Os Vinhos do Porto Branco com idade ou velhos, como queiramos dizer, são símbolos do Douro vinhateiro em toda a sua essência, mostrando-se únicos, plenos de autenticidade, história, singularidade e atingindo a eternidade. Talvez pelas minhas raízes familiares estarem ligadas ao Douro recordo-me desde sempre da existência do Porto Branco, havia sempre uma garrafinha lá por casa, fosse ele o mais doce ou o mais seco, mas havia sempre por lá uma ou outra garrafa. Bebia-se sem mais nada adicionado e à temperatura ambiente da adega que, mesmo em dias de inferno, eram sempre bem frescas.
Todavia, ainda causa muita surpresa no consumidor de vinho a existência do Porto Branco. Conhecem e reconhecem o valor aos Vintage, LBVs, Colheitas, Tawnys e mais não sei o quê, mas quando se fala do Branco por vezes até se pensa que é uma invenção.
Estranho ou talvez não, a verdade é que actualmente continua a ser maioritariamente divulgado apenas e só pelo seu potencial enquanto jovem e para se juntar a uma água tónica, limão e um dose de gelo a gosto e os que envelhecem têm sido sempre um pouco esquecidos quando comparados com as restantes categorias.
No final de 2018, a poucos dias do Dia de Natal, Paulo Cruz, dono do Bar do Binho e um dos poucos Port Educator Certified ainda existentes em todo o mundo, organizou a Masterclass Old & Rare White Ports em Seteais e conseguiu deixar todos os que participaram a repensar o Vinho do Porto Branco.
Nos nossos copos começaram a cair os néctares. O ar da sala tornou-se ainda mais respirável tal magnificência dos aromas que em pouco tempo tomaram conta da mesma. Visualmente de tonalidade âmbar, com maior ou menor intensidade, de aspecto limpo e cativantes ao olhar.
No nariz viajou-se pelas notas de fruto seco, pela avelã, o pinhão e a noz, pelo fruto passa, do alperce e do figo seco, da uva passa, passando pelas notas de caramelo, de chocolate e de biscoito de manteiga, notas mais citrinas, de casca de laranja, resinas, passando pelo mel, pelo melaço, caramba! Uma viagem sensorial do caraças!
Quando na boca não foi possível evitar, de quando em vez, fechar os olhos. A volúpia deste vinhos é encantadora. Macios e aveludados, envolventes, de equilíbrio notável, doçura harmoniosa, um sem fim de boca. Andamos muito distraídos.
Kopke 50 Anos Dry Old White, Rozés 1968 Dry Old White Golden, Palmer 1962 Old White, Quinta da Devessa 1970 Old White, Vista Alegre 40 Anos Old White, Vasques de Carvalho VV Old White, Andresen 40 Anos Old White, Dalva 1963 Old White Golden, Quinta Levandeira Very Old White (50 anos), Rozés 1940 Old White Golden, Quinta das Lamelas 60 Anos 4 Gerações e Quinta do Mourão 90 Anos Very Old White foram os vinhos que tivemos o privilégio de provar ou, direi melhor, de beber e conhecer. Não são vinhos para provar e cuspir, são antes vinhos para beber, para nos apaixonarmos e criarmos memórias em volta do vinho.
Também previsto no programa, um pequeno workshop, uma espécie de "how to make your own blend Vasques de Carvalho White Reserva", a partir de três lotes. Num primeiro lote, um Porto branco 2013/2014 do Baixo Corgo; segundo lote um 20 anos meio seco do Cima Corgo e num terceiro lote, um vinho velho matriz. Conduzidos pelo Jaime Costa embarcamos numa experiência enriquecedora e que podia ser mais vezes repetida em outras ocasiões. Mostrem-se os protagonistas.
A surpresa chegou numa caixinha pequena, mas também ela grande na ligação aos vinhos. Não sei como nasceu a ideia, mas parece que estou a imaginar o Paulo Cruz a falar com o Nuno Jorge da Cacao Di Vine: "- Nuno... apetece-me algo" e não foi preciso dizer mais nada.
Nuno Jorge preparou seis chocolates para harmonizar com seis dos vinhos escolhidos para a Masterclass. O de Yuzo e Shiso Green para o Kopke 50 Anos Dry Old White; o de Açafrão e Laranja para o Palmer 1962 Old White; o de Caramelo Salgado para o Vista Alegre 40 Anos Old White; o de Avelã e Framboesa com o Dalva 1963 Old White Golden; o de Sete Especiarias com o Rozés 1940 Old White Golden e o de Azeite e Alho Negro com o Quinta de Mourão 90 Anos Very Old White. Ligações para todos os paladares, todas elas vencedoras.
Com certeza que vale a pena arriscar. Sair da zona de conforto. Apostar no cavalo menos provável. O Vinho do Porto Branco mostrou aqui todo o seu potencial de envelhecimento, toda a sua qualidade e toda a sua singularidade. Para continuar.
Todavia, ainda causa muita surpresa no consumidor de vinho a existência do Porto Branco. Conhecem e reconhecem o valor aos Vintage, LBVs, Colheitas, Tawnys e mais não sei o quê, mas quando se fala do Branco por vezes até se pensa que é uma invenção.
Estranho ou talvez não, a verdade é que actualmente continua a ser maioritariamente divulgado apenas e só pelo seu potencial enquanto jovem e para se juntar a uma água tónica, limão e um dose de gelo a gosto e os que envelhecem têm sido sempre um pouco esquecidos quando comparados com as restantes categorias.
No final de 2018, a poucos dias do Dia de Natal, Paulo Cruz, dono do Bar do Binho e um dos poucos Port Educator Certified ainda existentes em todo o mundo, organizou a Masterclass Old & Rare White Ports em Seteais e conseguiu deixar todos os que participaram a repensar o Vinho do Porto Branco.
Nos nossos copos começaram a cair os néctares. O ar da sala tornou-se ainda mais respirável tal magnificência dos aromas que em pouco tempo tomaram conta da mesma. Visualmente de tonalidade âmbar, com maior ou menor intensidade, de aspecto limpo e cativantes ao olhar.
No nariz viajou-se pelas notas de fruto seco, pela avelã, o pinhão e a noz, pelo fruto passa, do alperce e do figo seco, da uva passa, passando pelas notas de caramelo, de chocolate e de biscoito de manteiga, notas mais citrinas, de casca de laranja, resinas, passando pelo mel, pelo melaço, caramba! Uma viagem sensorial do caraças!
Quando na boca não foi possível evitar, de quando em vez, fechar os olhos. A volúpia deste vinhos é encantadora. Macios e aveludados, envolventes, de equilíbrio notável, doçura harmoniosa, um sem fim de boca. Andamos muito distraídos.
Kopke 50 Anos Dry Old White, Rozés 1968 Dry Old White Golden, Palmer 1962 Old White, Quinta da Devessa 1970 Old White, Vista Alegre 40 Anos Old White, Vasques de Carvalho VV Old White, Andresen 40 Anos Old White, Dalva 1963 Old White Golden, Quinta Levandeira Very Old White (50 anos), Rozés 1940 Old White Golden, Quinta das Lamelas 60 Anos 4 Gerações e Quinta do Mourão 90 Anos Very Old White foram os vinhos que tivemos o privilégio de provar ou, direi melhor, de beber e conhecer. Não são vinhos para provar e cuspir, são antes vinhos para beber, para nos apaixonarmos e criarmos memórias em volta do vinho.
Também previsto no programa, um pequeno workshop, uma espécie de "how to make your own blend Vasques de Carvalho White Reserva", a partir de três lotes. Num primeiro lote, um Porto branco 2013/2014 do Baixo Corgo; segundo lote um 20 anos meio seco do Cima Corgo e num terceiro lote, um vinho velho matriz. Conduzidos pelo Jaime Costa embarcamos numa experiência enriquecedora e que podia ser mais vezes repetida em outras ocasiões. Mostrem-se os protagonistas.
A surpresa chegou numa caixinha pequena, mas também ela grande na ligação aos vinhos. Não sei como nasceu a ideia, mas parece que estou a imaginar o Paulo Cruz a falar com o Nuno Jorge da Cacao Di Vine: "- Nuno... apetece-me algo" e não foi preciso dizer mais nada.
Nuno Jorge preparou seis chocolates para harmonizar com seis dos vinhos escolhidos para a Masterclass. O de Yuzo e Shiso Green para o Kopke 50 Anos Dry Old White; o de Açafrão e Laranja para o Palmer 1962 Old White; o de Caramelo Salgado para o Vista Alegre 40 Anos Old White; o de Avelã e Framboesa com o Dalva 1963 Old White Golden; o de Sete Especiarias com o Rozés 1940 Old White Golden e o de Azeite e Alho Negro com o Quinta de Mourão 90 Anos Very Old White. Ligações para todos os paladares, todas elas vencedoras.
Com certeza que vale a pena arriscar. Sair da zona de conforto. Apostar no cavalo menos provável. O Vinho do Porto Branco mostrou aqui todo o seu potencial de envelhecimento, toda a sua qualidade e toda a sua singularidade. Para continuar.
Adoro os brancos velhos
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