BAGA, TOURIGA NACIONAL
CAVES SÃO JOÃO - SOCIEDADE DOS VINHOS IRMÃOS UNIDOS, LDA
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Esta publicação não é relativa a um novidade, a uma nova colheita, mas podia ser, tal é a forma com que se apresenta este vinho já nos seus 42 anos de vida. Durante a mais recente tentativa de arrumação da garrafeira lá apareceu uma caixa com elas. Enroladas em papel vegetal. Tinha de abrir uma o quanto antes.
A oportunidade surgiu ainda durante a semana da arrumação. Um almoço que prometia pernil assado no forno ou uns lagartos de porco preto. Pareceu-me adequado. Pelas 11:00h saltou, por fim, a rolha, com alguma dificuldade, todavia inteira. Aspecto reduzido, velho e com, mais ou menos, cerca de 60% dela com aparência de estar embebida no néctar. Ainda assim, com densidade suficiente para aguentar o Durand cá da casa (saca rolhas nomal + saca rolhas de pinças).
Assim que aberto chamou desde logo à atenção pelo aroma, prometia. Procedi a uma decantação lenta e sem porrada, limpou e não havendo sujidade na garrafa, voltou para a mesma. Descansou. Pelas 12:30h lá foi para o copo. Cum c#$%&/?!!! Como é possível? Disto já não se faz. 1982? Voltei a olhar para a garrafa e reparo que na linha abaixo do ano de colheita se indica 12,1º de álcool... e anda para aí vedetas a dizer que com baixa graduação o vinho perde capacidade de envelhecimento. Não me moam!
Cor vermelho rubi média concentração, mais aberto e luminoso, tonalidade tijolo, aspecto cativante. No nariz evidência ainda a presença da fruta vermelha e preta, fruto de bago, ginja macerada, pincelada floral, compenente de bosque fresca e envolvente. Boca segura, vivaz, textura macia e aveludada, mas mostrando ainda algum nervo, com secura bem medida, gradual e com a presença da fruta a juntar-se sem mácula. Tanino polido, o tempo aparou o que havia para aparar, sem lhe retirar presença, conjunto uno e harmonioso, com final longo e prazeroso.
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