TRINCADEIRA, ARAGONEZ, CABERNET SAUVIGNON
ESPORÃO, SA
16,5
No mesmo dia em que provei a mais recente colheita do Esporão Reserva fiz questão também de beber uma das primeiras colheitas, a terceira desta já longa história, com um blend diferente do actual, sendo o esmo composto por Trincadeira, Aragonez e Cabernet Sauvignon.
Manuel Gargaleiro deu cor à imagem do vinho, juntou-lhe mais uma obra sua, única como é um vinho. Este, aberto agora passados mais de 30 anos, mostrou estar ainda pronto para nos fazer sorrir mais uma vez, sem desculpas pela idade, pela notas de fruta fresca mais desvanecida, mas mostrando ainda uma fruta licorada, notas de boa evolução, tanino e acidez ainda presentes, a mostrar a sua presença. Um prazer beber vinhos com esta evolução.
Cor vermelho com tonalidade âmbar definido, auréola com ligeiro tijolado, aspecto limpo, embora o fundo da garrafa tenha apresentado algum sedimento. No nariz, apesar de aberto com algum tempo, mostrou-se a inicio mais preso, começando depois no copo a abrir mais rapidamente e revelando notas de fruta vermelha licorada, com maceração, lembrando licor de ginja com alguma idade, notas especiadas, canela, especiaria marroquina, com notas de casca de amêndoa partida, alguma torrefação, grão de café, um constante desafio. Boca com textura, macio ao toque, sedutor, com uma acidez ainda muito bem colocada, secando ligeiramente a gengiva, mas inundando-nos com sabor, com licor de fruta, com tanino arredondado, mas ainda algo firme e comfinal de boca longo.
Casamento obrigatório com uma perna de borrego assado lentamente no forno, com tempero generoso e alguma molho para molhar o pão.
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