segunda-feira, 18 de março de 2024

Quinta do Monte d'Oiro Cabernet Franc 2021 Tinto

QUINTA DO MONTE D'OIRO CABERNET FRANC 2021 TINTO | LISBOA | 13% | PVP  50 €
CABERNET FRANC
JOSÉ BENTO DOS SANTOS - QUINTA DO MONTE D'OIRO
18

Cabernet Franc. A casta aristocrática. É hoje uma das casta coqueluche em todo mundo e que aqui chega pelo sonho de José Bento dos Santos que terá nascido nos anos 90 aquando da sua visita ao Loire, em França, onde teve o primeiro contacto com os vinhos feitos 100% a partir da Cabernet Franc. Terá sido amor à primeira vista e ocasião para concluir que não eram vinhos de prova, mas especialmente para acompanhar a refeição. 
Perante este entusiasmo foi coleccionando Cabernet Franc ao longo dos anos seguintes, foi bebendo e renovando o stock, solidificando certezas, descobrindo cada vez mais a sua faceta em novo e com mais idade, confirmando que podiam vangloriar qualquer prato ao seu lado.
Em 2015, perante a possibilidade de expansão da área de vinha da Quinta do Monte d'Oiro, colocou-se a questão de quais as castas a utilizar. As escolhas foram feitas por Francisco Bento dos Santos e equipa técnica, mas deixaram a decisão sobre a parcela mais emblemática nas mãos de José Bento dos Santos. A escolha saiu sem hesitar: Cabernet Franc!
Aprecia-se a sua elegância e precisão, com a fruta bonita, fresca, bem casada com a nota vegetal, hortícola evidente e com fina especiaria bem medida.  O registo de elegância continua na prova de boca, bela acidez e secura prolongada, macio e aveludado, tanino seguro, profundo e com ligação de mestre ao prato de carne. São apenas 800 garrafas.
Cor vermelho rubi de média concentração, luminoso e cativante, aspecto límpido e jovem. No plano aromático somos presentados com a fruta muito elegante e bonita, fruto preto de bago, silvestre, com fino recorte terroso e de bosque, nota vegetal em fundo, envolvente, especiaria fina, balsâmico fresco, rico e complexo. Na prova de boca mostra-se vivaz, mantendo o registo de finesse aromático, textura macia, com ligeiro grão, acidez fina, persistente, deixando salivar o palato, com a fruta de qualidade, definida, tanino presente, seguro, tudo no seu lugar, harmonioso e com final de boca longo e persistente. 

sábado, 16 de março de 2024

Monte Branco Castelão 2021 Tinto

MONTE BRANCO CASTELÃO 2021 TINTO | ALENTEJO | 13% | PVP  21€
CASTELÃO
LUÍS B. V. LOURO
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Um Castelão moderno, com a fruta vermelha madura alegre, viva e pura, num registo elegante, tanino polido, textura macia e de alguma leveza. Bebe-se com prazer e rápido demais. Brilha à mesa, como deve ser.
Cor vermelho rubi de média concentração, luminoso, límpido e aparência jovem. No nariz mostra-se a fruta vermelha madura, fresca, alegre, bem ligada às notas da passagem pela barrica, completamente integrada, especiaria fina, noz moscada, harmonioso. Boca de médio volume, textura macia, acidez bem colocada, com algum nervo e persistência, deixando brilhar, mais uma vez, a fruta, cheia de sabor, assente no tanino polido, mas presente. Final de boca longo, elegante e persistente.

sexta-feira, 15 de março de 2024

Socaire 2018 Branco

SOCAIRE 2018 BRANCO | CÁDIZ (ESP) | 13% | PVP  21,50€
PALOMINO FINO
PRIMITIVO COLLANTES, SA
17

A escolha deste 100% palomino fino teve como base o desafio da ligação à comida asiática, com predominância da japonesa. Sabendo da existência de alguns momentos com frituras de peixe e mariscos o melhor foi arriscar.
A salinidade e acidez dão-lhe o que precisa para que a harmonização seja um sucesso, mostrando também os 24 meses de barrica bem ligados num conjunto onde a fruta caroço, pomar e citrina se juntam a um conjunto equilibrado e muito bem desenhado.
Cor amarelo citrino, tonalidade palha, reflexos dourados, aspecto límpido e cativante. No nariz revela a fruta de pomar, maça verde e pêssego, raspa de casca de limão, notas salinas, maré baixa, pedra lascada, conchas, alguma nota de flor branca, tisana, desafiante e vivo. Boca de médio volume, ligeira untuosidade, textura macia, com acidez feliz, duradoura, cheia de sabor, com a fruta bonita, maça, citrino, ameixa, continuando a sentir-se a vertente salina em fundo, vivaço, com longo final de boca.

quarta-feira, 13 de março de 2024

Quinta da Alorna Reserva das Pedras 2017 Tinto

QUINTA DA ALORNA RESERVA DAS PEDRAS 2017 TINTO | TEJO | 13% | PVP  19 €
CASTELÃO
QUINTA DA ALORNA VINHOS, LDA
17,5

Os vinhos da gama Reserva das Pedras nascem de vinhas velhas, plantadas em 1986, na zona da Charneca (um dos três terroirs característicos da Região do Tejo, é um solo arenoso, de textura leve e granulosa, composto em grande parte por areia e argila, muito pobre e que não retém a humidade).
Este 100% Castelão é filho deste terroir, revelando perfil elegante, fresco e expressando a relação de equilibrio com o mesmo. Arestas polidas por alguns anos de descanso em garrafa mostram-no mais domesticado, prazeroso e de enorme presença à mesa com carnes vermelhas bem condimentadas ou com o nosso fiel bacalhau. 
Cor vermelho intenso e luminoso, tonalidade granada, média concentração, límpido e de aparência jovem. Elegante no plano aromático, revelando a fruta vermelha madura, cereja, fruto de bago, barrica bem ligada, algum cacau e mentolados em fundo, boa especiaria, bouquet ligado. Volumoso de boca, com estrutura, texturado, revelando ainda assim uma leveza e frescura que surpreende, acidez bem medida, prolongada e em tensão, fruta bonita, tanino polido, continuando a sentir-se a presença mentolada e fresca também neste plano, terminando longo e persistente.

terça-feira, 12 de março de 2024

Guelra - O Mar Servido à Mesa

O Guelra abriu portas há relativamente pouco tempo em Lisboa, no número 35 da Rua de Belém, apresentando-se como um espaço de cozinha de autor, criativa, mediterrânica e contemporânea, que serve um menu diferenciador exclusivamente de peixe e marisco. Não é uma marisqueira e também não é o típico restaurante com os mais variados tipos de  peixe grelhado, é acima de tudo Mar, produto fresco e de qualidade, juntando-lhe um pitada especial de dedicação e paixão pelo processo criativo em redor de cada prato. 
O lema da casa revela-se logo à entrada, em letras garrafais, onde somos levados a ler OCEAN TO TABLE, ou seja, do Oceano para a Mesa, e não somos enganados em nenhum momento. 
Ao leme, na cozinha, somos levados pelo chef Manuel Barreto e ao seu lado, na sala e no serviço de vinhos, o Diogo Machado num árduo trabalho conjunto onde ambos se unem para encontrar os melhores pairings.
A decoração veste-se em tonalidade marítima, azul e branco, motivos nauticos, à entrada o bar que parece a proa de um barco, muito mar e ainda nem nos sentamos à mesa. No piso de entrada temos lugares ao balcão e a esplanada num registo mais descontraído e informal, enquanto que no primeiro andar, embora também bastante informal, o tradicional setup de mesas tenha sido o escolhido para conhecermos um pouco acerca da oferta da casa.
O menu, sabiamente dividido por entradas, para partilhar e pratos principais, dá primazia à partilha. O intuito é navegarmos acompanhados e desfrutar da viagem em boa companhia.

Na mesa esperava já o couvert composto por uma seleção de pão, entre os quais um brioche japonês e um pão de fermentação lenta, um paté de sardinha feito na casa e azeite. Bem composto, com o paté a pecar por ser pouco para a delícia que estava.
Começamos então pelas entradas, ainda não em modo partilha, mas unitárias. O destaque, nesta primeira fase, vai para o Bacalhau³ (ao cubo) com a Brandade, os sames e as línguas do fiel amigo a proporcionar momento crocante e salino. Tudo é bacalhau e é delicioso; a Tostada de Camarão, já a chamar pela sul americana tortilha de milho azul, com o molho romesco e o ponzu a fazer vibrar o conjunto; e as inovadoras Fish Wings a fazer lembrar um fast food bem apreciado aqui em modo Boca Negra e molho tártaro. Viciantes e cheias de sabor. 

Já a saltar para os momentos partilha, chega à mesa o Tártaro de Atum com maçã verde, aipo alho negro e pitada de wasabi e as coloridas "Nadadeiras" de Alfonsim que mostraram, mais uma vez, o poder criativo da cozinha em apresentar o peixe, cheio de sabor e com novas abordagens.

A experiência já estava a correr muito bem, mas a fasquia estava prestes a subir e desfrutarmos de quatro momentos obrigatórios numa próxima visita, alguns até mesmo em qualquer que seja a visita. 
A começar pela intensidade e sabor do Alfonsim e Gamba da Costa, numa interpretação da moquequa de peixe e camarão,que apetece passar o pão até limpar por completo o prato; depois, o Ensopado de Borrego do Mar, que nos leva ao engano pelo nome, mas que nos faz duvidar dos ingredientes pela complexidade e sabor da Lula, glaciada e grelhada, da tempura de polvo e do caldo de peixe com enchidos (aqui a única carne); com a Moreia Frita chegamos ao momento "Pára tudo!", resmas de tigelas disto. Um verdadeiro torresmo do mar. Estaladiço, salgado o suficiente, viciante; por último, a interpretação da japonesa Katsu Sando, com Atum, perfeito para a pausa a meio da tarde ou como paragem estratégica ao balcão antes de ir aproveitar as noites mais longas  

Para um final doce, um trio que convence, apostando também na experiência de mundo e vertente criativa da cozinha. Vieram as três para a mesa ao mesmo tempo e pudemos pudemos provar  cada uma delas numa primeira fase de reconhecimento e depois dedicarmos atenção àquelas que mais gostámos.
À Tarte de Queijo com Praline de Amendoin e Rebentos de lemon ball, de textura cremosa, sabores intensos e garantia de conforto, seguiu-se seguiu-se o Pudim de Ameixa em diversas texturas e temperaturas, mais fresco e para os amantes dos frutos vermelhos. aliado ao Chocolate branco. O Creme de Arroz Doce com Telha de Arroz Frita, Toffee de Canela e Raspa de Limão ficou para o final e trouxe recordações de momentos bem passados, enquanto miúdo, com uma tigela do arroz doce tradicional na mão. Aqui em várias texturas. Muito bem conseguida.

Final perfeito para uma viagem gastronómica sofisticada e focada essencialmente no sabor, na qual os ingredientes mais frescos, fizeram o par perfeito com a gastronomia contemporânea e criativa. Diz o ditado que "Há mar e mar, há ir e voltar" e também aqui há muito mar, já cá estivemos e temos de voltar.

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GUELRA - OCEAN TO TABLE

Tipo de Cozinha: Peixe, Marisco, Partilha
Copos de Vinho Adequados: Sim
Vinho a Copo: Sim
Estacionamento: Público (Pago e não Pago)
Preço médio sem bebidas: 30€
Horários: Terça-feira a Domingo das 12:00h às 23:00h. Segunda-feira encerrado
 
Morada: Rua de Belém nº 35,
               1300-085 LISBOA
         
Telefone:  +351 939 002 081
Mail: reservas@guelraott.com
Na net: Guelra