CABERNET SAUVIGNON
COLINAS DO DOURO SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
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Conta o contra-rótulo deste vinho que o seu produtor quer sempre dar protagonismo às castas autóctones do nosso País e da região onde produz os seus vinhos, mas que este Cabernet Sauvignon o impressinou de tal forma que se sentiu na obrigação de o partilhar. Ainda bem, digo eu, pois também em mim deixou marca, como deixam todos os grandes vinhos, e este é, sem dúvida, um deles.
Cor vermelho granada intenso, com tonalidades violeta, concentrado, fechado, aspecto límpido e jovem. No plano aromático mostra a fruta preta silvestre e de bosque madura e fresca, ameixa preta, amora, cereja, juntando-se a ela as notas bem medidas de algum pimento, envolvidas num lado mais terroso, com alguma turfa, cogumelo, pimenta preta, respirante balsâmico e com aquele toque de caixa de charuto, complexo, desafiante, com vida.
Boca com estrututra, corpo, revelando opulência, com textura macia, aveludada, untuosa, a deixar-nos presos ao momento, com acidez no ponto, como espinha dorsal ligada à fruta em grande forma e ao tanino firme, denso, mas pronto, praticamente sem arestas, formando um conjunto uno, harmonioso e com final de boca longo e persistente.
Fez questão de se juntar à minha mesa em dois momentos. O primeiro numa ligação simples, mas certeira, ao aconchegar umas costoletas de borrego grelhadas. No entanto, mais marcou quando se juntou a uma caseira Carne à Mercês que me fez ter pena não ter mais uma garrafa por perto.
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