O Tomate Coração de Boi. É assim que eu me recordo dele. Grande, por vezes feio, carnudo, suculento, vermelho intenso quando bem maduro, com umas riscas tal qual cicatrizes a passar-lhe o rosto, pitada terrosa e com um sabor delicioso.
Habituei-me a comê-lo desde tenra idade por terras transmontanas e ainda não me cansei. Quando não dava cabo deles em plena horta, sem nada mais do que aquele sabor e cheiro intenso a rama de tomateiro, comia-o quando chegado a casa assim que os meus Pais e ou os meus Avós me cortavam uma fatia grande de pão e, em cima da própria fatia, lá cortavam em cubos um Tomate Coração de Boi de generoso tamanho. Por vezes um fio de azeite por cima e sempre umas pedras de sal daquele bem grosso que se juntavam aos sucos que vertiam dos cortes do tomate. Que bem sabiam. Que delicia.
Hoje, na minha horta ainda os planto e ainda os como da mesma forma de já descrita, com aquele pão maravilhoso de Carviçais que me vai chegando, quase por encomenda, para matar saudades.
A sementeira é feita por lá, com as sementes que vão passando de ano para ano. Vai passando uma tradição. De geração em geração.
Um fruto da época que se continua a comer com fartura cá por casa .
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