Um produtor completamente diferente do visitado anteriormente quer a nível de dimensão de produção, quer a nível dos ideais de produção, mas com o mesmo objectivo em mente: produzir vinhos de alta qualidade. A produção de vinhos com o nome actual tem inicio num ano também marcante para mim e que por isso não podia deixar de referir. O ano de 1999.
A visita iniciou-se com uma pequena introdução à Quinta das Bágeiras pelo próprio Mário Sérgio Alves Nuno e que de imediato se prolongou às caves e adegas.
Nas caves pudemos entrar no que costumo chamar de momento de história ao vivo. Apesar de se poder considerar que não estaríamos na presença de um espaço com muito anos de antiguidade, o facto é que assim que descemos fomos de imediato envoltos pelo ambiente de cave, com garrafas que dormiam, com as teias de aranha, o pó, as paredes marcadas pelo tempo e pela humidade, o próprio aroma e as garrafas de espumante na sua tão bem conhecida posição de estágio.
Seguimos para o outro lado da estrada e fomos conhecer a adega. Uma adega de dimensões pequenas, sem grandes tecnologias e onde mais uma vez pudemos verificar a grande força dos vinhos deste produtor. Vinhos naturais, o mais naturais possível. Vinhos de produtor, não de enólogo. São estes os vinhos que Mário Sérgio quer produzir e nos quer servir. O consumidor agradece o empenho e paixão com que tudo é feito.
Referência ainda para o famoso Tonel nº 12, um verdadeiro hino à resistência. Tendo sido feito pelo bisavó de Mário Sérgio ainda está na adega para fins produtivos e não decorativos. É para durar!
A visita decorreu sempre com a voz douta de Mário Sérgio a guiar-nos os passos, cada palavra era escutada com atenção, era possivel verificar que também na transmisão da história desta casa havia paixão em cada frase.
Regressámos à loja para provar algumas das referências produzidas nesta casa.
QUINTA DAS BÁGEIRAS 2012 BRANCO | Maria Gomes, Bical e Cerceal
Cor amarelo citrino. No nariz surge com alguma intensidade, notas frutadas, citrinos e toque mineral. Na boca continuamos com mineralidade, acidez, fruta verde, de média persistência e a pedir comida. O preço é fabuloso.
PVP: 3,70€
QUINTA DAS BÁGEIRAS GARRAFEIRA 2011 BRANCO | Maria Gomes e Bical
Cor citrina e de aspecto límpido. Aromas ainda um pouco fechados, com finess e elegância na fruta, citrina e fresca, com toque mineral. Na boca está mais polido, com bom volume e alguma untuosidade ao toque. Perfil frutado com uma acidez crocante e estaladiça. Final longo.
PVP: 13€
QUINTA DAS BÁGEIRAS GARRAFEIRA 2003 TINTO | Vinhas Velhas
Cor rubi vermelhão. com leves nuances atijoladas. Aromaticamente rico, muito frutado, com pouca ou nenhuma nota de velhice, encontra-se jovem e fresco. Na boca está pujante de vida, com uma acidez e secura fantástica. Já referi que está novo? Que complexidade, vida e frescura.
PVP: 20€
QUINTA DAS BÁGEIRAS GARRAFEIRA 2010 TINTO | Vinhas Velhas
Cor rubi concentrado e intenso. No nariz está cá a fruta madura bem presente, ainda rebelde e muito jovem. No palato surge com vivacidade, acidez pungente, a saltitar, com a fruta fresca bem ligada com todo o conjunto. Apesar de ainda jovem está já pronto a dar muito prazer à mesa.
PVP: 20€
QUINTA DAS BÁGEIRAS RESERVA 2010 TINTO | Baga e Touriga Nacional
Cor rubi de média concentração com nuances violeta no rebordo do copo. Aromas de média intensidade, muita fruta vermelha madura, notas florais e balsâmicas num fundo mineral e fresco. Boca onde mais uma vez se destaca a sua vivacidade e acidez, num conjunto onde ainda aprece muita fruta. Guarde este na garrafeira e beba o 2008.
PVP: 8,50€
QUINTA DAS BÁGEIRAS RESERVA 2008 TINTO | Baga e Touriga Nacional
Cor rubi de média concentração apesar do núcleo apresenta-se mais intenso. No nariz muita fruta vermelha fresca, notas florais e balsâmicas bem ligadas, com algum couro que não se estranha.Aromático. Vivaz de boca, seco, com fruta a continuar presente e final persistente. Com muitos anos pela frente.