sexta-feira, 30 de maio de 2025

Lajido Fine Old Reserve 2008

LAJIDO FINE OLD RESERVE 2008 | DO PICO | 18% | PVP  54€
VERDELHO
COOPERATIVA VITIVINÍCOLA DA ILHA DO PICO
17,5

Feito a partir de Verdelho de vinhas plantadas em currais a escassos metros do mar. Interrupção da fermentação com adição de aguardente vínica criteriosamente selecionada e estágio em cascos velhos de carvalho durante 15 anos até ao momento do loteamento no seu estado mais maduro. O chão de rocha basáltica onde as videiras são plantadas, a proximidade ao mar, os ventos salinos e a mão do homem na construção dos currais são a poção mágica e terroir único para um vinho licoroso também ele único. 
Se não for bebido a solo, com a temperatura mais refrescada, aconselho vivamente a experimentar a ligação com queijos fortes, queijos azuis e presunto finamente cortado. Ligações fantásticas.
Cor âmbar aberto e luminoso, leve esverdeado, aspecto límpido e brilhante. Plano aromático rico e complexo, num registo salino, onde a fruta desidratada, a casca de laranja, muita laranja, fruto seco torrado, pitada fumada, especiaria, canela, ligeira nota iodada, registo fresco. Na prova de boca marca a envolvência e cremosidade da sua textura, aliada a acidez vibrante, muita salina, oferecendo a fruta citrina fresca e passa num enlace feliz com as notas de frutos secos torrados, harmonioso e com final de boca longo.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

La Chapelle de L´Hermitage 2007 Tinto

LA CHAPELLE DE L´HERMITAGE 2007 TINTO | RHONE/HERMITAGE (FRA) | 14% | PVP  156€
SYRAH
PAUL JABOULET AÎNÉ
18

A passagem dos longos anos de adormecimento em garrafa acalmaram a exuberância e maior rebeldia com que deve ter saído para o mercado à cerca de 15 anos e, apesar da colheita de 2007 não ser uma das melhores do produtor, confirma que este vinho só começa a valer a pena após 10 anos de vida. Aberto com algumas horas de antecedência, não beneficiou da temperatura um pouco acima do ideal no início de prova, revelando-se à medida que ia abrindo no copo. 
Será presença de luxo numa mesa onde a carne, nas suas mais variadas "formas", se faça representar no prato, embora o veja como tiro certeiro para assados no forno ou peças de caça de pelo.
Este produtor francês tem uma das mais longas histórias entre produtores de vinho e comerciantes de vinho do mundo. Fundada originalmente em 1834 por Antoine Jaboulet no Vale do Rhône Norte, a empresa atualmente pertence à família Frey, que possui inúmeras propriedades dedicadas à produção do vinho, representadas por diversas marcas no seu portfólio.
Cor vermelho com tonalidade atijolada, casca de cebola, média concentração, luminoso e mais aberto, aspecto límpido, dando nota de alguma idade. No plano aromático revela ainda muita frescura, oferecendo num registo mais subtil e tímido a fruta preta madura, cereja e alguma ameixa, pincelada floral, fino fumado, alguma torrefação, café,  componente de bosque, cedros, pitada vegetal fugaz,  especiado exótico envolvente e desafiante. Boca de volume médio, envolvente, textura macia e aveludada, mostrando vivacidade, mas já sem arestas, com secura gradual, prolongada, deixando a fruta preta continuar a marcar presença, cheia de sabor e de tanino polido e sedutor, sem ser pesado, mas elegante e equilibrado. O final de boca é longo e persistente.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Herdade dos Cardeais - Os Primeiros Vinhos do Alentejo Com Identidade Costa Boal Family Estates

E
is os primeiros vinhos do Alentejo com identidade Costa Boal Family Estates. Depois de adquirir a Herdade dos Cardeais na sub-região de Estremoz e de estrear a enologia de Paulo Nunes na região vitivinícola do Alentejo, a Costa Boal Family Estates consolida a aposta realizada neste terroir, ao lançar no mercado os primeiros vinhos com viticultura e enologia próprias, totalmente feitos pela equipa da casa e com imagem reformulada. 
Da Herdade dos Cardeais e com a assinatura na enologia de Paulo Nunes, saem quatro novidades, duas em branco e duas em tinto, que apostam num perfil que se quer expressão perfeita de toda a identidade da região, com intervenção minimalista quer na viticultura, quer na enologia, elegância, frescura, respeito pela tradição orientada a um piscar de olhos ao futuro. 
Com presença sólida e consolidada nas regiões do Douro e Trás-Os-Montes a Costa Boal decide, num passo estratégico, expandir operação a sul, na região do Alentejo, Estremoz, com 10 hectares de vinha com castas tintas e brancas. 
 
MONTE DOS CARDEAIS RESERVA 2023 BRANCO | ALENTEJO | 13% | 12€
CHARDONNAY, ANTÃO VAZ
HERDADE DOS CARDEAIS - SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
16,5
Cor amarelo citrino, leves reflexos esverdeados, aberto e luminoso, aspecto límpido e jovem. Aromas com intensidade, revelando a fruta de pomar, em particular fruta de polpa amarela fresca, citrino maduro, com leve apontamento vegetal, com fino recorte mineral em fundo. Boca de volume médio, cheio de vida e de acidez vibrante, com boa tensão, em contrabalanço com um registo que poderia ser mais gordo, mas se mostra elegante e fresco, com a fruta sumarenta e cheia de sabor, prazeroso e com final de boca longo.

QUINTA DOS CARDEAIS GRANDE RESERVA 2022 BRANCO | ALENTEJO | 12,5% | 35€
ARINTO, ANTÃO VAZ, ROUPEIRO
HERDADE DOS CARDEAIS - SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
18
Cor amarelo citrino aberto, tonalidade esverdeada, aspecto límpido e jovem. No plano aromático destaca-se a sua elegância e precisão do bouquet, com a fruta citrina e de caroço maduras e frescas, bergamota, toranja, ameixa amarela e alperce, num casamento perfeito com as notas de passagem por barrica, completamente ligada, e notas salinas, pedregosas, quartzo molhado. Boca com volume, larga e com profundidade, textura macia, com ligeira untuosidade e uma acidez vibrante, com nervo, que nos seca o palato de forma gradual, prazeroso a beber e com um final a perder de vista. Está a crescer. Potencial de guarda enorme.

MONTE DOS CARDEAIS RESERVA 2020 TINTO | ALENTEJO | 14,5% | 12€
ALICANTE BOUSCHET, SYRAH
HERDADE DOS CARDEAIS - SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
16,5
Cor vermelho rubi de média concentração, auréola com reflexos luminosos, aspecto límpido e jovem. No nariz brilha a fruta vermelha e preta maduras, alguma compota de fruto silvestre, barrica integrada, pitada fumada, nota de cacau e especiarias, mentolado fresco em fundo. Na prova de boca continua a transmitir a frescura do conjunto já percecionada no nariz, textura macia, embora não opulenta e densa, acidez salivante de bom comprimento, mostrando a fruta bonita e fresca, tanino polido, equilíbrio notável, término de boca longo e persistente. 
 
QUINTA DOS CARDEAIS GRANDE RESERVA 2020 TINTO | ALENTEJO | 14,5% | 35€
ALICANTE BOUSCHET, CABERNET SAUVIGNON, PETIT VERDOT 
HERDADE DOS CARDEAIS - SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
17,5
Cor vermelho rubi concentrado, tonalidade granada vivo, aspecto límpido e jovem. A alicante bosuchet é apresentada como a base e as restantes castas como um tempero deste blend onde, no nariz nos oferece a fruta preta madura, amora silvestre e ameixa preta, nota de cacau, tostado mais saliente, tinta-da-china, forte componente especiada, complexo e vivo. Estrutura e volume de boca, num registo de elegância e mais frescura do que se esperava, de textura quase mastigável, cheio, tanino pronto, mas Senhor, salivante, puxando o prato para a nossa beira, final de boca com comprimento e robustez. 

O ano de 2020 marca a chegada da Costa Boal Family Estates ao Alentejo, com a aquisição da Herdade dos Cardeais, com 10 hectares de vinha e adega. Monte dos Cardeais e Quinta do Cardeais, foram os primeiros vinhos a chegar ao mercado, sob a chancela da Costa Boal Family Estates.
Na Herdade, situada numa região fresca e com predominância dos solos de xisto, destacam-se, maioritariamente, castas tintas, plantadas há mais de duas décadas, como são exemplos a Aragonês, Syrah, Cabernet de Sauvignon, Petit Verdot e a Alicante Bouschet. Dos talhões de castas brancas, destacam-se Antão Vaz, Roupeiro e Arinto.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Dona Sylvia Grande Reserva 2017 Tinto

DONA SYLVIA GRANDE RESERVA 2017 TINTO | DOURO | 14,5% | PVP  52€
VINHAS VELHAS
QUINTA DOS FRADES - FRACASTEL COMÉRCIO DE VINHOS SOC. UNIPESSOAL, LDA
18

O poder da vinha velha duriense com mais de 100 anos de idade, composta por mais de 23 castas e com o complemento do descanso de beleza em barrica de carvalho francês por 12 meses e 12 meses adicionais de descanso em garrafa conferem a este tinto uma estrutura e complexidade assente na fruta preta madura e suculenta, aninhada nas notas trazidas pelo estágio em barrica, num conjunto equilibrado pela sua acidez vivaz e refrescante e um tanino, que embora mais sedutor e envolvente, se apresenta firme e, também ele, num registo mais fresco. O ano de 2017 foi atipicamente mais quente do que o habitual, com um inverno mais soalheiro e seco, tendo no verão, em junho, sido registada a temperatura média mais elevada desde 1980. Esta colheita do Dona Sylvia é expressão do ano e da sua singularidade.
Na hora de o abrir há que ter em atenção a sua temperatura, um bocadinho mais baixa que o habitual para os tintos, e fazê-lo com algum tempo de antecedência (30 a 60 minutos) antes de o começar a beber. Junte-lhe comida regional à base de carnes vermelhas, pratos com sabor e estrutura, assados no forno, comida de tacho e boa companhia para o partilhar.
Cor vermelho rubi, tonalidade granada, média concentração, mais denso e fechado no núcleo, aspecto límpido e jovem. No nariz mostra um bouquet rico e complexo, oferecendo a fruta preta madura bastante expressiva e envolvida nas notas da passagem por barrica. Amora Silvestre, ameixa e cereja preta, esteva e mato seco, bosque, pinhal, nota de fumo, muita especiaria, balsâmico, caixa de charuto, cacau, nota de frescura a todo o comprimento, hortelã da ribeira, mentolado. Boca que confirma a sua complexidade e riqueza, corpulento, volumoso, grande estrutura, macio, texturado, com uma vivacidade notável, acidez no ponto, secura fina, prolongada, tanino sedutor, envolvente, com marca da sua presença, com a fruta e as notas de barrica bem casadas, jogando entre si, ganhando quem o está a beber, com término de boca longo e persistente.

sábado, 24 de maio de 2025

Quinta do Vale Meão 2017 Tinto

QUINTA DO VALE MEÃO 2017 TINTO | DOURO | 14% | PVP  190€
TOURIGA FRANCA,TOURIGA NACIONAL,TINTA BARROCA,TINTA RORIZ
F. OLAZABAL & FILHOS, LDA
19

Nasce numa das míticas Quintas da "Ferreirinha", talvez mesmo a mais importante na sua História, com inicio da plantação da vinha em 1887, na margem do Rio Douro, em terrenos de puro mato adquiridos por Dona Antónia Adelaide Ferreira ao Município de Vila Nova de Foz Côa,
A colheita de 2017 está num momento de forma elevadíssimo, sendo talvez aquele que mais me impressionou até ao dia de hoje. Num curto espaço de 2 meses tive o privilégio de abrir duas garrafas e em ambas as ocasiões se mostrou com estrondo. Talvez a idade ideal para ser bebido? Desconheço, mas o prazer a beber, esse, não me esqueço.
Cor vermelho rubi de média concentração, tonalidade violácea, aspecto límpido e jovem. No nariz, elegante, mas rico e complexo, apresenta a fruta preta madura, ameixa, cereja, aroma, fruto de bago, de bosque, floral fresco, esteva, violeta, barrica integrada, ligeiro fumo, tostados, especiaria, folha de tabaco, balsâmico fresco e envolvente, com envolvente em sombra a hortelã, caruma, resina. Boca com estrutura e volume, cheia, textura macia, aveludada, acidez fina, secura salivante, fruta bem chegada ao lado mais vegetal e especiado, harmonioso, tanino presente, sólido, mas polido, conjunto enorme, prazer enorme longo final de boca.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Pranto Vinhas Antigas 2022 Branco

PRANTO VINHAS ANTIGAS 2022 BRANCO | BEIRA ATLÂNTICO | 14% | PVP  23€
FERNÃO PIRES, VINHAS VELHAS
RUI ANTÓNIO RODRIGUES FRANCISCO
17

Continuamos à descoberta dos vinhos das Terras de Sicó. No copo um branco feito a partir de vinhas velhas, nas quais o Fernão Pires sobressai, mas que contará, com toda a certeza, com outras habituais no encepamento mais antigo como a Bical ou a Cercial.
Um branco com carácter mais outono-inverno, com dimensão e estrutura, que se vai dando quase como que por camadas, tanto no plano olfativo como gustativo, crescendo no copo e mostrando não só a vinha velha de um terroir muito particular, a importância da Fernão Pires no blend natural e a mão de quem o criou.
Este quer comidinha de tacho ou de forno como um peixe assado, uma caldeirada de peixe e marisco ou um queijo de pasta mole com alguma intensidade no final da refeição. 
Cor amarelo intenso, mais concentrado, tonalidade dourada, aspecto límpido e cativante. No nariz apresenta-se de forma mais exuberante, revelando complexidade e riqueza, oferecendo a fruta de pomar madura, maça, pêra, algum marmelo e leve traço de geleia numa primeira camada, seguindo-se a fruta de polpa amarela e algum citrino, pitada de flor branca, pólen, barrica integrada, acrescentando, todavia, algum peso ao bouquet. Na prova de boca temos um branco com corpo e estrutura, cheio, textura macia e com alguma untuosidade, com largura, boa acidez no balanceamento do conjunto e da fruta sumarenta de polpa amarela, casca de laranja, alguma fruta desidratada, envolvendo o palato, puxando a comida e terminando longo e persistente.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Herdade de Vale Feitoso Azeite Virgem Extra

HERDADE DE VALE FEITOSO AZEITE VIRGEM EXTRA | C 2024 | AC 0,5% | PVP  20€
IDANHA-A-NOVA
CORDOVIL DE CASTELO BRANCO, CARRASQUEIRA, BICAL, GALEGA
ALTAS QUINTAS EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA E VINÍCOLA, SA

Vencedor da medalha de Ouro no 14º Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra - Prémios CA OVIBEJA, no qual estiveram cerca de 100 azeites diferentes a concurso de uma dezena de países, este azeite conquista pela intensidade aromática e pela harmonia notável entre as notas mais verdes, os amargos e os picantes. Muito expressivo, com a notas de relva cortada, amêndoa verde e rúcula, perfeito para ligar à mesa no tempero de saladas mais compostas e elaboradas, assim como, numa mousse de chocolate caseira, fazer sobressair todo o sabor de uma sobremesa tão tradicional.
Cor amarelo-esverdeado aberto e luminoso*. Aroma intenso e expressivo, fruta verde, relva acabada de cortar, amêndoa verde cortada, rúcula e alcachofra. Boca no mesmo registo de intensidade e notas mais verdes, sobressaindo o equilíbrio de amargo e picante final. Saboroso e persistente.

*A cor não é um parâmetro de qualidade, mas sim resultado da variedade e grau de maturação do azeite. No entanto, consideramos importante dar nota da mesma.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Ravasqueira Vinha das Romãs Blanc De Noirs 2024 Branco

RAVASQUEIRA VINHA DAS ROMÃS BLANC DE NOIR 2024 BRANCO | ALENTEJO | 13% | PVP 20,90 €
TOURIGA FRANCA, SYRAH
RAVASQUEIRA VINHOS, SA
17,5

A versatilidade das castas tintas da Vinha das Romãs na produção de um branco de grande elegância, frescura e elasticidade à mesa começa a ser, colheita após colheita, cada vez mais uma aposta ganha. A nova colheita trás um pouco mais de cor, mantém o registo de equilibrio, elegância e frescura do ano anterior, adiciona-lhe um pouco mais de conforto e estabilidade do perfil.
À mesa continuo a dedicar-lhe pratos à base de peixe mais gordo, mariscos cozidos, todavia sem deixar de pensar nele para massas italianas, pizzas e cozinha asiática.
Cor amarelo citrino, reflexos casca de alperce e leves esverdeados, aspecto límpido, jovem e brilhante.  Discreto e delicado no nariz, com fruta fresca em destaque, citrino, fruto de pomar, pêssego, maçã, pêra, melão e lichia, floral subtil, toque tostado e vinco mineral a temperar. Boca de médio volume, boa largura e cremosidade, macio, acidez fina e prolongada, bem colocada, a secar o palato sem mostrar o dente, fruta fresca, conjunto harmonioso, envolvente e com final de boca longo e persistente. 

terça-feira, 20 de maio de 2025

Sult - A Reinterpretação dos Clássicos Italianos, o Minimalismo Nórdico e a Alma do Brasil

O
chef Nélson Soares abriu, há cerca de 1 ano, em Cascais,  na lateral da Lota de Cascais, no centro da Vila, agora renovada e toda moderna, o restaurante Sult, que na sua origem, em dinamarquês, significa "fome", oferecendo um menu criativo, de inspiração transalpina, mas integrando também uma variedade incrível de produtos locais. Não deixa de ser engraçado como a paixão de um chef Brasileiro, apaixonado pela cozinha Italiana, fez nascer em Portugal um restaurante com nome inspirado na Dinamarca.
 
O conceito deste projecto, já validado e distinguido no Sult Botafogo no Rio de Janeiro, é baseado no minimalismo nórdico e com o objectivo de reinterpretação do clássico restaurante italiano, tentado que cada prato tenha no máximo 5 ingredientes, foco na qualidade e frecura do produto, maximizando o sabor autêntico e garantindo uma experiência mais próxima da verdadeira. 
A viagem acontece num registo de simplicidade, embora com muita criatividade no processo, oferecendo sabor, muito sabor, e um sorriso rasgado no final de cada prato.

A experiência tem inicio num couvert mais robusto e completo no qual a experiência do Chef pela cozinha do mundo se mostra evidente. O Pão de Fermentação Natural, o Pão com Chouriço, o Grissini de Polvinho com Pecorino, a Manteiga dos Açores com Flor de Sal, o Azeite da Beira Interior e a Azeitona Siciliana.  Uma proposta cheia de sabor e de características singulares que funciona também como desbloqueador de conversa entre os comensais e preparação para o que viria a seguir. 

Continuamos em modo viagem com a Ostra do Sado com Ponzu Siciliano, brilhando a ostra, brilhando o que a acompanha, com a nota citrina e do cebolete a transmitir um centelha singular à entrada. 
 
Ainda em modo Antipasti chega à mesa um clássico de Piemonte, uma espécie de versão italiana do tártaro de carne numa conjungação incrível de sabores e com a avelã tostada e crocante a dar uma amplitude notável a este momento.  A Carne Cruda, Avelãs e Queijo Grana Padano vem acompanhada de tostas que são uma autêntica tentação ao pecado da gula e ao sentimento de vergonha. Devia existir take away em saquinhos já prontos. 
 
O Arancini de Alheira com Fonduta de Queijo de Azeitão e Arroz da Sardenha representou o momento finger food degustado em dois passos. No primeiro passo, com uma trinca cirúrgica pela metade, tentou-se trazer o máximo de fonduta e o segundo passo, com a segunda metade, tentou-se não deixar fonduta no fundo do prato. Ficando... ainda pudemos recorrer ao pão.  

O nosso Mar chega pouco depois nas Lulinhas à Gremolata salteadas com tomates confitados, vinho branco e ervas frescas. Mais uma vez a qualidade do produto e a essência dos ingredientes base para um salto de sabor intenso e de harmonia no prato. 
 
Deixamos os Antipasti para trás e seguimos para os Piati com um prato muito bonito e delicado e que arranca um ruidoso silêncio à mesa. Tortellini de Espargos e Mascarpone,  numa base de molho de gemas, queijo pecorino e trufas. Se nada mais viesse para a mesa poderiamos dizer que fechavamos com chave de ouro. Remete para a clássica carbonara, mas sem a carne de porco e com uma leveza e delicadeza incríveis.
 
A carne surgiu a seguir no Cappelletti de Língua Bovina num cama de batata doce e caldo da cozedura da carne amanteigado. Para quem diz que não gosta da língua da dita cuja e aqui encontra motivos para contrariar essa preferência. Sabor, sabor e sabor.

Um dos meus preferidos do dia chega logo a seguir com uma massa clássica da Sardenha a servir de base a um conjunto de fechar os olhos. Fregola, Polvo e Tutano num teste à nossa força de controle em não atacar o prato com pedaços de pão. Quase em jeito de risotto, mas com pequenos botões de fregola e um momento de se quer repetir. Este é daqueles que nos faz regressar vezes sem conta.
 

Por último, não podia faltar a aclamada e reconhecida Lasanha Sult, visualmente desconcertante e onde tudo e nada parece fazer sentido, mas que na boca se mostra como uma das lasanhas mais saborasas que alguma vez comi. O parmesão e o molho rotti caseiro com aquele granulado crocante são elementos chave para o sucesso do prato. 

Obrigatório é também finalizar a refeição com  algo doce e clássico, neste caso com o Tiramisú da Casa, de Pistácio, com a consistência e textura no ponto, sabor e anterior à vibe pistácio com tudo. Termina-se em fresco e equilibrio.
 
A experiência na gastronomia italiana é também riquissima na vertente vínica e, para nossa felicidade, o chef Nélson Soares é também um apaixonado pelo mundo do vinho. Nem podia ser de outra forma.
Deste modo, a carta de vinhos do restaurante é bastante alargada, diversificada, com destaque para os vinhos naturais e biodinâmicos, mas também nos estilos mais clássicos, bem como Champagne. Copos adequados, temperaturas no ponto, aquele carinho especial no tratamento de cada garrafinha.

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SULT

Tipo de Cozinha: Autor, Fine Dining, Italiano, Brasileiro, Mundo
Copos de Vinho Adequados: Sim
Vinho a Copo: Sim
Estacionamento: Fácil (Público - Pago)
Preço médio sem bebidas: 55€
Horários: Encerra domingo ao jantar e segunda-feira
 
Morada: Rua das Flores, N° 10
              2750-642 CASCAIS
         
Telefone:  +351 910 549 593

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Howard's Folly Sonhador 2023 Branco

HOWARD'S FOLLY SONHADOR 2023 BRANCO | ALENTEJO | 12,5% | PVP  13,99€
FIELD BLEND
HOWARD'S FOLLY - HILL VALLEY LIMITED
16,5

As vinhas velhas de Portalegre, nos contrafortes graníticos da Serra de São Mamede, onde as temperaturas se mostram mais baixas, são berço para este branco harmonioso, de vertente mineral e fruta de qualidade e com grande aptidão para se juntar à mesa com peixe branco grelhado ou mesmo amparar pratos de peixe com mais complexidade e sabor.
Cor amarelo citrino, tonalidade palha, aspecto límpido e jovem. Delicado e discreto no nariz, vai crescendo em intensidade à medida que passa tempo no copo, revelando a fruta fresca em destaque, citrinos, alguma fruta de polpa amarela e pitada tropical, bem medido floral, uma barrica muito bem ligada e quase imperceptível, vinco mineral a temperar. Boca de médio volume, acidez fina e vibrante, textura macia, com a fruta sumarenta e fresca, conjunto harmonioso, onde a barrica lhe dá largura e um toque de untuosidade equilibrado, término de boca longo e persistente. 

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Dominio Del Bendito El Primer Paso 2022 Tinto

DOMINIO DEL BENDITO EL PRIMER PASO 2022 TINTO | TORO (ESP) | 15% | PVP  12,95€
TINTA DE TORO
DOMINIO DEL BENDITO, SL
17,5

Um Vigneron em Toro. Antony Terryn, um francês apaixonado por vinhas e por vinho, chegou a Toro - Zamora corria o ano de 2003, com um conceito inovador de terroir à época. Terroir é deixar a terra e as uvas falarem e depois transformá-las na adega, sendo eficiente e minimamente intervencionista. 
Este El Primer Paso, como o nome indica, é o entrada de gama nos seus vinhos, sendo uma entrada num patamar já mais elevado, onde é possível encontrar um conjunto muito equilibrado, onde a fruta assume o papel principal, muito expressiva e exuberante, com a barrica bem integrada, um pouco musculado e denso, mas num jogo de partilha e harmonia notável. Uma escolha segura, com relação qualidade-preço elevada e com potencial de guarda imenso. ¡ Santé!
Cor rubi concentrado, tonalidade púrpura, aspecto límpido e jovem. No nariz oferece a fruta vermelha e preta maduras, fruto silvestre, amora, bem acompanhado por bem medido toque de torrefação, tostado fino, chá preto, aura fresca e com complexidade inesperada. Boca com volume, estrutura média, com ganas, com alguma densidade, mas sem exagero, textura macia, secura salivante, na medida certa, mostrando tanino polido, redondo, mas firme, num conjunto prazeroso, uno, com final de boca longo e persistente.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Lés-a-Lés Quinta das Marés Colheita Tardia 2021 Branco

LÉS-A-LÉS QUINTA DAS MARÉS COLHEITA TARDIA 2021 BRANCO | LISBOA | 13% | PVP  19,95€
JAMPAL, VITAL, PETIT MASENG
PEDRO LUÍS DA CÂMARA SANTA BÁRBARA
17,5

Um colheita tardia com 30 meses de sono de beleza em barricas de carvalho francês e um blend de castas único neste tipo de vinho doce são razões suficientes para chamar à atenção até do mais distraído enófilo e simples apaixonado por um colheita tardia. Mostra-se, de forma corajosa, pois em Portugal não é fácil fazer bons colheitas tardias, mas convence desde o primeiro contacto. Elegância num registo doce que também se procura, sem cair no campo da densidade exagerada ou em camadas meladas e doces sem fim. Agarra-nos com conforto e parece crescer quando o juntamos a queijo azul, diria qualquer um, mas o pouco Stilton que cá tinha por casa foi pouco para o prazer que deu no casamento. 
Cor amarelo âmbar, tonalidade dourada, reflexos luminosos, límpido, brilhante e cativante. No nariz não de esconde tanto a podridão nobre, como a fruta passa, com alguma exuberância, mas também com equilíbrio, no qual as notas de fruta, alperce e tangerina se juntam a notas de mel, fruto seco, pitada floral e um toque fresco mais herbáceo, bouquet harmonioso, rico e intenso. Na boca apresenta-se com uma camada untuosa, macia, quase veludo, acidez marcada, vivaz, que não esconde a doçura, mas que a completa, que lhe dá alegria, que a equilibra e lhe dá sentido para nos manter interessados até ao final, longo e guloso.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Maria de Lourdes 2021 Branco

MARIA DE LOURDES 2021 BRANCO | DOURO | 13% | PVP  23,49€
GOUVEIO, VIOSINHO, RABIGATO
CARM - CASA AGRÍCOLA ROBOREDO MADEIRA, SA
17
 
Apostado na delicadeza e no traçado muito preciso do perfil, revelando finesse e frescura na fruta, trabalho de sucesso nas barricas e apontado a longevidade generosa do conjunto. Será parceiro ideal para peixe grelhado, peixe frito do rio e carnes brancas com alguma gordura no prato.   
Cor amarelo intenso, definido, de reflexos esverdeados, aspecto límpido, ainda de jovem tonalidade. Nariz elegante e de evidente perfil mineral, apresentando fruta citrina madura e fresca, fruto de pomar, maca, pêra e alperce, pincelada floral, flor branca, barrica bem integrada, muito discreta, alguma pimenta branca, tosta leve, equilibrado. Boca cheia, com volume, largo, leve cremosidade, vivaz, muito citrino, casca de laranja, toranja, manga verde, maça,texturado, acidez vibrante, entusiasmante, uno, delicado, preciso, com longo comprimento final.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Kopke Porto 30 Years Old Tawny

KOPKE PORTO 50 YEARS OLD TAWNY
| PORTO | 20% | PVP 125€*
CASTAS TRADICIONAIS DOURO
SOGEVINUS FINE WINES, SA
ENGARRAFADO EM 2007
18

A imensa frescura e elegância com que este tawny 30 anos engarrafado em 2007 se apresenta é incrível, reforçando o meu entendimento acerca dos tawnies da Kopke como pertencendo a uma muito curta de lista de produtores de excelência neste tipo de Vinho do Porto.
Num desafio ao sentidos, no qual vamos avançando quase como que página a página, camada por camada, deixando-nos rendidos à sua riqueza, complexidade e prazer a beber.
A felicidade chegou também em momento de sobremesa, na ligação com uma tarte tatin com ligeiro caramelizado e avelã tostada como topping. 
Visualmente dono de cor âmbar jovem, com nuances avermelhadas, embora já bastante desvanecidas, auréola esverdeada evidente, límpido, cativante. Nariz elegante, muito especiado e exótico, envolvendo as notas de fruta passa e fruto seco torrado, caramelo quase a passar o ponto, rebuçados da Régua, notas leves de torrefação,  alcaçuz, num registo cheio de camadas e frescura notável.  Boca volumosa, de textura aveludada, untuosidade sedutora e envolvente, de densidade bem medida e de  plano doce equilibrado, jogando com a bela acidez que oferece, com as notas de fruto torrado, amêndoa, noz e especiarias, até um caramelo salgado, frescura e elegância do principio até ao seu final, longo e persistente.
*preço do actual engarrafamento

sábado, 10 de maio de 2025

Tenor Reserva 2011 Tinto

TENOR RESERVA 2011 TINTO | ALENTEJO | 13,5% | PVP  6,49€
SYRAH, ARAGONEZ, TRINCADEIRA
HERDADE DAS MOURAS DE ARRAIOLOS, SA
14,5
 
Um tenor que, não estando desafinado, acaba por apenas cumprir, faltando algum entusiasmo após o longo descanso com quase 15 anos. Mostra a sua capacidade de resistência ao tempo, sem que as notas mais marcadas da passagem do tempo se notem, oferecendo boa fruta, perdendo na estrutura e complexidade, assim com na profundidade de boca. Pedem-se prato de carne de complexidade ajustada para lhe fazer companhia.
Cor vermelho de tonalidade granada, leve casca de cebola, aspecto límpido e escondendo alguma da sua idade. Nariz apontando à fruta vermelha e preta maduras, compotados e ligeiras especiaria, directo e pronto. Boca de médio volume, textura macia, aveludada, secura equilibrada, fruta madura, tanino polido, alguma falta de profundidade, com final de boca de média duração.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Casa dos Migueis Colheita Tardia 2019 Branco

CASA DOS MIGUEIS COLHEITA TARDIA 2019 BRANCO | DOURO | 12% | PVP  46€
VIOSINHO
PEDRO MIGUEL ALVES LOPES DA SILVA
17,5

Um colheita tardia duriense, doce, mas elegante e fresco, com boa concentração de açucares e sabor sem se tornar chato ou enjoativo a meio da viagem. Prima pelo equilíbrio e será óptima escolha para início de refeição, com harmonização salgado-doce, com um prato à base de foie gras ou para sobremesa, apostando na ligação doce-doce, com sobremesas à base de ovos e frutos secos.
Cor amarelo intenso, reflexos dourados, luminoso e brilhante, aspecto límpido e jovem. Elegante no plano aromático, fruta de polpa amarela madura, pêssego, alperce, citrinos a seu lado, tangerina, laranja, pitada tropical, manga verde, mel, chá de mel e limão fresco, faceta mineral. Boca com volume, untuosidade sem ser denso ao ponto de se tornar enjoativo, equilibrado fresco, doce bem medido, com bela acidez, envolvente, continuando a mostrar a fruta cheia de sabor e com boa persistência final de boca, longo e prazeroso.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Penfolds Bin 407 2021 Tinto

PENFOLDS BIN 407 2021 TINTO | SOUTH AUSTRALIA BLEND (AUS) | 14,5% | PVP  91 €
CABERNET SAUVIGNON
PENFOLDS WINES
18

Um blend de cabernet sauvignon provenientes das diversas regiões vitivinícolas do sul da Austrália, onde se incluem Coonawarra, Wrattonbully, McLaren Vale, Padthaway, Barossa Valley e Adelaide Hills. O melhor de diversos terroirs em contribuição para um conjunto onde a fruta se mostra com diversas faces, delineando a sua estrutura e carácter aromático. A casta Cebernet Sauvignon clássica com a fruta preta em destaque, cassis, com as notas da passagem por barrica muito bem integradas e taninos suculentos e cheios. 
Cor vermelho intenso, concentrado, auréola luminosa, aspecto límpido e jovem. Plano aromático rico e complexo, no qual a fruta preta madura e as notas florais se mostram rainhas e num casamento feliz, sensação inebriante, envolvente, com notas de chocolate, hortelã menta, amêndoa e pistácio torrados, tostado leve, barrica muito bem integrada, folha de tabaco, caixa de charuto, elegante, muito elegante, embora com a fruta aos saltos revela harmonia e frescura acima de tudo. Não desilude na prova de boca, com estrutura e volume, mas mantendo o registo de elegância, oferecendo textura macia e aveludada, acidez vivaz, com secura salivante, fruta concentrada, tanino de conforto, em sui generis embalo dos sentidos, prazeroso, direi mesmo guloso, cativante e convincente, terminando longo e persistente.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Niepoort Porto Vintage 2022

NIEPOORT PORTO VINTAGE 2022 | PORTO | 13% | PVP  72€
TOURIGA NACIONAL, TINTO CÃO, TINTA FRANCISCA, TINTA AMARELA, SOUSÃO, TINTA RORIZ, OUTRAS
NIEPOORT VINHOS, SA
19

A Niepoort continua a saber criar Portos Vintage na linha do seu perfil mais tradicional, num cuidadoso balanço entre concentração e finesse, elegância e equilíbrio imenso. O 2022 está evidentemente jovem, com a fruta em destaque, cor cerrada, ainda nos pinta o copo, mas não devemos ter receio de beber um Porto Vintage jovem, sendo a oportunidade de o conhecer e, quando mais tarde voltarmos a ele, o reconhecer com a impressão da passagem do tempo.
Quando o fazemos chegar à mesa há quem prefira escolher a ligação, mais óbvia e clássica, da sobremesa com chocolate e frutos silvestre vermelhos ou pretos. Aqui por casa a preferência recai no casamento com queijos fortes, o nacional Serra da Estrela ou os famosos queijos azuis como um maravilhoso Stilton. 
Cor retinta, concentrada, tonalidade violácea carregada, auréola arroxeada, límpido e jovem. Plano aromático rico e complexo, ao mesmo tempo revelador de grande delicadeza e finesse, elegância e sofisticação, com a fruta preta madura bonita, cereja, ameixa e muita amora, perfumado de violeta bem medido, ligeiro químico, cacau, especiaria, alcaçuz, pimenta rosa, componente fresca envolvente. Na boca segue no mesmo registo de elegância e equilíbrio perceptíveis no nariz, com volume e estrutura, denso, embora com acidez vivaz, secura fina, com um travo quase que picante, textura macia e untuosa, doce em harmonia, parece crescer a cada momento, num sem fim de camadas e com término de boca imparável.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Arundel Alicante Bouschet 2013 Tinto

ARUNDEL ALICANTE BOUSHET 2013 TINTO | IVV | 14% | PVP  130€
ALICANTE BOUSCHET
TERRANAGRO, LDA
18,5

O Joaquim Arnaud, que gosta de ser mais reconhecido como agricultor do que produtor de Vinho, tem por hábito apenas libertar os seus néctares quando os julga prontos para serem devidamente apreciados. Uma prática com a qual concordo pois encontro muitos vinhos que chegam ao mercado demasiado cedo.
Todavia, o Joaquim Arnaud vai um pouco mais longe. Não abdica desta premissa seja em que contexto for. Vai daí brinda-nos com este Alicante Bouschet fabuloso da colheita de 2013 no inicio do corrente ano de 2025. Provado às cegas e vamos todos no máximo até 2020.
Um portento de vinho. De vermelho vivo, média concentração, luminoso e sem grande marca da sua idade. Aparece no nariz muito fiel à casta, rico e complexo, aqui num registo elegante e fresco, revelando a fruta preta, com notas mais terrosos e algum couro, bem medida pitada de cacau, caixa de charuto e espexiarias. A impetuosidade e subtileza do bouquet aromático é incrível. Na boca mostra-se volumoso, encorpado e cheio de vida, mantendo a faceta de elegância e frescura já sentida nos aromas, textura macia aninhada em acisez equilibrada, boa secura, fruta bonita, bem ligada a notas especiadas, continuando a oferecer um tanino robusto num conjunto harmonioso e completo, terminando longo e prazeroso.
São apenas 1000 garrafas. É agarrar enquanto há.

domingo, 4 de maio de 2025

Quanta Terra Inteiro 2008 Tinto

QUANTA TERRA INTEIRO 2008 TINTO | DOURO | 14% | PVP  73,49€
VINHA VELHA, TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA
QUANTA TERRA SOCIEDADE DE VINHOS, LDA
18

O primeiro bilhete Inteiro da viagem pelo Douro de Celso Pereira e Jorge Alves surgiu em 2008, idealizado para ser uma edição especial, lançada 10 anos após o ano de colheita, para comemoração da vigésima colheita de vinhos Quanta Terra. A vinha velha do Douro dá vida a um vinho que parece eterno, ainda cheio de vida e com pouca nota da contagem dos anos. Não é preciso ir a correr abrir as garrafas que ainda tem. Está de boa saúde e à mesa, com um ensopado de javali e um cibo de bola de carne de Trás-Os-Montes desapareceu em pouco tempo.
Cor vermelha de média concentração, com reflexos em tons alaranjados muito discretos, aspecto límpido e de bem com a sua idade. Rico e complexo no plano aromático, muita fruta preta madura, acompanhada por notas de bosque, turfa húmida levantada, balsâmico fresco, caixa de charutos, bolo de chocolate, fresco mentolado em fundo. Boca musculada, embora oferencendo já a maciez e polimento do tempo, ainda nos mostra os dentes, vivaço, com garra, a desafiar o palato, comsecura fina e prolongada, suportando a fruta sumarenta e de tanino polido, embora, mais uma vez, não revele a verdadeira passagem do tempo, equilibrado, com boa especiaria a complementar, terminando longo e persistente.

sábado, 3 de maio de 2025

Mainada Touriga Nacional 2021 Tinto

MAINADA TOURIGA NACIONAL 2021 TINTO | ALENTEJO | 13,5% | PVP  22€
TOURIGA NACIONAL
MAINOVA SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
17

A Touriga Nacional liberta da passagem por barrica, mostrando a casta num registo mais puro, com elegância, mais pronto para agradar desde já e sendo também expressão do terroir onde nasce, dando a fruta com uma nota mais quente. Comportamento correcto e bem conseguido à mesa com cozinha italiana, massa e pizza, pratos de carne e legumes grelhados.
Cor vermelho de tonalidade violácea, concentrado, aspecto límpido e jovem. Elegância e finesse no plano aromático, com a componente floral a mostrar-se bem numa primeira camada e a fruta preta, madura e fresca, muito expressiva e convidativa, bem ligada a pitada vegetal e um traço de raspa de casca de laranja, subtil, mas a confirmar a alegria do conjunto. Boca com volume e estrutura, num plano de leveza, textura macia, aveludada, acidez ajustada, provocando boa secura, fruta preta, sabor, tanino polido e pronto, conjunto uno, sugestão vegetal no final de boca, longo e persistente.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Fondillón 50 Anos

FONDILLÓN 50 ANOS  | ALICANTE (ESP) | 22,5% | PVP  199€
MONASTRELL
BODEGAS MONÓVAR, SL
18 5

O tempo é um luxo. Estamos na presença de um Fondillón classificado como 50 anos, criado através de um processo de selecção das melhores Soleras com idade superior a 50 anos e que resultam num blend reconhecido como tendo as características de um cinquentenário. Parece que estamos na presença de um vinho fortificado, mas não, estamos na prsença de um vinho único, nascido 100% a paertir da casta Monastrell, sem adição de aguardente vínica e somente deixado ao cuidado do tempo, à sua fementação longa duração -nunca menos de 10 anos -, e às condições do terroir singular de Alicante. Casameno do outro mundo com queijos de sabor forte e de complexidade elevada, neste caso com queijos franceses, os ditos azuis, mas também com um bom Camenbert ou um Tomme de Savoie velho. Que brutalidade!
Cor âmbar escura, tonalidade acastanhada, madeira mogno, reflexos esverdeados, luminoso, límpido, cativante. Nariz com fruto seco torrado, toffe, tostados, torrefaçao, caramelo mais reduzido, salino, citrinos cristalizados, rebuçados de café, mel, figo seco, alfarroba, barrica envelhecida, complexo, rico, equilibrado e fresco. Boca vivaz, muito café toorado, grão de café, amargo, chocolate com mais de 90% de cacau, caramelo queimado, especiado, diria que ligeiro picante. acidez vivaz, vibrante, longo, persistente, final de boca tremendo, aparentando não ter fim.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Pó de Poeira 2021 Tinto

PÓ DE POEIRA 2021 TINTO | DOURO | 13% | PVP  18,75€
VINHAS VELHAS, TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, SOUSÃO
JORGE MANUEL NOBRE MOREIRA
17

O registo não engana. Elegância, frescura, fruta bonita e de qualidade, parece quase que feito a régua e esquadro, tal a sua precisão. Encontra-se num belo momento de forma e comporta-se com grande à vontade quando casado com pratos de carne, sejam eles de maior complexidade, como assados ou de longa confeção no tacho, como mais simples, como grelhados no ponto.
Cor vermelho rubi concentrado, tonalidade violácea, auréola mais aberta, aspecto límpido e jovem. Aromaticamente não se esconde de mostrar a fruta vermelha e preta maduras, num registo de imensa frescura, traço floral bem medido, aportando mais frescura e riqueza aromática, notas de fumo, especiaria, balsâmico fresco, harmonioso. Mantém o caminho da elegância e da frescura na prova de boca, vivaço, de médio volume, textura macia e acidez em equilíbrio, revelando a fruta muito bonita e airosa, sumarenta, tanino polido, conjunto uno, prazeroso, com final de boca longo e persistente.