A Herdade de Torais encontra-se localizada em pleno Alentejo, entre Montemor-o-Novo e Évora , a pouco mais de uma hora de distância de Lisboa. Pertence à Sociedade Agricola de Torais Lda. de que é sócio principal Fernando Pedro Pereira Coutinho.
Numa área de cerca de 200 hectares dedicam-se à exploração de cereais, pastagens, gado bovino e, mais recentemente, vinha e vinho. Estes dois últimos foram a razão da visita de um pequeno grupo de Bloggers no passado dia 6 de Abril de 2013.
Visitar a Herdade de Torais para a primeira apresentação do Torais
Branco 2012 e prova de vinhos TORAIS – Tinto, Branco e Reserva, provar alguns tintos
com mais história nesta casa e perceber o porque dos vinhos da Herdade
de Torais serem conhecidos como sendo "Um Alentejo Diferente".
A vinha com cerca de 20 hectares foi plantada em 2002 e 2003 e faz parte da região DOC Alentejo, subregião de Évora e a produção de vinho foi iniciado em 2004 tendo-se assumido deliberadamente a qualidade de produtor de pequena dimensão, priveligiando-se a qualidade sobre a quantidade. Os enólogos responsáveis são Diogo Campilho e Pedro Pinhão, enólogos da nova geração com o objectivo de produzir vinhos com qualidade e com um perfil constante e reconhecido. Inicialmente produzir um vinho tipicamente alentejano, utilizando as castas
Trincadeira e Aragonês. Mais tarde, com o tempo, e no decurso de diversas afinações
introduziram-se mais castas no blend. Hoje, o Torais é praticamente
feito com Syrah, Alicante Bouschet e Aragonês, nascendo assim a
assinatura “Um Alentejo Diferente”.
A visita começou com a chegada ao típico monte alentejano, onde nos esperava o produtor Fernando Pedro Pereira Coutinho. Dia abençoado pelo sol que teimava em sair nos últimos dias e que proporcionou uma primeira parte da prova no exterior, sob o alpendre refrescante e com uma vista soberba sob os campos verdes da Herdade. Aqui provamos o rosé e os brancos.
Torais 2012 Rosé | Syrah e Touriga Nacional | não se encontra no mercado
Cor rosa intenso, brilhante e de aspecto límpido. Aromas intensos a fruta vermelha fresca, muito morango e framboesas, com notas de cereja. Cheira a verão e apetece beber fresco. Na boca primeira impressão com um travo doce, muito morango, morango, morango, boa acidez e com um final médio. Apesar de ser apenas para consumo da casa é um rosé que chama o verão, que apetece beber e que refresca.
Torais 2012 Branco | Arinto, Antão Vaz e Verdelho | A sair para o mercado mas ainda sem rótulo
Cor amarelo citrino, com tonalidades jovens, aspecto límpido e brilhante. No nariz ainda sobresai alguma madeira sem, no entanto, tapar a notas de fruta citrina e alguns exóticos. No palato sobressai a fruta fresca, o ananás, com boa acidez, ligeira untuosidade no toque e pequeno travo vegetal no final de boca. O final de boca é médio/ longo.
Torais 2011 Branco | Arinto, Antão Vaz e Verdelho | 8,15€
Cor amarelo citrino, nuances esverdeadas, aspecto ainda jovial. Nos aromas menos intensidade da fruta citrina e exótica, algumas fruta seca, tostados leves, lembra a torrada da manhã. Boca com perfil muito frutado, acidez fresca, limas e toranjas frescas, boa mineralidade e final de boca fresco e elegante. Completo e pronto a beber.
Passámos depois para o interior da casa e para um reconfortante almoço de cozido à portuguesa tendo como companhia os vinhos tintos mais recentes e também os mais antigos.
Torais 2008 Tinto | Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Trincadeira, Syrah e Cabernet Sauvignon | 9,25€
Cor rubi, concentrado e intenso no núcleo, rubis jovens no bordo do copo. Aromaticamente com boa intensidade a fruta vermelha madura, ladeada de notas especiadas, tostados e baunilha. Boca com taninos seguros, com boa corpulência, ligeira nota de untuosidade, fruta fresca, acidez a bom nível e bom casamento entre a madeira e o conjunto. Final de boca longo,e fresco.
Torais 2004 Tinto | Trincadeira e Aragonês | - €
Cor purpura, com nuances que demonstram alguma da sua idade, embora ainda algo concentrado no núcleo e a esconder os seus quase 10 anos. No nariz aparece com boa intensidade, fruta presente, bastante madura, com acidez e frescura e apresentando já algumas notas de couro. Na boca surpreende com a vida que ainda trás consigo, cheio de vida, apesar de alguma marca dos anos, a longevidade está bem cuidada.
Torais 2005 Tinto | Aragonês, Syrah, Trincadeira, Alicante Bouschet e Touriga Nacional | -€
Na minha opinião o tinto no melhor momento para ser bebido e que ainda terá mais alguns anos de vida, de boa vida para dar. Cor rubi, concentrado no núcleo e com menos notas de evolução que o 2004. Bastante menos. Aromas complexos, com muita fruta vermelha e preta madura, ligeiras notas de cacau, café, um toffee com boa tosta e ligeiramente especiado no final. Desafiante. Na boca aparece naturalmente mais jovem que o anterior. Gordo, persistente, grande portento de boca à qual ninguém consegue atribuir os anos que na verdade tem. Afinado, polido e com bastantes anos mais de vida. Final persistente e longo.
Torais Reserva 2007 Tinto | Aragonês, Syrah e Cabernet Sauvignon | 23,50€
Cor rubi, intenso e concentrado no núcleo, aspecto límpido e lágrima persistente. No nariz surgem com boa intensidade a fruta vermelha e preta madura, toques a cacau, notas especiadas e perfil vegetal no final. Boca ainda com uma certa austeridade, taninos marcantes, vivos e opulentos. Talvez tenha sido cedo para o momento ideal, mas causa já muito prazer principalmente quando acompanhado por gastronomia como a de hoje. Final de boca longo e persistente.
Tempo depois para a visita à Herdade, a "cavalo" no tractor, visitámos as vinhas divididas pela autoestrada, e toda a restante propriedade. Imagens de beleza singular e um silêncio barulhento da natureza que nos acompanhou até ao final do dia.