Posso afirmar, sem qualquer dúvida, que este é a garrafa de vinho com o rótulo mais estranho que alguma vez me terá passado pelas mãos, todavia, ao mesmo tempo, é capaz de ser a ideia mais original e irreverente de se homenagear um produto tão nosso, como é o Burel. O rótulo foi produzido à mão com lã de ovelhas de raças autóctones da Serra da Estrela, é à prova de água e tem o seu design pensado e personalizado pela empresa portuguesa de design a Burel Factory. 
O vinho tem ainda mais uma história para contar. Fala de amizade. Num primeiro patamar, entre Sara Matos e Ana Sofia Oliveira, e logo no seguinte, de ambas com produtores e viticultores de várias regiões do País que foram conhecendo e, neste caso particular, com Carlos Raposo. A vinha velha com mais de 70 anos na sub-região de Terras de Senhorim, no Dão, um blend de mais de 15 castas brancas portuguesas, vinificadas em conjunto e sem desengace, e com fermentação e estágio numa cuba de betão de 1000 litros. No nosso copo cai um vinho de extrema delicadeza e precisão, mostrando-se o terroir, o lado mais floral, acidez que nos acende o palato e a fruta bonita sem máscaras. Sugere-se a ostra da ria formosa como ligação natural, pela finesse, pelo salino e pelo prazer que esta ligação nos dá.
Cor amarelo citrino com reflexos esverdeados, luminoso e brilhante, aspecto límpido e jovem. Nariz delicado e fino, com as notas de fruta de pomar e citrina madura, em pleno enlace com pincelada floral e despertador salino, pedregoso, fresco e desafiante. Elegante e fino na prova de boca, com bem medida untuosidade e largura, revela-se macio de textura, vibrante de acidez, com secura bem-vinda, a chamar por comida, num registo muito preciso e com a fruta a mostrar-se sem máscaras, bonita, num conjunto harmonioso, com término de boca longo e persistente.

sábado, 14 de junho de 2025

Lagoalva Sauvignon Blanc 2024 Branco

LAGOALVA SAUVIGNON BLANC 2024 BRANCO | TEJO | 11,5% | PVP  6,99€
SAUVIGNON BLANC
QUINTA DA LAGOALVA VINHOS, SA
16,5
 
O monovarietal Sauvignon Blanc completa o trio de novidades em conjunto com o rosé e o branco sendo que, embora também com participação no blend do branco, é aqui, a solo, que são mais expressivas as características desta variedade. Registo elegante, acidez vibrante e precisa, com tudo muito arrumado e harmonioso. 
Cor amarelo citrino com reflexos esverdeados, luminoso, aspecto límpido e jovem. Elegante de aromas, revelando fruto citrino, toranja, vegetal bem presente, algum hortícola verde, espargos, faceta mineral e pedregosa. Revela maior expressão da casta na prova de boca, cheio de garra e vivaz, acidez acutilante, secura fina e persistente, textura macia, untuosidade mais contida, perfil leve e com término de boca longo e persistente.

Lagoalva 2024 Branco

LAGOALVA 2024 BRANCO | TEJO | 11,5% | PVP  5,49€
FERNÃO PIRES, ARINTO, SAUVIGNON BLANC
QUINTA DA LAGOALVA VINHOS, SA
16

No seguimento do lançamento pela Quinta de Lagoalva dos primeiros vinhos da colheita de 2024, este branco, com base num blend em que a Fernão Pires tem a maior colaboração, segue os princípios do rosé, deixando a fruta fresca brilhar, apostando num registo de baixo teor alcoólico e muita frescura e pronto para ir à mesa em companhia das refeições mais costumeiras da época quente.  
Cor amarelo citrino, nuances esverdeadas evidentes, aberto, luminoso, aspecto límpido, brilhante e jovem. No plano aromático apresenta-se com notas de fruta de pomar e citrina fresca, apontamento tropical discreto, cativante e fresco. Revela equilíbrio e boa acidez de boca, textura macia, fruta sumarenta,  com leve sensação de doçura, leveza de perfil e final de boca longo.

Lagoalva 2024 Rosé

LAGOALVA 2024 ROSÉ | TEJO | 10,5% | PVP  5,49€
TOURIGA NACIONAL, SYRAH
QUINTA DA LAGOALVA VINHOS, SA
16

Na altura certa para aproveitar os dias solarengos da primavera e início do verão, quando apetece a esplanada e as refeições leves, quando queremos frescura e descontração e quando no copo queremos vinhos que se alinhem neste cenário. A Quinta de Lagoalva lança agora três vinhos que servem como uma luva no que acabei de escrever. Este é o Rosé, no qual a fruta vermelha se mostra muito fresca, num registo mais leve, sequinho e que se bebe com muita facilidade.  
Cor rosa salmão claro, tonalidade casca de damasco, luminoso, aspecto límpido e jovem. No nariz notas de fruta vermelhas fresca, morango e framboesa, alguma nêspera e muita frescura. Boca precisa, acidez bem colocada, em equilíbrio, perfil seco, fruta vermelha sumarenta, alguma toranja, muito directo e com final de boca longo.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Herdade do Portocarro Partage 2021 Branco

HERDADE DO PORTOCARRO PARTAGE 2021 BRANCO | PENÍNSULA DE SETÚBAL | 12% | PVP  39,90€
SERCIAL
JOSÉ R A. L. DA MOTA CAPITÃO
17,5

Se há vinho em que é correcto aplicar o termo "fora-da-caixa" é este Partage feito 100% a partir da casta Sercial, tão habitual de ser encontrada em vinhos fortificados Madeira, mas que aqui, aproveitando também a proximidade ao mar das vinhas que lhe dão origem, se transforma num vinho que tem tanto de prazeroso como de enigmático, que nos faz estremecer as bases que podemos ter como certas e que impressiona pelo registo salino, mineral e vibrante, com a fruta de pomar e citrina entrelaçada em notas florais e até algum petrolado. Uma bela dança entre acidez, complexidade e corpo.
Uma clara opção para a mesa, podendo ser uma opção para picar com fatias de presunto, muxama com um fio de azeite e frutos secos, queijos de pasta mole e de média intensidade, mas também para acompanhar uma tarde dedicada a abrir conservas de peixe da mais variada espécie.
Cor amarelo de tonalidade e reflexos dourados, intenso, aspecto límpido e cativante. Exuberante de aromas, fruta de pomar e citrina madura, maça verde, toranja e bergamota, componente floral bem casada, marcado salino, fino toque de melaço e traço petrolado, num perfil fresco e complexo. Mais cheio e untuoso na prova de boca, textura macia, acidez vibrante e salivante, voltando à maça verde, ao sal, numa brincadeira saudável com sensação mais adocicada e especiado picante, terminando longo e persistente.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Pintia 2018 Tinto

PINTIA 2018 TINTO | TORO (ESP) | 15% | PVP  69,49€
TINTA DE TORO
BODEGAS Y VIÑEDOS PINTIA, SA
17,5

O poder e a pujança da Tinta de Toro num perfil de elegância e equilíbrio notáveis, com enorme potencial de guarda e um parceiro de eleição para a mesa quando nela temos pratos onde as carnes vermelhas e de caça marcam presença.
Este 2018 revela-se num registo bem carregado de fruta e com as notas de barrica a reforçarem-no em largura e profundidade. Sempre num jogo de forças entre esta face mais robusta e voluptuosa, e uma outra face onde a frescura e precisão do conjunto sobressaem. Talvez tenha sido cedo para o abrir, todavia aposto num regresso a curto prazo, em principio para 2028.
Cor vermelho de tonalidade granada, média concentração, embora mais denso e fechado no núcleo, límpido e jovem. Plano aromático no qual a fruta vermelha e preta madura se destaca, leve sensação compotada, componente especiada bem presente, balsâmico e terroso fresco, algum cacau, sente-se o trabalho das barricas, que não se sobrepõem à fruta, que complementam o bouquet aromático. Na boca revela volume e estrutura, textura macia e aveludada, com acidez num registo de secura evidente, prolongada e com tensão que se junta à fruta preta e às notas mais especiadas, com tanino firme embora sedoso e sedutor, pitada vegetal em final de boca que termina longo e persistente.

Duro - Um regresso aos restaurantes clássicos de Lisboa

Lisboa tem um novo Duro, que chega à cidade pronto a resgatar o conceito dos restaurantes clássicos, em que a alta qualidade do produto e os sabores autênticos se sobrepõem aos excessos da apresentação no prato. Com foco na gastronomia nacional, são assumidas as inspirações francesas e espanholas, à luz de outros tempos, que fascinavam a Lisboa do início do séc. XX, trazendo consigo uma combinação de elementos tradicionais com tendências de modernidade e sofisticação.     
 
Ocupa um lugar que estava decadente e abandonado e que agora, restaurado, faz brilhar os olhos de quem por ali passa. À entrada, um corredor de luz, com garrafas a apontar o caminho, mostra que a cozinha não tem segredos, com uma visão privilegiada para a mesma, e leva a uma sala de teto alto, com um longo balcão que parece continuo até ao final da sala e uma montra de marisco e peixe fresco que impressiona. 
 
O Duro traz também consigo a magia do Cocktail que tanto pode funcionar como um momento pré refeição, especialmente ao final do dia ou como momento pós refeição, como continuidade à noite e numa ode a uma experiência completa. É neste ponto que a equipa conta com Diogo Parreira e Diogo Cruz, ao comando da carta de cocktails, com oferta bastante diversificada, nos fazem o primeiro convite da noite para uma entrada diferente na refeição.
 
Na cozinha, o chef Sandro Farinho aceitou o desafio de liderar a equipa que traz consigo a experiência em outros restaurantes do grupo, mas que aqui aplica uma cozinha mais sofisticada e direcionada, preferindo uma abordagem que mistura o clássico e o contemporâneo e que nos transporta numa verdadeira viagem por cores, aromas e sabores diferenciados.
 
Para começar e junto com o couvert composto por pão, azeitonas e duas manteigas, uma fresca e sem sabores e outra de ervas, Croquetes de Leitão e Crustáceos, sabor intenso e ainda quentinhos, tendo por base leitão confitado, lavagante, lagosta e camarão de Moçambique, uma maionese de gamba listada no topo. Começar desta forma fez aumentar as expectativas.
 
Seguimos para os clássicos. O Carpaccio de Atum Vermelho com Ovo de Codorniz Estrelado fez as honras da casa. Verdadeiramente delicioso. Há que enrolar e envolver o ovo no atum, de seguida fechar os olhos e aguardar pela explosão controlada de sabores na boca. 
 
O Tártaro de Novilho com Tostas de Pão Brioche trouxe de volta a arte do serviço de mesa nos preparar ao vivo e a cores à beira da nossa mesa um clássico francês que se banalizou com o tempo e que agora parece regressar aos tempos áureos. Este é um dos locais aconselhados pelo Comer, Beber e Lazer.
 
Destaco de seguida os Ovos Rotos com Carabineiro, num momento de inovação e com base num clássico espanhol, somente incrível em sabor e texturas. Momento puro de gula. Batata frita, ovo estrelado no ponto, carabineiro fumado. Viva o sabor!
 
O prato de peixe oferece os aromas, a textura e o sabor intenso de um Arroz de Forno de Robalo e Gambas cozinhado na perfeição. Atingir o ponto de equilíbrio entre o arroz quase caramelizado nos sucos de um caldo do pexe e de marisco, os produtos dispostos por cima do arroz e a elegância e finesse da composição não se configura como tarefa fácil, mas temos este presente.
 

No prato de carne, com pompa e circunstância, sua realeza o Chateaubriand que é apresentado de forma sublime e singular, mas cujo momento não consegue brilhar tanto como a qualidade da carne, verdadeiramente extraordinária e num ponto fantástico de cozedura. Talvez o momento da noite pois com ele foi possível conhecer os seus acompanhamentos, também eles a merecer um devido destaque. Puré de Batata com Queijo da Ilha DOP 24 meses, Batata Assada no forno com Chalotas, Batata Frita com ervas frescas, Risotto de Semolina com Trufa e Legumes Salteados.
 
Quando chegamos à parte mais doce da refeição, mantemos o registo seguido até ao momento de deambular pelos clássicos, não só nos nomes, como na forma como nos chegam à mesa. A finesse do Mil Folhas de Limão Merengado. a Mousse de Chocolate e Avelã servida à colher e a Tarte de Maça com Gelado.
 
Um ponto (ou dois) extra para o serviço de vinho, a qualidade e diversidade da carta de vinho. Uma oferta nacional extensa, complementada com referências internacionais que adicionam magia às harmonizações com a comida. 

Um lugar de bem comer e de bem estar, ao qual vale a pena regressar.
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DURO

Tipo de Cozinha: Clássica, Portugal, França e Espanha
Copos de Vinho Adequados: Sim
Vinho a Copo: Sim
Estacionamento: Parque Privado Gratuito
Preço médio sem bebidas: 70€ (excluíndo menú executivo)
Horários: Domingo, terça, quarta e quinta das 12h00 à 00h00 (a cozinha encerra às 23h00) | Sexta e sábado, das 12h00 às 02h00 (a cozinha encerra à meia-noite). Encerrado à segunda-feira.
 
Morada: Rua Dom Luís I, Nº 32
              1200-151 LISBOA
         
Telefone:  +351 926 472 698

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Susana Esteban Foudre 2022 Branco

SUSANA ESTEBAN FOUDRE 2022 BRANCO | ALENTEJO | 12,5% | PVP  60€
VINHAS VELHAS
SUSANA ESTEBAN UNIPESSOAL, LDA
18,5

A vinha velha, com mais de 80 anos de idade, da Serra de São Mamede é o berço deste vinho que Susana Esteban decide vinificar num Foudre Alsaciano de 1961 com 1150 litros de capacidade e onde ficou em solo de beleza durante 16 longos meses.
Resulta num vinho de grande dimensão, de complexidade singular, de elegância e equilíbrio notável, acrescentando-lhe o potencial de guarda por anos a perder de vista. Um blend feito na vinha e que se completa à mesa quando na companhia de peixe e mariscos frescos ou pratos de origem asiática. 
Cor amarelo de tonalidade palha, reflexos aloirados, aspecto límpido, brilhante e jovem. Plano aromático rico e complexo, num jogo de equilíbrio entre a sua intensidade e elegância, mostrando a fruta citrina madura e fresca, toranja, limão galego e alguma raspa de casca de laranja, com componente floral perfumada bem casada, notas de especiarias fina, integrada, traço mineral, solo molhado, pedregoso, fresco e desafiante. Boca de médio volume, largura e untuosidade de boca afinada, textura macia, acidez vibrante e com tensão, secura fina e prolongada, fruta citrino sumarento, carga mineral mais evidente, pleno de precisão e profundidade, com longo final de boca.

sábado, 7 de junho de 2025

Quinta dos Roques Encruzado 2023 Branco

QUINTA DOS ROQUES ENCRUZADO 2023 BRANCO | DÃO | 14,5% | PVP  21,90€
ENCRUZADO
QUINTA DOS ROQUES, LDA
17,5

De regresso à casta Encruzado num registo onde é ela a protagonista em parceria com o terroir onde nasce. Deixamos as notas de barricas apenas para tempero fino e abraçamos a fruta, o lado salino e pedregoso e o prazer de o beber à mesa com peixes mais gordos e suculentos ou carnes trabalhadas em cozinha asiática. 
Cor amarelo citrino, leves reflexos esverdeados, aberto, luminoso, límpido e de aspecto jovem. Elegante e fresco de aromas, fruta de polpa amarela madura, pêssego, nectarina e melão, tempero citrino, presença da passagem por barrica quase imperceptível, pimenta branca, notas salinas, pedra lascada, Boca de volume médio, textura macia e cremosa, acidez vibrante e num belo ponto de tensão, chamando por comida, secando o palato, num jogo de equilíbrio entre a fruta sumarenta, o pendor mineral e o longo comprimento final.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Canard-Duchêne Millésime Brut 2015 Branco

CANARD-DUCHÊNE MILLÉSIME BRUT 2015 BRANCO | CHAMPAGNE (FRA) | 12% | PVP  44€
PINOT MEUNIER, CHARDONNAY, PINOT NOIR
CANARD DUCHÊNE
16,5

Criado a partir de um blend de Pinot Meunier, Chardonnay e Pinot Noir com proporções iguais, num mais frutado e citrino e menos chegado à notas de panificação, muita frescura, secura salivante e enorme adaptabilidade para se juntar à mesa. Uma ligação de sucesso e pouco sugerida será servi-lo à sobremesa, com uma pavlova de frutos tropicais embebido em chantilly com leve presença de gengibre.
Cor amarelo com tonalidade palha, com alguns reflexos mais aloirados, límpido, brilhante e jovem, oferecendo a bolha muito fina e persistente. No plano olfativo interessantes notas mais citrinas e de fruta de polpa amarela frescas, alperce, nectarinas, pêssego ainda verde e alguma maça verde, toque floral e fina perceção de panificação, brioche, biscoitos de manteiga, embora sempre com o perfil mais frutado em destaque. Na boca brinda-nos com boa mousse, envolvente e leve, registo seco, com notas citrinas, toranja e bergamota, alguma cremosidade, num plano elevado de frescura e equilíbrio, com término de boca longo e elegante.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Dona Anca Grande Reserva 2020 Tinto

DONA ANCA GRANDE RESERVA 2020 TINTO | TEJO | 14,5% | PVP  24,90€
TOURIGA NACIONAL, CABERNET SAUVIGNON
ANCA NICOLETA POLANA MARTINS
17,5

A garrafa deste Grande Reserva veste-se de forma elegante e cativante ao olhar, atrai a atenção, cativa e impele a compra. Belo trabalho neste capítulo que muitas vezes representa o motivo que determina a compra de um vinho que se desconhece. Parabéns!
Perfil complexo e volumoso, com a fruta muito exuberante e as notas dadas pela barrica a juntarem-se num conjunto que pede comida, pratos de carnes vermelhas, e que se beba a uma temperatura mais baixa, pelos 16º, por forma a disfrutar dele na sua plenitude. Evidência ser também uma boa opção de guarda. 
Cor vermelho de tonalidade granada, concentrado, mostrando auréola mais luminosa, aspecto límpido e jovem. No plano aromático oferece um registo de equilíbrio entre as notas de fruta preta madura, mais exuberantes, e as notas que lhe chegam pela passagem por barrica, muito bem integradas, como bolo de chocolate negro, algum fruto silvestre, muita especiaria e notas balsâmicas, componente terrosa, bosque, torrados subtis e apontamento floral bem medido, adicionando frescura e elegância ao bouquet. Boca com estrutura e volume, algo denso, textura aveludada e macia, acidez equilibrada, com boa secura, a pedir comida, fruta madura, mais quente, tanino polido, elegante e sedutor, com comprimento final de boca longo e persistente.

terça-feira, 3 de junho de 2025

Herdade de São Miguel Colheita Seleccionada 2024 Branco

HERDADE DE SÃO MIGUEL COLHEITA SELECCIONADA 2023 BRANCO | ALENTEJO | 12,5% | PVP  5,49€
ANTÃO VAZ, ARINTO, VERDELHO, VIOGNIER
CASA RELVAS, LDAA
15,5

Um branco no qual destaco a sua leveza, frescura e boa fruta, como também aponto a sua capacidade de,  no plano olfativo no guiar para um perfil com notas que nos poderiam indicar um vinho mais doce, mas na boca nos oferecer acidez e secura bem colocadas, num registo mais preciso e seco e com potencial de bom casamento com comida, como também sem ela, num dia mais quente. 
Cor amarelo citrino, com nuances esverdeadas, aspecto límpido, jovem e brilhante. Aroma muito fresco e frutado, com fruta tropical e de polpa amarela maduras, pitada citrina fresca, pincelada floral, sensação mais doce com nota de coco ralado e alguma baunilha, nota amanteigada. Surpreende na prova de boca com registo vivaz e acidez bem colocada, vibrante e com comprimento, textura macia e de volume médio, revelando a fruta sumarenta, casca de limão, saborosa, equilibrado, boa largura e com comprimento de final de boca generoso.

Herdade de São Miguel Colheita Seleccionada 2023 Tinto

HERDADE DE SÃO MIGUEL COLHEITA SELECCIONADA 2023 TINTO | ALENTEJO | 14% | PVP  5,49€
ALICANTE BOUCHET, SYRAH, TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, OUTRAS
CASA RELVAS, LDA
16

Um daqueles para colocar na lista de boa opção para consumo no dia-a-dia, com uma relação preço-qualidade vencedora e com grande versatilidade quando bebido à refeição, quer com pratos de carne vermelha, opção mais directa, quer com massas, prato de peixe mais gordo ou mesmo alguns queijos no início ou final da contenda. A beber jovem, enquanto mostra a sua fruta e frescura num ponto de forma e equilíbrio em estado de prontidão.
Cor rubi intenso, média concentração, luminoso, aspecto límpido e jovem. Plano aromático exuberante, com a fruta vermelha e preta maduras, ameixa, amora, fruto de bago azul, especiarias, pimentas, leve vegetal, envolvente fresca e pronta. Boca de médio volume, textura macia, aveludada, acidez equilibrada, fruta preta sumarenta e saborosa, tanino maduro e polido, muito pronto a beber, conjunto harmonioso com final de boca longo.