ANTÃO VAZ, ARINTO
FUNDAÇÃO EUGÉNIO DE ALMEIDA
17,5
O perfil mais trabalhado pelo tempo e com mais notas evolutivas é, sem dúvida alguma, uma das minhas fraquezas. Quando a mão do tempo é de tal forma artista, como o foi neste branco de 2008, só me posso considerar um enófilo feliz. A abertura com algum tempo de antecedência – obrigatória – não falhou, no entanto, só após algum tempo mais de dança no copo é que, aos poucos, começou verdadeiramente a despertar e a mostrar o que ali estava. A cereja no topo do bolo aconteceu já madrugada dentro, quando de regresso a ele, agora mais sereno, se mostrou num equilíbrio e forma notável. Momento para mais umas fatias generosas de queijo e acabar com ele. O Pêra-Manca branco foi produzido pela primeira vez em 1990. Vamos continuar a acompanhar principalmente com algum tempo de garrafa.
Cor amarelo de tonalidade âmbar jovem, reflexos dourados, aspecto límpido, brilhante e atraente. No nariz mostrou necessitar tempo após a abertura, respiração, para depois começar a mostrar-se, sem esconder a passagem do tempo, sem vergonha da sua idade, mas num registo elegante, com a fruta amarela de caroço madura e citrino maturados, casca de laranja, algum fruto seco, amêndoa tostada, nota de cera de abelha, ligeiro creme brûlée, inebriante e desafiador. Boca com volume, textura macia, aveludada, acidez fina, com bom prolongamento, secura prolongada, envolvente, mostrando a fruta por camadas gustativas, com sabor, continuando a mostrar-se prazeroso e com longo final de boca.

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