A semana passada, enquanto visitava uma garrafeira em Lisboa à procura de alguma surpresa que por ali pudesse andar perdida Ouvi Dizer Que... só se deve guardar vinho tinto. Parei por um segundo, tentei isolar o som das palavras para tentar perceber de onde vinham. Um cliente desconhecedor - pensei por um pouco-, e não me enganei por muito. Um grupo de alegres apaixonados pelo vinho faziam conversa acerca do que iam comprar e afirmavam bravamente que para guardar só comprariam tinto. Branco era para beber de imediato com os dias quentes.
Embora seja tema para outro dia, fiquei ainda mais surpreendido quando o vendedor na garrafeira, numa tentativa de ajudar nas compras, acenava positivamente com a cabeça e ia dizendo, "(...) têm toda a razão (...)".
Ora, nada mais falso. Aliás, cada vez mais temos a certeza da excelência de vinhos brancos com idade, espumosos envelhecidos e os mágicos licorosos/fortificados. A verdade é que alguns vinhos brancos, principalmente com algumas castas e de regiões particulares envelhecem e bem.
São vinhos que pedem mais uma ligação à mesa, que pedem conforto e que nos enchem a alma. Podem por isso começar a enriquecer as vossas garrafeira sem medo do envelhecimento de outros tipos de vinho que não o tinto.
Fotografia: DR
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