TINTO CÃO
LIMA & SMITH, LDA
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Uva de pele Grossa, cachos muito compactos e de pequeno rendimento, a casta Tinto Cão teve aqui o destaque merecido, no universo das castas tradicionais mais antigas do Douro e no terroir da Quinta da Boavista, algo que só voltaria a acontecer na colheita de 2016 ainda pelas mãos de Rui Cunha na enologia.
Passado mais de uma década do ano da colheita, encontramos nele a reconhecida capacidade de resistência ao tempo, expressando bem o Douro, com um lado rústico que parece ser perfil e, embora mostre um pouco em excesso o seu ado mais quente, encontra-se em forma e recomendo que se beba.
À mesa temos de ir para comida mais poderosa, assados no forno ou de tacho, carnes vermelhas, caça, javali no pote.
Cor vermelho granada de média concentração, com leves alaranjados, aspecto límpido, mas a necessitar de decantação ou a servir com cuidado devido à possibilidade de sedimento. No plano aromático continua a mostrar a fruta preta madura, com alguma notas de fruta preta passa, toque fumado, especiaria integrada, componente terrosa, caixa de charuto, balsâmico fresco. Na boca revela ainda figura jovem, vivaço, com volume e boa estrutura, ligeiro grão embora de textura macia e acetinada, com acidez equilibrada, secura prolongada, fruta com toque licorado, tanino polido, presente, num conjunto harmónico e com término de boca longo e persistente.

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