As Alcaparras de Trás-Os-Montes são algo bem diferente e distinto da Alcaparra que provém do arbusto rasteiro de origem mediterrânica cujos botões das flores, pequenas esferas carnudas, dão origem a um ingrediente culinário bem apreciado muldialmente.
A Alcaparra de Trás-Os-Montes é o nome dado às habitualmente chamadas, em terras mais a Sul do nosso País, como Azeitonas Britadas, diferindo desta no pormenor de lhe ser retirado por completo o caroço.
Uma tradição viva por toda a Terra Quente Transmontana, associada ao aproveitamento dos frutos caídos, ainda em verde, das primeiras azeitonas das árvores mais jovens e de fácil ripagem. Normalmente das variedades mais precoces ou de fraco rendimento para azeite e, essencialmente, no período pós-vindimas.
Com a ajuda de um objeto não metálico, por forma a evitar oxidações, abrem-se as azeitonas de forma a poder extrair o caroço, depois é colocada num saco de rede em água limpa corrente (ribeira e poços) ou em casa trocando todos os dias a água. Ao fim de uma semana podem ser servidas juntando na altura sal, azeite, vinagre e cebola.
Alcaparrar azeitonas verdes no período outonal, é uma prática de conservação tradicionalmente transmontana (Terra Quente Transmontana e Vale do Douro Superior) que, ultimamente, passou da mera utilização caseira a uma generalização regional mais abrangente muito por intermédio da oferta em restauração. Uma verdadeira maravilha.
Se ao passear por Trás-Os-Montes lhe oferecerem Alcaparras já pode aceitar sem receio de estar a fazer algum tipo de confusão.
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