ARINTO, FERNÃO PIRES, BICAL
BARROCA DA MALHADA SOC AGRÍCOLA, LDA
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Confesso que me agrada quando bebo pela primeira vez um vinho de um produtor que desconheço e desde logo fico em pulgas para conhecer os outros da mesma casa. É um projecto recente nascido na região da Beira Interior, com apenas com 5 hectares de vinhas em modo biológico e com práticas biodinâmicas desde a aquisição em 2021 pelos actuais donos, sendo o vinho da sua gama clássica que também incluí o tinto e o rosé.
Este dá um prazer imenso a beber e mostra-se como peixe na água quando o trazemos para a mesa, com versatilidade apurada, tendo sido maridagem perfeita para dois momentos distintos. Uma massada de Corvina bem forte e com textura e complexidade ricas e uma generosa fatia de Queijo da Serrra já em fase de meia cura.
Cor amarelo citrino intenso e definido, tonalidade palha, aspecto límpido e brilhante. No plano aromático revela intensidade e elegância, com a fruta citrina, tangerina, toranja e a fruta de pomar, pêra, maça e pêssego numa primeira camada, pitada floral e camomila, mel e limão numa fina linha a antecipar uma camada de terroso evidente, pote de barro com água, vertente mineral, pedra lascada, desafiante e cativante. Boca com volume e textura, trincável, também aqui somos agarradas numa viagem com várias estações, ligeiro grão, acidez vibrante, tensão, alinhamento à fruta, equilibrado, prazeroso, fino, longo final de boca.
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