ARINTO
VOLÁTIL E EXÓTICO UNIPESSOAL, LDA
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O Hugo Mendes tem vindo a brindar a malta com vinhos interessantes, alguns deles de relações amor-ódio para quem os bebe e outros mais consensuais, mas todos com o carácter pessoal vincado do próprio e sem obedecer a marés ou ventos de rajada incerta. Sabemos já ao que vamos e, se não gostamos, saímos na paragem seguinte.
Este seu primeiro espumante é um dos casos de pouco consenso, mas muita conversa e muito copo ao barulho. Ajuda a perceber que estamos na presença de um belo espumante, com a casta Arinto a ser colocada à prova, à prova de Hugo Mendes, na qual passa com distinção. Parece perder um pouco a sua fruta mais expressiva, o seu carácter mais citrino, mas mantém a vibrância e salinidade, revela as notas de padaria, biscoito de manteiga, cereal levemente tostado, complexo, amigo de se juntar com alegria a comida, a presunto bem cortado, com aquela gordurinha que se agarra aos lábios e nos impele a puxar pelo copo de espumante.
Está num momento em o prazer a beber é imenso e a garrafa depressa chega ao final. O preço pode fazer-nos pensar por uns instantes, mas nem por isso o deixamos de beber em modo efusivo.
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