sábado, 27 de setembro de 2025

Barca Velha 1981 Tinto

BARCA VELHA 1981 TINTO | VINHO DE MESA | 12% | PVP 700€
TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, TINTA RORIZ, TINTO CÃO
A.A. FERREIRA, SA
17,5 

Um vinho de mil e um predicados, a necessitar de mil e cuidados até chegar ao copo. E que bem que chegou ao copo. A sua abertura ocorreu cerca de seis horas antes de ser servido, com a rolha a sair por inteiro, embora a inicio colada, mas depois verificando-se que havia mirrado ligeiramente. Passagem ao decanter com muita gentileza e demora, sem pressas e sem batidas desnecessárias. Descansou e foi servido. 
O tempo fez das suas. Acrescentou-lhes coisas e retirou-lhe outras. Deixou que continuasse a brilhar, mais sénior, mais moldado pela passagem dos anos, mas ainda um vinho a dar muito prazer, mas com pressa de ser bebido pois não teria forças para muito mais.
Cor vermelho de tonalidade alaranjada e acastanhada, ainda com fina auréola de rubi luminoso, média concentração, aspecto limpo, com algum depósito. Plano aromático rico e complexo, apresentando uma fruta preta macerada, ameixa em calda, licor de ginja, tudo bem casado com as notas terceárias, notas de bolo inglês, baunilha, caixa de charuto, especiaria exótica, envolvente fresca, erva aromática, respirante. Boca de volume médio, num registo menos encorpado e mais leve e fresco, acidez vivaz, com secura fina e de prolongamento longo, envolvendo o palato de forma gradual, sem pressas, de tanino sedutor, sem arestas mas presente, num equilibrio e harmonia feliz e com término de boca longo e prazeroso.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Quinta das Carvalhas 80 Year Old Tawny Port The Impressionist | A Arte Também Se Engarrafa

A fundação da Real Companhia Velha, a mais antiga empresa portuguesa, comemora este ano 269 anos de atividade ininterrupta e celebrou a bonita data com o lançamento de dois vinhos do Porto antigos, ambos com origem no terroir único da Quinta das Carvalhas. O foco das luzes cai na estreia do Quinta das Carvalhas Porto Tawny 80 Anos, sob a designação The Impressionist, e do segundo lote do 50 Anos, o Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos, agora com a designação Edition 225 – número que alude à 2.º edição. 
 
Vinhos do Porto verdadeiramente singulares e extraordinários, criados por Pedro Silva Reis, presidente e mestre provador da Real Companhia Velha, à qual se dedica há mais de 40 anos, em estreita colaboração com o seu filho mais novo e pupilo, Tiago Silva Reis, na empresa desde 2022 e que recentemente se iniciou na arte do Vinho do Porto. Mestre e pupilo, apresentaram as novidades, unidos na criação de vinhos com intuição e sabedoria e que seguem o estilo muito próprio da Real Companhia Velha, como afirma Pedro Silva Reis: “Velhice com agradabilidade. Procuramos o carácter da idade, mas com jovialidade e elegância.” 
 
Limitada a apenas 695 garrafas, a primeira edição da Coleção Quinta das Carvalhas Porto Tawny 80 Anos é elaborada a partir de vinhos do Porto que remontam ao final do século XIX e início do século XX. Denominada The Impressionist, esta edição inspira-se na analogia entre as características deste movimento artístico e a extraordinária profundidade e contraste que largas décadas de envelhecimento em cascos de carvalho proporcionam ao Vinho do Porto.
A Coleção Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos reflete uma série de edições limitadas, cada uma criada a partir de vinhos do Porto excecionais, envelhecidos em madeira e selecionados pela sua qualidade, carácter e individualidade. Cada edição apresenta uma seleção distinta de Vinhos do Porto, produzida em quantidades limitadas e nunca repetida. 

QUINTA DAS CARVALHAS 80 YEAR OLD TAWNY PORT - THE IMPRESSIONIST | PORTO | 20% | PVP 1200€
BLEND CASTAS DO DOURO
REAL COMPANHIA VELHA, SA
20
Cor âmbar definida, predominando as nuances esverdeadas, luminoso, límpido e cativante. No plano aromático revela-se num patamar elevado de elegância e harmonia das partes, mostrando notas de frutos secos levemente torrados, creme de leite queimado, casca de laranja desidratada, figo em calda, acompanhando as notas especiadas, exóticas, ligeiro verniz, frescura imensa. Dimensão de boca impressionante, cheio e complexo, textura sedosa, aveludada, de doçura harmoniosa e profunda, de mãos dadas com uma acidez vibrante, revelando um braço de ferro equilibrado entre as notas de maior concentração e exuberância em oposição ao registo elegante e prazeroso, empurrando a continuar, terminando longo, profundo e fantástico.

QUINTA DAS CARVALHAS EDITION 225 50 YEAR OLD TAWNY PORT | PORTO | 20% | PVP 325€
BLEND CASTAS DO DOURO
REAL COMPANHIA VELHA, SA
19,5
Cor âmbar jovem, com nuance ligeiramente avermelhada, reflexos esverdeados, aspecto límpido e atrativo. Elegância e finesse de aromas, intenso, com a fruta passa mais evidente, alperce e damasco, casca de laranja desidratada, interligada com notas de verniz e frescura cítrica, presença de casco com idade avinhado, algum fruto seco torrado, componente especiada, rico, complexo e desafiante. Na prova de boca repisa o registo de elegância e frescura natural, não deixando de mostrar estrutura e volume, textura macia, aveludada, com doce muito bem medido e voltando à componente especiada e aos sabores a fruto seco, agora com menos fruta passa, com camadas e camadas de sabor, num perfil de elevada agradabilidade a beber, viciante, de término longo e persistente.

Com séculos de história, mas inquieta por natureza e com participação activa das novas gerações, a Real Companhia Velha inova e é pioneira nesta política de lançar edições limitadas e distintas nas categorias de vinhos do Porto Tawny acima de 40 anos – ou seja, 50 e 80 anos –, por assumir que são lotes irrepetíveis pela raridade das suas componentes, com origem no vasto espólio de vinhos do Porto velhos da Quinta das Carvalhas, envelhecidos em Vila Nova de Gaia.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Casa de Santar Reserva 2023 Branco

CASA DE SANTAR RESERVA 2023 BRANCO | DÃO | 13,5% | PVP  15,99€
ENCRUZADO, ARINTO, MALVASIA FINA
SOCIEDADE AGRÍCOLA DE SANTAR, SA
17

Um clássico de nome e um clássico de perfil no Dão. Elegante, encontro de forças balanceado entre as notas de fruta de polpa amarela e a notas ganhas na passagem por barrica, acidez precisa e vivaz e capacidade generosa para se juntar à mesa com pratos de peixe, marisco e carnes brancas. Revelador de potencial de guarda por muito e bons anos.  
Cor amarelo citrino intenso, tonalidade esverdeada, aspecto límpido e jovem. Nariz delicado e elegante, com fruta de pomar, fruta de polpa amarela, pêssego, damasco, nectarina e ameixa, componente citrina fresca, pitada tropical, com ligação de sucesso a notas levemente tostadas e baunilha, pimenta branca bem medida, traça mineral, pedra lascada, granito. Boca de médio volume, mantendo o perfil de elegância, textura macia, acidez vivaz secando o palato, cheio de sabor, fruta, barrica a dar largura, precisão, longo, texturado, tensão , final de boca longo e prazeroso.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2023 Branco

ADEGA DE PEGÕES COLHEITA SELECCIONADA 2023 BRANCO | PENÍNSULA DE SETÚBAL | 13% | PVP  2,99€
ARINTO, VERDELHO, CHARDONNAY, ANTÃO VAZ, FERNÃO PIRES
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE SANTO ISIDRO DE PEGÕES, CRL
15

Um branco, cujas colheitas, desde há muitos anos podem ser encontradas em praticamente todas as grandes superfícies comerciais, mantendo na sua essência o mesmo perfil e fórmula, assim como o preço. Desde que tenho lembrança da sua existência que o preço, com ou sem promoções à mistura, não ultrapassa os 2,99€. Um caso de estudo. A primeira colheita que aqui publiquei data de 2011 e o valor já era esse, embora pudesse ser encontrado mais barato. 
Continua a ter uma relação qualidade-preço elevada, embora este 2023 esteja um pouco mais pesado que anos anteriores, fazendo com que a temperatura ideal para o beber desça e se sugira manter a mesma até ao final da garrafa. A sua ligação natural à mesa é com produto do mar, peixe branco e marisco cozido. 
Cor amarelo citrino intenso, tonalidade palha, aberto e luminoso, aspecto límpido e jovem. Nariz exuberante, muita fruta de polpa amarela e tropical madura, manga, abacaxi, lima e pêssego, pitada floral, barrica ainda à solta, baunilha, sensação quente, com leves notas de mel. Boca de médio volume, textura macia e cremosa, acidez no ponto de equilíbrio, alguma secura, pouco extensa, fruta madura, mostrando uma face mais glicérica, a barrica ajuda nesse sentido, algum peso que se torna desconfortável com a subida da temperatura, termina com final de boca longo.

sábado, 20 de setembro de 2025

São Luiz Winemaker's Collection Tinto Cão 2024 Rosé

SÃO LUIZ WINEMAKER'S COLLECTION TINTO CÃO 2024 ROSÉ | DOURO | 12,5% | PVP  22 €
TINTO CÃO
SOGEVINUS FINE WINES, SA
18

A consistência com que nos brinda colheita após colheita é extraordinária. Nasce no Douro, no terroir de excepção da Quinta de São Luiz, com a Tinto Cão a revelar toda a sua plasticidade e generosidade, com as mãos conhecedoras do enólogo Ricardo Macedo. 
Tem a habilidade de nos poder fazer companhia de janeiro a dezembro, mostrando versatilidade notável à mesa, sendo um caso sério no jogo de temperaturas, mantendo um registo de elegância e sobriedade que poucos conseguem atingir.
Destacar também a atrativa relação qualidade-preço. Até aqui nos desarma. Ficamos sem desculpas para não conhecer um dos melhores cá do burgo.
Cor salmonado evidente, reflexos acobreados, intenso, aspecto límpido e jovem. No plano aromático oferece, com elegância e delicadeza, a fruta vermelha madura e fresca, morango, romã e framboesa, alguma fruta de caroço, nêspera, pincelada floral a seu lado e pitada especiada e nota mineral envolvente. Boca de volume médio, num registo de maior complexidade, textura macia, elegante, acidez bem medida, boa secura e tensão, com a fruta bonita e sumarenta, harmonioso, com final de boca longo e prazeroso.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Dievole Petrignano Chianti Classico 2020 Tinto

DIEVOLE PETRIGNANO CHIANTI CLASSICO 2020 TINTO | CHIANTI CLASSICO (ITA) | 13,5% | PVP  19,90€
SANGIOVESE
SOC. AGR. DIEVOLE, SPA
17

O Dievole Chianti Classico Petrignano, nome de uma área característica com solo rico em minerais e pedras, situada a uma altitude de cerca de 330 metros, terreno rochoso, típico da formação geológica de Monte Morello, mostra uma expressão da Sangiovese mais crua e selvagem, ainda num momento de juventude bem evidente, com estrutura, corpo e potência, que nos impele a pensar em guarda e tempo de espera. 
Ainda assim num registo muito atraente e sedutor, no qual a fruta se mostra exuberante e vibrante, sendo óptima companhia para pratos com sabor a outono e inverno.
Cor vermelho rubi de média concentração, ligeiro tijolado no bordo do copo, aspecto límpido e jovem. No nariz revela a fruta vermelha e preta silvestre maduras, fruto de bosque, cereja preta, ameixa e amora, ligadas às notas da passagem por barrica de forma muito elegante e delicada, muito equilíbrio, presenta térrea, cascalho levantado, mato seco, especiaria amadeirada, pitada de alcaçuz, e mentolado fresco a envolver. Boca detentora de estrutura e volume médios, encorpada e vivaz, volumosa, textura macia, secura fina, com a fruta suculenta, tanino fino e sedutor, conjunto harmonioso, com final de boca longo e persistente.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Poliphonia Reserva 2023 Tinto

POLIPHONIA RESERVA 2023 TINTO  | ALENTEJO | 14,5% | PVP  12€
SYRAH, ALICANTE BOUSCHET. ARAGONEZ
MONTE DOS PERDIGÕES - GRANACER ADMINISTRAÇÃO DE BENS, SA
16,5

No regresso a um vinho que já há algum tempo não me passava pelo copo, confesso que, provavelmente, já o deveria ter feito em ocasião anterior. O equilíbrio entre a fruta madura e a passagem por barrica continua a ser a nota destaque, mantendo um perfil muito democrático ao chegar à mesa onde estejam presentes "bebedores" mais ou menos exigentes. O facto é que tem um óptimo desempenho, com pratos à base de carnes vermelhas, dá prazer a beber e conseguimos perceber que continuará de boa saúde durante mais uns anos se nos apetecer guardar alguma garrafa.
Cor rubi vermelho concentrado, tonalidade violácea, aspecto límpido e jovem. No nariz encontramos a exuberância da fruta vermelha e preta maduras, ameixa preta, fruto silvestre de bago, cereja, compota acabada de fazer, juntando-se ao bouquet notas fumadas, chocolate negro, especiado fino, notas balsâmicas, harmonioso e equilibrado. Agarrou-me na prova de boca, com volume e estrutura, mas detentor de elegância distinta, textura macia, amparada por acidez vivaz, secura prolongada, provocando o palato, com a fruta madura sumarenta e cheia de sabor, especiaria a seu lado, tanino sedutor, envolvendo-nos num abraço de conforto, terminando longo e persistente.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Vinha do Baco 2024 Branco

VINHA DO BACO 2024 BRANCO | DOURO | 12,5% | PVP  6,50€
VIOSINHO, MALVASIA FINA, RABIGATO
QUINTA DO CASTELO - FRACASTEL - COMÉRCIO DE VINHOS, SOC. UNIPESSOAL, LDA
16,5

Do mesmo terroir da Quinta do Castelo onde nasce o Vinha do Baco tinto, chega o seu irmão em branco e do mesmo ano de colheita. Reforça o sentido de proposta descomplicada e prontas a beber, sendo que, neste caso, para além da frescura e elegância do perfil, linha condutora a ambos, há que destacar a fina acidez e precisão de boca. Funciona muito bem a solo, sem se tornar monótono, ao mesmo tempo tem um portamento de exceção à mesa. Uma bela escolha nesta gama de preço.
Cor amarelo citrino pálido, aberto e luminoso, tonalidade esverdeada, aspecto límpido, brilhante e jovem. No nariz surge elegante, de intensidade média, com a fruta citrina e de pomar maduras a funcionarem num casamento de sucesso, limão, pêra, ameixa, melão, traço mineral, pedregoso, muito limpo e definido. Boca de corpo médio, textura macia, com acidez bem pontuada, vibrante, perfil seco, puxa pelo palato, com a fruta de pomar a marcar pela sua frescura, muito preciso, com final de boca longo e sequinho.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Vinha do Baco 2024 Tinto

VINHA DO BACO 2024 TINTO | DOURO | 14,5% | PVP  6,40€
TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, TINTA RORIZ
QUINTA DO CASTELO - FRACASTEL - COMÉRCIO DE VINHOS, SOC. UNIPESSOAL, LDA
16

Em 1941, o Comendador Delfim Ferreira, reputado industrial e empreendedor português, adquiriu a emblemática Quinta dos Frades, em Armamar. Ao mesmo tempo, integrou ainda no património familiar uma segunda propriedade duriense, a Quinta do Castelo, localizada em Santa Marta de Penaguião. Com 43 hectares (35 de vinha), a sua origem remonta ao século XIX. Estende-se até 500 metros de altitude e esteve sempre ligada à atividade agrícola. O racional da sua aquisição prendeu-se precisamente com a reputação de qualidade dos seus vinhos e azeites.
Do terroir da Quinta do Castelo nasce a nova marca Vinha do Baco (Branco e Tinto) que chegam como propostas descomplicadas e prontas a beber, destacando pela frescura e elegância do perfil, fruta em destaque e o terroir de maior altitude a imprimir o seu cunho.
Cor vermelho rubi de média concentração, luminoso e cativante, aspecto límpido e jovem. No nariz nota de destaque para a fruta vermelha e preta maduras, fruto de bago, com frescura e elegância, pitada de casca de laranja e floral, esteva, bem medida, perfil descomplicado e seguro. Boca de volume médio, textura macia, com secura gulosa e persistente, vivaço, fruta sumarenta e saborosa, tanino pronto, mas pleno de finura, num conjunto harmonioso e uno, com final de boca longo e persistente.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

A Morcela Doce de Carviçais

Em Carviçais, pequena aldeia pertencente ao município de Torre de Moncorvo que sempre esteve e mantém-se ligada à agricultura, bem como a outras artes e ofícios, como a cestaria e as rendas e bordados, encontramos também uma riqueza gastronómica que, para além da variedade pasteleira, revela o seu expoente máximo na arte do pão e no fumeiro. A morcela doce insere-se neste património único e de excelência.

Contam-me, aqueles que ainda têm memória do passado, que era presença obrigatória no pequeno-almoço ou mata-bicho em dias de trabalhos agrícolas pesados, como a malhada, a apanha da azeitona ou em dia vindima. Funcionava como uma barrita energética dos dias antigos. Doce, com elevado valor energético e saciante complementava a necessidade de disposição física para a labuta. Era também um dos doces preferidos das crianças nos tempos idos. Para além de doce, acabava por ter o mesmo papel nutricional que tinha para os adultos. 

A sua composição muito simples revela a sua proveniência de meios pobres, um pouco como grande parte dos Nossos pratos mais emblemáticos, sendo o pão, o sangue de porco, o açúcar e por vezes a amêndoa os únicos ingredientes usados na sua confecção. Nas casas mais abastadas era frequente a substituição do açúcar por mel, mas nada mais. 

Este enchido, feio, enrugado e com aromas de fumados intenso ao lado de notas doces mantém-se vivo e muito fiel à receita original, devendo ser cozido em água, sem nada mais juntar, durante cerca de 15 minutos. Há quem goste de a comer ainda quente, mas cá em casa tem passagem pelo frio e junta-se à sobremesa com Vinho do Porto Branco e Vinho Madeira. 
Recentemente fiz questão de lhe juntar tanto um como o outro para avaliar qual seria o melhor casamento. De um lado o Kopke Porto Branco Colheita 2003 e do outro o Madeira Blandy’s Bual 10 Anos. Harmonizações perfeitas pela frescura e acidez mais vincadas de ambos e com os salgados do Madeira a conferirem uma camada extra ao momento.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Burmester Porto Vintage 1995

BURMESTER PORTO VINTAGE 1995 | PORTO | 20% | PVP  97€
VINHAS VELHAS, CASTAS TRADICIONAIS DOURO
J. W. BURMESTER & CA., LDA
18

No ano passado, por data de celebração do Dia do Vinho do Porto (Port Wine Day), tive o prazer de participar numa Masterclass dedicada aos Porto Vintage 1994 organizada pelo IVDP, celebrando os 30 anos de Vintage. Infelizmente, este ano, não podendo deslocar-me à cidade do Porto, abri este Porto Vintage de 1995, também a celebrar 30 anos e que se mostrou num momento de forma notável. 
Curiosidade para três indicações no rótulo pouco habituais. A indicação de Retinto, de Doce e Extra Selected que também figura em outros Porto Vintage que tenho na garrafeira deste produtor com idade similar. 
Curiosidades à parte, um Vintage numa forma extraordinária, que reforça a presença do Vinho do Porto como um dos melhores vinhos fortificados do mundo. 
Visualmente mantém a tonalidade avermelhada, em tons rubi, aparecendo leves alaranjados, mais aberro e luminoso, límpido e cativante. No plano aromático apresenta-se elegante e fino, limpo e com a fruta preta madura bem fresca e evidente, componente levemente compotada, fruto silvestre, lado a lado com notas de fruta passa como o figo e a tâmara, juntam-se ao bouquet notas de especiaria, chocolate negro em fundo, rico e desafiante. Na prova de boca mostra-se em grande forma, cheio de vida, com o doce em namoro aceso com a sua acidez vibrante, bela secura, mostrando a fruta passa, licorada, fruto seco torrado, enche a boca num registo elegante e prazeroso, queremos voltar e voltar, termina longo e persistente.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Boizel La Côte Premier Cru Blanc de Blancs Brut

BOIZEL LA CÔTE PREMIER CRU BLANC DES BLANCS BRUT | CHAMPAGNE (FRA) | 12% | NM | PVP  55,90€
CHARDONNAY
BOIZEL
17,5

De regresso a Champagne e aos seus vinhos. Este 100% Chardonnay é resultado de um blend de Grands Crus e Premiers Crus da Côte des Blancs para o qual cada um aporta o seu toque único e especial. Um conjunto de grande equilíbrio, no qual a primeira nota de destaque vai para a elegância e subtileza do mesmo. Primeiro contacto olfativo e gustativo impressiona. Junta à fruta citrina e maça verde uma pitada floral e uma camada de pastelaria e tostados perfeitamente integrada. Vibrante de boca e bom comprimento final. Perfeito para início de festa à mesa.
Cor amarelo citrino, tonalidade palha, aspecto jovem, com bolha finíssima e cordão persistente e vivo. Plano aromático rico e elegante, mostrando muita fruta de polpa branca, como a maça, melão e pera, algum citrino maduro, componente floral bem medida, subtil e integradas notas de pastelaria e panificação, algum fruto seco torrado, amêndoa e avelã, e brioche. Na boca somos invadidos por uma mousse leve e fresca, perfil seco e acidez crocante, com nervo e presença, continuando a mostrar a fruta fresca e o fruto seco torrado num registo de grande finura, terminando longo e persistente.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Quinta de Cidrô Arinto 2024 Branco

QUINTA DE CIDRÔ ARINTO 2024 BRANCO | DOURO | 12,5% | PVP  22€
ARINTO
REAL COMPANHIA VELHA, SA
17,5

A casta Arinto é, reconhecidamente, uma das mais emblemáticas do nosso País e, embora seja associada com mais frequência a outras regiões que não o Douro, também aqui marca presença generosa, principalmente em vinhos de lote, mas encontrando na Quinta de Cidrô terroir perfeito para o seu amadurecimento e expressão.  Ainda jovem, revela a solo o carácter fresco e mineral que o caracteriza, mostrando na prova de boca uma acidez vibrante, muito precisa e com tudo para que a passagem do tempo por ele seja de real nobreza.
Comportamento de excelência com pratos de peixe com complexidade e aquela gordurinha extra como o bacalhau ou o polvo à lagareiro, uma cataplana de choco ou uma massada de peixe. Não é vinho para se beber a temperatura demasiado baixa ou poderá perder muita da sua beleza e amplitude.
Cor amarelo citrino definido, leves reflexos esverdeados, aberto e luminoso, aspecto límpido e jovem. Plano aromático marcado pela elegância e frescura, revelando a fruta de pomar madura, ameixa, maça verde, pitada limonada, oferecendo um perfil bem vincado pelo carácter mineral, pedra lascada, sílex, envolvido em leves fumados, tostados finos e uma pimenta branca como singelo tempero. Harmonioso. Na boca revela toda a sua juventude e garra, tomando-nos pela sua acidez vibrante, tensa e com prolongamento duradouro, não esquecendo a fruta bem saborasa e sumarenta, precisão e verticalidade notável. Final de boca longo, muito longo.


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Casal das Freiras Castelão 2022 Tinto

CASAL DAS FREIRAS CASTELÃO 2022 TINTO | TEJO | 11,5% | PVP  13,99€
CASTELÃO
QUINTA CASAL DAS FREIRAS - AGROVALENTE, LDA
17

Adicionem este Castelão à vossa lista de próximas compras e preparem-se para um vinho que vos arrebatará desde o início, quer pela sua vertente de leveza e frescura, quer pela forma como a fruta vermelha se apresenta tão airosa e bonita ou mesmo pelo seu comportamento notável à mesa quando na ementa está a Nossa tradicional sardinha assada, o frango de churrasco (incrível ligação) ou um queijo menos picante, mas mais gordo. 
Cor vermelho rubi de pouca concentração, aberto, luminoso, aspecto límpido e jovem. No nariz a fruta vermelha madura toma conta da casa, morangos e framboesas, oferecendo um bouquet com muita elegância e frescura, trazendo consigo leve pitada especiada e terrosa. Boca num registo de elegância, textura macia e com ligeira cremosidade, acompanhada por bela acidez, fina e com tensão bem medida, secura salivante, fruta sumarenta, cheia de sabor, equilíbrio preciso, longo e prazeroso final de boca. 

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Pêra-Manca 2008 Branco

PÊRA-MANCA 2008 BRANCO | ALENTEJO | 13,5% | PVP  62,49€
ANTÃO VAZ, ARINTO
FUNDAÇÃO EUGÉNIO DE ALMEIDA
17,5

O perfil mais trabalhado pelo tempo e com mais notas evolutivas é, sem dúvida alguma, uma das minhas fraquezas. Quando a mão do tempo é de tal forma artista, como o foi neste branco de 2008, só me posso considerar um enófilo feliz. A abertura com algum tempo de antecedência – obrigatória – não falhou, no entanto, só após algum tempo mais de dança no copo é que, aos poucos, começou verdadeiramente a despertar e a mostrar o que ali estava. A cereja no topo do bolo aconteceu já madrugada dentro, quando de regresso a ele, agora mais sereno, se mostrou num equilíbrio e forma notável. Momento para mais umas fatias generosas de queijo e acabar com ele. O Pêra-Manca branco foi produzido pela primeira vez em 1990. Vamos continuar a acompanhar principalmente com algum tempo de garrafa.
Cor amarelo de tonalidade âmbar jovem, reflexos dourados, aspecto límpido, brilhante e atraente. No nariz mostrou necessitar tempo após a abertura, respiração, para depois começar a mostrar-se, sem esconder a passagem do tempo, sem vergonha da sua idade, mas num registo elegante, com a fruta amarela de caroço madura e citrino maturados, casca de laranja, algum fruto seco, amêndoa tostada, nota de cera de abelha, ligeiro creme brûlée, inebriante e desafiador. Boca com volume, textura macia, aveludada, acidez fina, com bom prolongamento, secura prolongada, envolvente, mostrando a fruta por camadas gustativas, com sabor, continuando a mostrar-se prazeroso e com longo final de boca.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Howard's Folly Freshco? 2023 Tinto

HOWARD'S FOLLY FRESHCO? 2023 TINTO | ALENTEJO | 12,5% | PVP  10,49€
ARAGONEZ, TRINCADEIRA
HILL VALLEY LIMITED
16

Com o nome de “Freshco” ninguém vai ao engano. De facto, o que recebemos é um vinho num registo de leveza e frescura, muito descontraído e pronto para ser bebido enquanto jovem, tendo como bónus o facto de não ser puramente glu-glu, mas de aptidão notável para a mesa, principalmente se no prato nos servirem sardinhas assadas (perfeito), pizzas e massas de cunho italiano ou um tradicional feijoada à transmontana. Cor vermelho carmim, aberto, pouco concentração, luminoso, aspecto límpido e jovem. Plano aromático no qual a fruta desemprenha o papel principal, fruto vermelho e preto silvestre, amoras, framboesa, mirtilo e groselha em conjunto com a componente floral bem medida, num registo exuberante e fresco. Na prova de boca continuamos num sentido de frescura e leveza, com a fruta sumarenta e cheia de sabor ao leme, acidez bem pontuada, prolongamento sério, tanino pronto, assim como o vinho, pronto a beber de forma prazerosa, mostrando um final de boca longo e persistente.