Às vezes dou por mim a pensar um bocadinho. Eu sei. É melhor não fazer disso um hábito pois pode haver quem não goste. Mas a verdade é que às vezes lá aparecem aquelas interrogações, talvez devido à minha formação em Filosofia, e chega um momento que tenho de publicitar esses meus pensamentos.
A minha atenção vai desta vez para uma particularidade nos hábitos de consumo de vinho que, sem querer, tenho sido confrontado por diversas vezes.
Tenho observado ultimamente os hábitos do que chamarei normal consumidor de vinho, em contraposição a um tipo diferente de consumidor com o qual me identifico, e constato que uma grande parte desse número de consumidores de vinho quando encontra um vinho que gosta e a um preço que lhe agrada dificilmente muda num determinado período de tempo, tempo esse de média/longa duração.
Não é difícil ver aquele consumidor que até já sabe onde está a garrafinha que normalmente compra. Nem olha para as outras. A desviar o olhar só se para algum papel de cor berrante a indicar claramente PROMOÇÃO. Com o actual momento económico existe até o escudo da relação qualidade/preço que se levanta com muito mais rapidez que no passado. Se gosto e é barato porque haverei eu de mudar? - Ouço por vezes dizer.
Se estas minhas primeiras conclusões empíricas se confirmarem por mais alguns de vocês, isto quer dizer que toda a diversidade de vinho que existe em todo o mundo está na verdade apenas disponivel para alguns? Ou será que estou a generalizar demasiado?
Falando por mim, que estou sempre a querer conhecer vinhos novos e à procura de experiências novas, soa-me estranho ouvir certas frases de pleno conforto. Estou bem aqui por isso não arrisco. Daquele lado pode ser melhor, mas e se depois não é?
Compreendo assim que o trabalho de um novo produtor no mercado seja uma autêntica guerra. E quem diz o produtor diz a região produtora ou mesmo o tipo de vinho. - Eu só bebo tinto e do Douro. Branco é muito fraquinho, ácido ou o camandro de outra desculpa qualquer. Quem nunca ouviu dizer isto que ponha aqui um comentário. E as desculpas para os Rosé ainda são mais estapafúrdias. - Isso é restos do que não se vendeu de tintos e brancos, dizem alguns. Como gostamos de arranjar umas bruxas em tudo.
Quando encontro um vinho que me é desconhecido e que me agrada pergunto onde se vende. A resposta nesses casos prima sempre por uma delimitação de locais muito definida e às vezes ainda e só nas próprias adegas. Deixo o repto. Bora lá sair da zona de conforto e experimentar mais, viver mais o vinho e dar a oportunidade ao vinho para viver.
Concordo em número e grau. Mesmo porque existem os consumidores de vinhos e os apreciadores de vinhos. Estes primeiros, buscam vinhos que já conhecem e que tenham valores mais acessíveis. O segundo buscam vinhos pelos rótulos e pelos altos valores. Ah! Esqueci dos conhecedores de vinhos, estes buscam seus caldos pela novidade da variedade, região e forma de elaboração.
ResponderEliminarPrezado
ResponderEliminarMuito bom o teu comentário!
Eu sou dos que estão sempre a busca de novidades,mas de vez em quando repito aqueles rótulos consagrados. No geral isso depende muito do perfil do consumidor, se ele está querendo conhecer novos vinhos ou apenas quer beber os bons vinhos já conhecidos.
Um abraço
Paulo
obrigado pela vossa participação que trouxe mais uma achega ao assunto. A diferença que parece existir entre Consumidores de vinho, apreciadores de vinho e ainda conhecedores de vinho.
ResponderEliminarMeu amigo, neste mundo do vinho cabem os dois estilos. Eu me identifico com o que está sempre sedento por novidades. Se a ousadia move o mundo a curiosidade move o amante do vinho.
ResponderEliminarQuanto aqueles que buscam segurança,muitas vezes a buscam por questões financeiras, já que comprar vinhos é atividade de risco, pois muitas vezes damos um salto no escuro.
Por isto as leituras de blogs, como este e outros especializados, degustações, conversas, enfim, informação, diminuem o risco, mas não o eliminam. A experiência erro, aqui, também é fundamental.
Uma dica é a leitura do contra rótulo, tão desprezado, mas tão rico em informações importantes.
Um abraço www.alemdovinho.wordpress.com
Peter
Carlos para mim existe três tipos,o consumidor normal,o apreciador e o cagão,este um bocado em extinção devido aos tempos que correm.Assim, actualmente o consumidor normal encontrando um produto com preço/qualidade bom fica por ai,o apreciador mesmo com limitações vai sempre querendo coisas novas o cagão deve andar à procura de outras coisas que lhe possam dar status mas mais em conta.
ResponderEliminarPor fim vem o teu papael e de outros que por aqui escrevem, divulgação e dar a conhecer o que este pais tem de bom, o que leva a que o consumidor normal ganhe curiosidade e arrisque.
Um abraço.
Antonio, gosto da tua frontalidade e do layer adicional que colocas na discussao. O cagao. Esse ser hibrido que se move por entre os outros dois que referes. Bem lembrado.
ResponderEliminarAfastando um pouco do tema (ou talvez não), acho que é no ajudar o consumidor normal a fugir da sua zona de conforto e experimentar novas coisas (igualmente dentro do mesmo preço) que pode estar o papel dos blogs.
ResponderEliminarOs vinhos de cagão (como tão bem o António colocou) pouco ou nenhum interesse têm para o consumidor normal e apenas alimentam a vaidade. No entanto também pode por vezes ser útil mostrar alguns vinhos melhores para ocasiões mais especiais.
No final tudo se resumo um pouco ao público que se quer atingir e ao papel que se quer ter na relação do blog com o consumidor.
O problema é que se apanha muitos barretes a experimentar...
ResponderEliminarNovidades.
ResponderEliminarSim, penso que as novidades são a fonte da juventude.
Como sempre há vários tipos de novidades. AS Expressões - Alvarinho do enólogo Anselmo Mendes, são uma delas.
Cup
Paulo